terça-feira, 28 de abril de 2020
Sebrae e Embrapa querem entender quais tecnologias estão sendo utilizadas no planejamento agropecuário, principalmente para os pequenos negócios do setor

O Sebrae, em conjunto com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), está realizando um levantamento online sobre tendências, desafios e oportunidades em agricultura digital. A iniciativa pretende levantar as novas tecnologias que estão sendo utilizadas no setor, como os aplicativos de celular, programas de computador, sensores, imagens de satélites, veículos aéreos não tripulados (vants) e drones usados no planejamento agrícola, no manejo, na colheita, na comercialização e no transporte de insumos e da produção agropecuária do país.

Os resultados do levantamento servirão para orientar as novas pesquisas e inovações. Além disso, o diagnóstico apresentado ajudará na elaboração de estratégias de fortalecimento dos pequenos negócios que oferecem soluções digitais para agregar valor e aumentar a competitividade e sustentabilidade. A pesquisa é voltada para os produtores rurais com atuação em diferentes atividades agropecuárias, além de empresários e prestadores de serviços em agricultura digital, principalmente pequenos negócios.

O analista do Núcleo de Agronegócios de Competitividade do Sebrae, Victor Ferreira, afirma que o levantamento iniciou na semana passada e faz parte de uma das ações de estudos que serão desenvolvidas na parceria entre Sebrae e Embrapa. “Nosso objetivo é levantar dados para consolidar os estudos e criar estratégias para trabalhar de forma mais eficiente para os pequenos negócios rurais”, observa. Ele explica que os agricultores que atuam no segmento têm como principal gargalo o uso da tecnologia no setor: “O questionário vai nos ajudar a aprofundar o conhecimento no acesso e uso das tecnologias digitais no agro”. Hoje as pequenas propriedades representam entre 80% e 85% do setor de agronegócios e possuem uma grande demanda no uso de ferramentas digitais.

O pesquisador da Embrapa, Édson Bolfe, coordenador do estudo, ressalta que, apesar de o país possuir um grande potencial na transformação digital da agricultura e muitas soluções já vêm sendo desenvolvidas por instituições de pesquisa, universidades, empresas e startups, ainda há lacunas de informação. Isso, segundo ele ocorre especialmente com relação a tecnologias da área de sensoriamento remoto. “São fundamentais para amparar decisões estratégicas em novas pesquisas e negócios que querem inovar na solução de problemas reais e atender nichos no setor agropecuário”, observa Bolfe.

O uso de imagens de satélites, dos vants e drones, além de dados de sensores instalados no solo serão os principais meios do monitoramento. “São tecnologias utilizadas para mapear os níveis de produtividade da lavoura, monitorar a ocorrência de pragas, doenças e as condições do solo, clima e planta, ou ainda que ajudam no gerenciamento de sistemas de irrigação e na elaboração do Cadastro Ambiental Rural”, explica Lúcio Jorge, que é pesquisador da Embrapa Instrumentação, de São Carlos (SP), também integrante da equipe de estudo do levantamento digital.

O levantamento conta com o apoio de instituições e organizações públicas e privadas ligadas ao setor produtivo agropecuário e de geotecnologias. Estão previstas ainda a realização de entrevistas com especialistas e tomadores de decisão e a análise de documentos técnico-científicos e de políticas públicas. A iniciativa integra o projeto "Inteligência estratégica para pequenos negócios rurais: agregação de valor e tecnologia", realizado pela Embrapa e o Sebrae por meio de um convênio de cooperação técnica, com apoio da Fundação Eliseu Alves (FEA).

Informação: Sebrae 

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