sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Temática trouxe boas práticas de projetos de turismo rural, com efeitos econômicos e ambientais nos negócios em que foram aplicados

Dentre as atividades da tarde do primeiro dia do 17ª Feira Internacional de Turismo Rural (Ruraltur) , e integrando o Seminário Turismo Rural Consciente, o painel “Sustentabilidade: A importância da Gestão Sustentável no Turismo Rural” trouxe a discussão de como o turismo rural pode dar sustentabilidade a projetos com pegada de preservação do meio ambiente.

Luiz Penna Franca, que é engenheiro ambiental, doutor em Ciências Ambientais e coordenador da equipe de monitoramento ambiental dos hotéis da Associação Roteiro de Chame, foi um dos criadores do programa de monitoramento aplicado hoje na entidade e apresentou a experiência no evento.  “É um programa reconhecido pela sua aplicabilidade e pela inteligência do método de trabalho, sendo perfeitamente adaptável ao turismo rural”.

Entre os aspectos apresentados por Pena Franca, ele apontou as metas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das nações Unidas, informando que existe uma específica para o turismo. “A meta 8.9 diz que, até 2030, os signatários das ODS devem elaborar e pôr em prática políticas para desenvolver o turismo sustentável como forma de cria postos de trabalho e promover a cultura e produtos locais. No Brasil, já contribuímos com este objetivo e o turismo rural se propõe a fazer exatamente isso. O caminho já existe”, garantiu.

Com a reconstrução pós- pandemia, Penna ressaltou que os pesquisadores das tendências de consumo apontam uma tendência de reconstruir melhor, sendo que o novo normal não pode ser igual ao antigo e as empresas passarão a ter uma segunda oportunidade para apresentar soluções mais sustentáveis.

“As empresas são mais que organizações que visam o lucro. As empresas estão colaborando ao se pautar pelo valor e não mais no volume. O turismo sustentável e consciente se encaixa nessa tendência, ainda mais por colaborar com um mundo mais sustentável”, completou o engenheiro ambiental e doutor em Ciências Ambientais.

Solução em energia

O painel ainda contou com quatro explanações sobre boas práticas em turismo sustentável.  Ayo Miranda Mendes, gerente e biólogo da Fazenda Capoava, um hotel fazenda de charme, apresentou estratégias para o consumo inteligente de energia. “Os nossos principais pilares são o convívio com os temas de conservação ambiental e tratamento de resíduos. Para nós, o turismo é uma alternativa para garantir os projetos ambientais e, por isso, buscamos alternativas de ter um consumo consciente”, comentou.

Ele mostrou o projeto de implantação de uma usina fotovoltáica com capacidade de gerar 80 KW, o que permite acender quase 1.200 lâmpadas no projeto turístico da fazenda, que já determinou a redução de 30% no consumo de energia elétrica do empreendimento depois de cinco anos do projeto fotovoltáico.

Economia de água

Já Maria Júlia Baracho, que tem um sistema inteligente de conservação de água no seu  Hotel Fazenda e Engenho Triunfo, localizado no município de Areia, na Paraíba, levou aos participantes da 17ª Ruraltur um exemplo de economia de água realizado em sua propriedade.

“Desenvolvemos um trabalho pedagógico de economia de água que envolve desde os nossos hóspedes, quando solicitamos que reutilizem toalhas e lençóis, chegando ao reuso da água da piscina para aguar plantas do jardim e na condensação da produção de cachaça no nosso engenho. Não desperdiçamos água no processo”, contou.

Resíduos sólidos e líquidos

A próxima experiência de boas práticas foi sobre resíduos, que durante a pandemia tornou-se um vilão ainda mais perverso ao meio ambiente.  No evento, a empresária Juliana Monteiro, de Pindamonhangaba, Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte no estado de São Paulo, apresentou um método de compostagem para reaproveitamento de recursos por meio da silagem.

“É um processo muito simples e prático. Usamos o material orgânico do gramado e da cozinha. Tudo pode ser colocado na composteira. O pulo do gato do processo é manter o material com aeração, principalmente para não gerar odor. E usamos todo o material da compostagem nos nossos canteiros e hortas”, informou.

Também do município de Areia, na Paraíba, veio a experiência da historiadora e líder comunitária, Luciana Balbino de Souza, sobre como lidar com resíduos líquidos e efluentes, que aplica um sistema ecológico de tratamento de esgoto do Sítio Casa de Vó e Restaurante Vó Maria. 

“Tratamos as chamadas águas negras e águas cinzas para que esses tipos de resíduos não sejam jogados no meio ambiente, evitando que prejudiquem o ecossistema da região e nossa saúde. A iniciativa serve de estratégia de marketing para o Sítio Casa de Vó, que já expandiu a a tecnologia e resolveu o problema com mosquitos e insetos”, explicou a paraibana

A coordenadora do painel, Maria Beatriz Almeida Prado, encerrou o painel comentando que os bons exemplos de gestão dão resultado. “Quando temos uma boa prática como as apresentadas aqui, ela se multiplica e inspira outras pessoas a ter uma atitude mais sustentável”.

A Ruraltur

Criada pelo Sebrae Paraíba em 2005, a Ruraltur tem sua 17ª edição sediada pelo Sebrae Maranhão até este sábado, 4 de setembro, em ambiente 100% digital, com a programação e conteúdos que podem ser acessados em www.ruralturgidital.com.br.

Informação: Sebrae - MA 

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