segunda-feira, 27 de abril de 2020
Consulta realizada pela Federação das Indústrias junto às empresas, mostra a intensidade dos impactos provocados pela pandemia da Covid-19

Uma “Consulta Empresarial” realizada pela Coordenação de Ações Estratégicas da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), no período de 15 a 21 de abril revelou alguns dados preocupantes que refletem que a Covid-19 afetou fortemente a Indústria Maranhense.

Os dados apresentam uma expressiva queda no volume de produção. Para 88,1% das empresas consultadas a produção foi afetada negativamente, sendo que para 33,3% a queda foi muito intensa e para 23,8% delas a produção está parada (por tempo determinado ou indeterminado). Somente para 11,9% houve aumento de produção.

“A crise causada pela pandemia do novo coronavírus está reduzindo fortemente a demanda pelos produtos de nossas indústrias. Para 95,3% das empresas consultadas houve queda de produção, sendo que para 52,4% esse impacto foi intenso, enquanto para outras 42,9% a redução foi fraca. Somente 4,7% das consultadas informaram ter aumento de demanda”, destacou o coordenador de Ações Estratégicas da FIEMA, José Henrique Braga Polary.

“Essa consulta empresarial só demonstra o cenário de caos por que passa a indústria maranhense e a necessidade urgente de se tomar medidas para evitar ainda mais desempregos. Sabemos dos impactos e esperamos trabalharmos juntos em uma solução dentro de uma segurança da saúde de funcionários e das próprias empresas!”, finalizou o presidente da FIEMA, Edilson Baldez das Neves.
Dificuldades na logística de transportes - As dificuldades relacionadas ao transporte de seus produtos, de insumos e matérias-primas foram destacadas pelas empresas consultadas. 75,6% delas dizem estar enfrentando dificuldades relativa à logística de transporte de seus produtos, insumos ou matérias-primas, sendo que, nesse total, 41,5% consideram muita dificuldade. Apenas para 24,4%, não houve dificuldade.

Obtenção de insumos - De acordo com o levantamento, 73,2% das indústrias consultadas informaram estar encontrando dificuldade para a obtenção de insumos ou matérias-primas, nesse ambiente de coronavírus, sendo que, para 39,1% delas, isto tem sido mais intenso. Para 26,8%, no entanto, não tem havido dificuldade na obtenção de insumos ou matérias-primas.

Honrar compromissos rotineiros - A indústria do Maranhão está com dificuldades para honrar os pagamentos rotineiros, como tributos, salários, energia elétrica, água/esgoto, aluguel e fornecedores, diante do quadro de restrições impostas com o combate ao coronavírus.

Metade das empresas consultadas informaram ser muito difícil a disponibilidade financeira ou pouco difícil para 14,3% delas. Contudo, para 30,9% das consultadas a situação se mostra indiferente, nem fácil, nem difícil. Apenas 4,8% das empresas estão com facilidade para lidar com esses pagamentos.

Relações de trabalho - Com a crise da pandemia do novo coronavírus e em razão das restrições impostas que afetaram diretamente os mercados de produção e consumo, as empresas se viram obrigadas a adotar uma série de medidas alternativas relativamente aos seus empregados, seja como prevenção de sua qualidade de vida, seja para assegurar a sobrevivência da atividade produtiva.

Consultadas sobre essas medidas, as indústrias informaram que a concessão de férias para parte dos empregados (66,7%), o afastamento dos empregados com algum sintoma (64,3%) e o trabalho domiciliar (home office) (57,1%) foram as alternativas mais praticadas, porque contemplam tanto a segurança da saúde dos trabalhadores quanto a saúde das empresas. Vale observar que tais medidas podem ser cumulativas.

Outras ações como a redução da jornada de trabalho e o uso do banco de horas foram também relacionadas e possibilitam a manutenção do emprego. Apenas 9,5% dos respondentes concederam férias coletivas a todos os empregados, o que, certamente, guarda relação direta com o quantitativo de empresas com produção paralisada.

Difícil acesso ao crédito - De acordo com a consulta empresarial, o acesso ao crédito também está mais difícil para a indústria. Para 45,2% daquelas que precisaram de crédito, seu acesso se tornou Difícil ou Muito difícil, valendo ressaltar que 38,1% disseram que não precisaram de capital de giro. Nenhuma das empresas consultadas considera que o acesso ao crédito tenha ficado mais fácil.

Queda de faturamento - A queda no faturamento é o impacto mais destacado por 62,0% das indústrias consultadas como consequência da crise causada pela pandemia do novo coronavírus, seguindo-se a Queda de Produtividade (45,2%) e a Queda de Produção (40,5%).

O cancelamento de pedidos/encomendas, assim como acesso mais difícil ao crédito e paralisação das atividades de produção foram apontados por 21,4% das empresas consultadas, que podem estar associados à queda do volume de demanda.

A falta de insumos ou matérias-primas, como visto antes, embora tenha um peso importante, não é um impacto tão relevante para 19,0% das empresas consultadas. No entanto, 9,50% delas apontam um aumento no volume de vendas online, perfeitamente esperado nas circunstâncias da conjuntura atual. Somente 4,8% das indústrias consultadas não reconhecem os fatores listados como impactantes, em decorrência do coronavírus.

Informações:  Coordenadoria de Comunicação e Eventos do Sistema FIEMA

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