segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

UNICEF e organizações parceiras realizam projetos que promovem o protagonismo de meninas e meninos, juntamente com apoio das lideranças locais e equipamentos públicos.

Centenas de adolescentes e jovens das periferias de São Luís, Maranhão, participam de ações de dois projetos, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que oferecerem oportunidades para escrever uma nova história de vida e compartilhar conhecimentos com outros meninos e meninas que estão em suas comunidades.

Um é o 'Projeto Menina Cidadã', liderado pela Fundação Justiça e Paz se Abraçarão (FJPA), que promove uma maior integração entre coletivos de adolescentes e jovens, especialmente meninas, e fortalece suas habilidades como líderes de suas comunidades. Mais de 200 meninas fazem parte da iniciativa em sua fase inicial.

O outro é o 'Comunidade que Protege', liderado pelo Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Padre Marcos Passerini (CDMP), que objetiva contribuir com a redução dos impactos da violência armada e das violações de direitos contra crianças, adolescentes, suas famílias e comunidades.

As ações são desenvolvidas na macrorregião da Cidade Operária, em São Luís, e visam ao engajamento de centenas de jovens e adolescentes que enfrentam a exclusão, o empobrecimento e a violência, características das periferias urbanas brasileiras.

“Essas iniciativas são o fortalecimento das capacidades dos atores da própria comunidade para se articularem, dialogarem com os equipamentos sociais das políticas públicas existentes no território e buscarem soluções coletivas para uma transformação estrutural de longo prazo”, explicou a chefe do escritório do UNICEF no Maranhão, Ofelia Silva.

Os projetos preveem ações conjuntas em toda a comunidade, como oficinas para o fortalecimento das capacidades de resiliência coletiva e individual aos impactos da violência, atuação integrada do sistema de garantia de direitos, produção de informações e encontros comunitários para troca de experiências, atividades para praticar escuta acolhedora e exercícios de comunicação não violenta, formação em saúde mental de crianças adolescentes e suas famílias, inclusão escolar e prevenção à violência de gênero.

Comunidade que Protege

A iniciativa promove a liderança de 10 adolescentes e jovens líderes (da comunidade) na multiplicação e mobilização de outras dezenas de jovens por meio das consultas da plataforma global U-Report, do UNICEF. Por meio dela, crianças, adolescentes e jovens expressam sua opinião e podem ter suas vozes e demandas consideradas pelos gestores das políticas e serviços públicos. A proposta do projeto inclui o estabelecimento de uma sala de situação no território da Cidade Operária, permitindo à comunidade monitorar sua própria realidade e os impactos da violência, constituindo-se como espaço que congrega crianças, adolescentes, famílias, atores governamentais e não governamentais para a realização de reuniões, encontros, oficinas e construção de consultas qualitativas.

Dessa forma, o projeto contempla ainda, a articulação com escolas, unidades de saúde, Centros de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), espaços religiosos, faculdades e demais espaços comunitários, possibilitando fortalecer a atuação em rede e a participação cidadã na comunidade.

“A gente busca nesse projeto mobilizar, articular e sensibilizar a comunidade, as lideranças comunitárias, educadores, mães de adolescentes, técnicos de serviços dos equipamentos presentes no território, tais como os de educação, saúde e assistência social, e líderes religiosos para que busquem formas de superação da violência que permeia suas comunidades”, explicou a coordenadora do Projeto, Maria Ribeiro da Conceição.

Projeto Menina Cidadã

A iniciativa contempla a participação cidadã de jovens líderes, mobilizando e engajando meninas adolescentes e jovens com faixa etária entre 12 a 21 anos, de grupos comunitários e escolas de cinco áreas na macrorregião da Cidade Operária e seu entorno que são o Itaqui-Bacanga, Vila Luizão, Cidade Operária, Coroadinho e Área Rural.

De acordo com o diretor presidente da Fundação Justiça e Paz se Abraçarão, Paulo Sérgio Filho, o projeto é um sinal de esperança e luz na vida das meninas e oportunidade de transformação da realidade. “Acreditamos na força e na liderança de cada uma dessas meninas, mas sabemos que o último ano não foi fácil, por isso, o projeto Menina Cidadã representa a esperança que nasce dentro de nossas periferias. Esperança de ver meninas que tenham autonomia, que conheçam e lutem pelos seus direitos e mais do que isso acreditem que elas mesmas são capazes de construir uma nova realidade”, enfatizou.

O diretor presidente da FJPA explicou que as atividades que serão desenvolvidas pelas meninas durante a participação no projeto serão habilidades que as mesmas poderão utilizar durante toda a sua vida. Ainda de acordo com o gestor, futuramente, elas serão multiplicadoras de tais habilidades, atuando como referências em suas comunidades, por meio de iniciativas voltadas para a promoção e proteção dos direitos de crianças e adolescentes. “Entre as temáticas abordadas durante o projeto, estarão autoestima, autocuidado, participação social e liderança de meninas jovens, como forma de promover a visibilidade, a inclusão e a proteção de direitos em suas comunidades, com lideranças locais e gestores de políticas públicas”, contou.

Outros parceiros

Além da Fundação Justiça e Paz se Abraçarão e do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Padre Marcos Passerini, os projetos irão articular ações com as Secretarias Municipais de Assistência Social, Saúde e Educação, além da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular, Ministério Público, Conselhos Tutelares, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e outras instituições locais.

Para a chefe do escritório do UNICEF no Maranhão, ao incentivar ações locais por meio desses projetos, o UNICEF e seus parceiros reforçam a visão de que “adolescentes e jovens são os melhores parceiros para a transformação das suas próprias comunidades”.

Informação: Nações Unidas 

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