segunda-feira, 29 de junho de 2020

Por Antonio Noberto, 
*Turismólogo e membro-fundador da Academia Ludovicense de Letras - ALL

Passado mais de dois mil anos do nascimento de Jesus de Nazaré, ainda existe religião que não o reconhece como o prometido e, portanto, continua à espera do Cristo. Por outro lado, católicos, protestantes, dentre muitos outros, já estão na expectativa da segunda vinda do Filho de Deus, que, segundo a Bíblia Sagrada, aparecerá repentinamente “... sobre as nuvens do céu com poder e muita glória” (Mateus, capítulo 24, versículo 30).

Sobre a vinda do Messias existem inúmeras profecias bíblicas, que começam no princípio da criação do homem, onde se pode ler em forma de parábola a primeira interpretação da possível vinda do Cristo (Gênesis 3:15). Tal evento seria precedido por alguém que “aplainaria e nivelaria os montes” e prepararia o terreno para ele, este nome foi João Batista, que pelo seu metier entregou na bandeja sua própria cabeça. O profeta Isaías é um dos mais pródigos quanto ao alardeamento do fato, narrando de forma emocionante o sofrimento do Filho de Deus quando da infame execução na cruz: “Seu aspecto estava mui desfigurado, mais do que o de outro qualquer (Isaías 52:14), “...Não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo mas não havia beleza alguma que nos agradasse. Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer, ... era desprezado e dele não fizemos caso...Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades, o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados... Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca: como cordeiro foi levado ao matadouro... “Foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo foi ele ferido” (Isaías 53). Ao fim do Velho Testamento encontramos também a clara referência do profeta menor, Zacarias: “Alegra-te muito, ó filha de Sião: exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta” (Zacarias 9:9). E muitos outros textos sagrados poderiam ser elencados.

Os cristãos mais atentos às profecias ditadas pelo Mestre deparam-se com a realidade e comparam com o que foi prenunciado, com os acontecimentos atuais que se assemelham ao profetizado. Não apenas terremotos e guerras, como também a unificação da forma de pensar e agir, que será o terreno ideal para o estabelecimento do “homem da iniquidade”, “o anti-Cristo”, que se sentará no trono central e se julgará igual ou superior a Deus. Aí virá o fim.

Tudo isto chega a amedrontar qualquer mortal. Assusta mesmo. Mas o bom cristão sabe que a oração, a fé, a esperança, a prática do bem e a busca por um mundo melhor, mais justo é um firme fundamento, a direção certa neste mundo sem norte e de poucos referenciais. Para nós da atividade turística estes fundamentos têm que ser exercidos em dobro, pois esperamos também o Cristo, o Salvador do nosso turismo (nas três esferas do poder). Aquele (s) que conseguirá (ao) realizar a dura tarefa: trazer para a mesma mesa a gestão pública, o trade e a comunidade. Com isto atrairá a atenção dos políticos – que só tem olhos para votos. Ao mesmo tempo, com isto, conseguirá orçamentos mais generosos (ou menos pífios), o que redundará em bases mais sólidas para um novo momento, que fará do turismo a maior atividade entre os três setores. Pode parecer um sonho, mas quem espera pelo salvador é sempre um sonhador. E o que seria da realidade não fossem os sonhos dos sonhadores?

Não sabemos se este Cristo já está no poder ou ainda quanto precisaremos esperar. O certo é que será precedido por um João Batista que fará o nivelamento dos montes e tudo mais necessário ao preparo do caminho para este filho de Deus, onde ambos (tomara que não!) deverão pagar o preço por contribuir para tirar esta terra do período agrário lançando-a definitivamente na era dos serviços de qualidade e no desenvolvimento.

Oh, Maranata! (Oh, vem Senhor Jesus!).

Texto Originalmente publicado na Edição N° 62 junho 2009 do Jornal Cazumbá

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