segunda-feira, 27 de abril de 2020

Gosto de números ímpares. Não me perguntem o por quê! A maioria das coisas que contabilizo, os números da mega, a quantidade de cervejas tomadas nos botecos e as peças de decoração são em sua maioria ímpares. Deve ter uma explicação cabalística para isso.

Acho que por isso sempre gostei dos números primos e não pelo fato de terem apenas dois divisores. Era porque eram ímpares e diferentes. Gosto do incomum. Isso é um fato.

Outro fato é a saudade que dilacera meu coração. De tudo. De muito. De pouco. Das
pessoas. De coisas. De Momentos. De comida, enfim...

Juntando o fenômeno cabalístico à minha distância, esse mês resolvi enumerar as 9 maiores saudades nesses dois meses morando longe de São Luís. Quer saber quais são?

1)De algumas pessoas – A família e os amigos estão no topo da pirâmide. Cada um desempenhando seu papel em minha vida faz uma falta volumosa. Como fazem falta, nossa!

Nesses momentos de ausência, até algumas pessoas chatas fazem falta com suas chatices, é claro! Reclamações e “pequenez” também tem seu valor, dependendo da situação.

2) Praia – Nunca fui “rata” de praia. Ia mais vezes pra beber umas cervejinhas que tomar sol. Agora, nessa cidade gelada e cinza, penso:

“Porque não fui mais vezes?”. Pisar na areia é uma delícia e tomar banho naquele mar quentinho e olhar aquele céu azul não tem programa mais relaxante.

3) Peixe serra – As pescadas amarelas que me perdoem, mas um peixe serra em posta bem fininho frito com uma farofinha de torresmo que mamãe faz... Hummmm.

4) Farinha D’água – Uma vez um baiano me falou que nossa farinha parece pedra brita. Entendo perfeitamente. Comparado com a deles que parece maisena, só pode é achar diferente. É a opinião dele. Respeito, mas que nossa farinha faz uma farofa de ovo ficar única, ah isso faz!

5) Cristina, minha manicure – Só ela sabe fazer do jeito que gosto. Ela escolhe os meus esmaltes. Corta do tamanho que é pra cortar e nunca tira nenhum “bifinho”. Como faz falta em tempos de unhas curtas.

6) Saber onde tem cada coisa – Presentes, roupas, tecidos, bijoux, perfumes e tudo o que você precisar. Sabemos de tudo. Basta separar um tempo e correr lá pra comprar. Dependendo de quem seja, é rápido.

7) Tomar cerveja na Feira – Os amigos de feira, o odor de galinha, o sol na testa, a mesa apertadinha, a cerveja não muito gelada, o cheiro de camarão seco e o atendimento ruim formam uma equação divertida e muito saudosa. Sempre às sextas à partir das 13h. Marcado!

8) Falar “tu” pra todo mundo – Continuo falando “tu”, mas não há retorno, faz eco...

9) Comer camarão seco com arroz de toucinho às 18h na casa de vovó, na metrópole Humberto de Campos - Só lá tem o sabor que dá água na boca. O arroz é soltinho, perfumado e temperado com um toucinho fresco e tratado com carinho. O camarão não é salgado nem insosso, não é grande nem pequeno, é seco na
medida certa, ou seja, a casca sai quase inteira e é de um tom alaranjado que só na casa de vovó é capaz de ter...

Ah sim, porque 9? Deve ter alguma explicação cabalística, só pode!

Texto publicado na edição 79 do jornal Cazumbá - novembro de 2010

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