Canal irá possibilitar o desenvolvimento da carreira de profissionais, além de aprimorar a oferta de serviços e o atendimento a turistas no país
A partir do próximo ano, profissionais do setor do turismo e candidatos a uma vaga no ramo vão poder contar com uma TV dedicada à sua formação, capacitação e qualificação: a TV Turismo. Com previsão de início ainda no primeiro semestre de 2021, o canal promete ser um forte combustível para o retorno do crescimento do setor no país, após os impactos da pandemia da Covid-19. O anúncio foi feito pelo secretário nacional de Desenvolvimento e Competitividade do Turismo, William França, durante a feira virtual de turismo ABAV Collab 2020, organizada pela Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV).
“Temos feito um trabalho de abertura, de criação de novas frentes e oportunidades. E a TV Turismo se enquadra neste projeto. Queremos trazer qualificação com universalização e qualidade no ensino”, disse. “Estamos pensando na TV enquanto instrumento de educação, de formação e de capacitação”, completou França, que informou que o formato da TV Turismo está em construção.
A estratégia integra o programa Qualifica Mais Turismo, que prevê a oferta de cursos em diferentes modalidades, online e presencial, voltados a todos os profissionais do setor, desde empreendedores, guias de turismo, garçons, até camareiras e recepcionistas, por exemplo. A qualificação em larga escala é fator diferencial de competitividade no setor de turismo, proporcionando, ao mesmo tempo, o desenvolvimento na carreira dos colaboradores e a oferta de serviços e atendimento mais qualificado ao turista.
Também participaram do painel virtual na ABAV Collab especialistas da área de educação em turismo e representantes de emissoras de TV que atuam com ensino e formação, como a TV Escola e a TV Cultura.
EDUCAÇÃO PARA TODOS – A professora e diretora do Centro de Educação a Distância da Universidade de Brasília (UnB), Letícia Leite, avaliou que o cenário pós-pandemia é propício ao uso de novas tecnologias para educação. “A gente chama isso de literacia digital. Então, as pessoas foram motivadas e, de certa forma, até obrigadas a usar tecnologia. E isso, de certa forma, prepara os nossos estudantes de diferentes níveis para o uso destas tecnologias que não tínhamos anteriormente”, afirmou.
Para a doutora e professora do curso superior de Turismo da Universidade de Brasília (UnB), Marutscka Moesch, o maior desafio é fazer com que novas tecnologias alcancem pessoas que estão à margem do ensino formal há muito tempo. “Mais ou menos 70% dos trabalhadores na área do turismo não têm o ensino fundamental completo”, justificou.
Já a diretora da UnB TV, Neuza Meller, destacou a importância de investimentos físico e humano para alcançar, inclusive, os rincões do Brasil. “Vai precisar de apoio financeiro, qualificação profissional e fazer chegar o mais longe possível, porque temos o turismo acontecendo do Oiapoque ao Chuí”, disse. Ao que o diretor-geral da TV Escola, Francisco Câmpera, destacou a necessidade do “foco regional”, bem como pensar no formato híbrido, que alia aulas online e presencial. “É diversificar a tecnologia, que acaba reduzindo o custo”, explicou.
Paula Cavalcanti, diretora de Co-Produção da TV Cultura, também participou do painel virtual e destacou a necessidade de aliar a educação com o entretenimento para se obter um ensino mais eficaz. “A televisão é embalada em todas as suas atividades no entretenimento. Você pode ter programas que trazem capacitação, informação importante, mas que estão dentro dos formatos de entretenimento”, concluiu.
Informação: Ministério do Turismo
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