quarta-feira, 6 de maio de 2020
A atitude teve como objetivo amenizar o sofrimento da mãe durante o isolamento necessário para sua saúde e segurança do bebê


Dia 24 de abril de 2020. Uma data que carrega uma infinidade de histórias e batalhas em meio à pandemia do coronavírus, mas tem uma história de superação, de vitória, de saudade e de fortalecimento que marcou de forma especial uma paciente, seus familiares e os profissionais do Hospital Universitário da UFMA. Tudo que uma mãe deseja é ter seus filhos nos braços, mas algumas situações fazem com que esse sonho seja adiado. A técnica de enfermagem Maria Jeane Sousa Lobato, 30, grávida de 31 semanas, após ter diagnóstico confirmado de Covi-19 precisou ter seu parto antecipado por complicações da doença e a partir daí contou com o apoio e dedicação da equipe de saúde para se manter próxima do filho, mesmo com o isolamento.

Ela estava internada na Unidade Materno Infantil desde o dia 22/04, seguindo os protocolos e recebendo todos os cuidados, mas precisou ser levada com urgência para a sala de parto. Eis que o pequeno Josué chegou ao mundo, mas não pôde sentir o aconchego dos braços da mãe. Ele seguiu para internação na UTI neo e ela foi transferida para o Anexo C, na Unidade Presidente Dutra, local destinado especificamente para receber os pacientes com COVID-19.

O isolamento é uma medida difícil para mãe e filho, mas que nesse momento é fundamental para a saúde do bebê. E como diminuir a angústia dessa mãe, isolada de todos e principalmente do seu primogênito? Com a ajuda dos profissionais da Unidade de Cuidados Intensivos Perinatais, assim que teve uma melhora no quadro, ela pôde ver seu filho pela primeira vez por videochamada. E a emoção foi indescritível, o pequeno Josué atento ao som da voz da mãe, e ela encantada pela beleza do filho e por ele estar com a saúde evoluindo bem.  

“Esses dias todos tenho sofrido sem poder vê-lo. Hoje, 30/04, através de uma videochamada Josué ouviu minha voz pela primeira vez, ele me reconheceu, me procurou, fiquei com o coração em pedaços. Mas tenho resistido, meu pulmão ainda está muito ruim, ainda sinto cansaço e estou tossindo, mas vamos sair dessa” relatou Jeane. A data coincidiu também com o dia em que ela saiu da UTI e foi transferida para a enfermaria.  

Para a chefe da Unidade de Cuidados Intensivos Perinatais, Marynea Vale, proporcionar um momento como esse para uma família não só traz grande alegria como também encorajamento para continuar a batalha contra à COVID-19. “Ver a emoção da mãe ao ver o rostinho do filho é recompensador para nós. Sabemos que o ideal era que os dois estivessem juntos, mas também que diante da realidade o importante é amenizar o sofrimento enquanto a distância se faz necessária para eles tenham uma vida de vitórias e saúde pela frente”.

Jeane também afirmou o quanto atitudes e mensagens de apoio tem ajudado a enfrentar a doença. “No dia do parto eu fiquei muito preocupada. Estava passando muito mal, a ponto de achar que não iria sobreviver. Ainda na sala de parto não consegui ver meu filho, só escutei o choro dele. E meu coração estava apertado porque sabia que nem meu esposo e nem os avós poderiam visitá-lo, pois estavam com suspeita da doença também. Foi muito difícil, mas logo depois comecei a receber fotos dele e notícias de como ele estava. Recebi também muitas mensagens de apoio, que estão sendo fundamentais nesse período de isolamento” acrescentou.

Aos poucos ela se recupera e ele vai evoluindo com saúde. Depois das dificuldades, a expectativa é de dias melhores com direito a muito colinho, aconchego da família reunida e saúde para enfrentar o mundo que os aguarda lá fora. O presente de dia das mães ela já ganhou, só precisa esperar um pouco mais para poder carregá-lo nos braços. 

Informação: UFMA 

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