terça-feira, 30 de junho de 2020

Comunicar para conhecer e preservar! É com essa diretriz que a Rede Cerrado desenvolve estratégias de comunicação para conservação da savana mais biodiversa do planeta. O Maranhão também é contemplado nessas ações, já que o Estado concentra 60% desse Bioma em seu território. Thays Puzzi, assessora de comunicação da Rede Cerrado, falou à jornalista Yndara Vasques do Inspire e Comunique, em uma live, sobre a importância das ferramentas de comunicação na manutenção do modo de vida tradicional do  Cerrado, que concentra 5% de toda a biodiversidade do mundo. 

Essencial para o desenvolvimento de atividades de comunicação é se colocar no lugar de escuta. Para Thays, importante “é se manter o mais fiel possível às demandas dos povos e comunidades tradicionais e não interferir no modo de vida tradicional”. Atualmente, o coletivo de comunicação da Rede Cerrado tem um potencial amplo de comunicação e juntos fortalecem as denúncias e as luta dos povos do Cerrado. Como é o caso, por exemplo, do papel das mulheres.


A mulher é um dos grandes personagens do Bioma Cerrado. Raizeiras, quebradeiras de coco babaçu são protagonistas de uma história que vincula práticas socioprodutivas para autoconsumo e geração de renda, com saberes tradicionais majoritariamente manejados por mulheres e transmitidos de geração em geração. A Rede Cerrado fortalece essa luta por meio da comunicação e capacitação. Segundo Thays, temas como violência contra a mulher, preconceito racial e institucional são trabalhados por meio de atividades que fazem com que elas despertem para a necessidade de serem protagonistas dessa história. 

Conhecer para conservar

A Rede Cerrado é uma organização que reúne mais de 50 entidades da sociedade civil e, indiretamente, congrega mais de 300 organizações que se identificam com a causa socioambiental do Cerrado. A comunicação desenvolvida é integrada nos meios alternativos, tradicionais, impressos, audiovisuais, áudios e online. 

Um coletivo de Comunicação formado por profissionais das instituições que fazem parte da Rede Cerrado, junto à executiva da Rede, desenvolve o planejamento estratégico e executam um plano de ação pensados e executados sempre no coletivo. “Uma junção de forças e esforços que surgiu em 2018 para conseguirmos fazer a comunicação da maneira mais acessível possível. Conhecer é proteger! Daí toda uma estratégia que envolve a sensibilização para as pautas do Bioma e da diversidade dos povos, contribuindo para a manutenção do Cerrado em pé”, explicou Thays.


O Cerrado é um santuário ecológico ameaçado principalmente pelo agronegócio, pois, nos principiais Estados (MA/BA/PI e TO) em que o Bioma se encontra são tidos como a última expansão agrícola do país. Campanhas que apresentam a riqueza de povos indígenas, quilombolas, quebradeiras de coco babaçu, vazanteiros, pescadores artesanais, geraizeiros entre tantos outros que habitam o território, meios que apresentam a ancestralidade desses povos por meio da agricultura familiar, do extrativismo, do artesanato, além de toda a riqueza do Bioma que é considerado o “Berço das Águas” do Brasil, são amplamente divulgadas para a sociedade como um todo. “Importante chamar atenção, mobilizar e engajar para que as pessoas tenham a exata noção do quanto o Bioma é importante para a manutenção da vida como um todo”, enfatizou Thays. 

As estratégias de comunicação possibilitam o conhecimento da causa, o debate do tema em espaços públicos e desperta a sociedade a participar de projetos socioambientais para propor, monitorar e avaliar programas e políticas públicas que dizem respeito ao Cerrado e aos seus povos, complementou a jornalista Yndara Vasques. 

Campanha Cerrados 

Para contribuir com esse processo de sensibilização e mobilização social em prol das pautas do Cerrado e seus povos, a Rede Cerrado, em parceria com o WWF-Brasil, lançou neste mês uma série de podcasts, o Cerrados. Serão 10 episódios lançados semanalmente que contam as histórias de quem cuida e ainda dá ferramentas para que outros cidadãos e cidadãs possam proteger o Bioma. 

Thays explicou que pelo planejamento inicial de comunicação, a campanha contemplava uma webserie sobre a vida dos povos do Cerrado, mas com a pandemia a coordenação teve que fazer uma readaptação, surgindo a série de podcasts. De acordo com a assessora de Comunicação foi importante tanto para a sociedade em geral, que tem a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre as histórias e trajetória de luta desses povos e comunidades tradicionais e tem acesso a algumas estratégias de mobilização adotadas por meio de um ativista digital que está disponível no Facebook da Rede Cerrado. Por outro lado, a comunicação também foi pensada e direcionada aos povos do Cerrado, que mantém muito forte a tradição da oralidade. 

Acesse o site da Campanha Cerrados para conhecer e ouvir nossas histórias https://cerrados.org.br/

Informação: Yndara Vásquez 

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