quinta-feira, 21 de outubro de 2021

A pesquisa online não pode substituir o acompanhamento do especialista e a prescrição médica

A automedicação é um velho hábito dos brasileiros para contornar de forma arriscada alguma enfermidade. Essa prática é incentivada por amigos e familiares que ignoram a segurança promovida pela prescrição médica e indicam um medicamento sem ter noção dos riscos ao organismo da pessoa, com a possibilidade de causar danos momentâneos ou até irreparáveis à saúde.

Segundo uma pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), 79% dos brasileiros com mais de 16 anos admitem já ter tomado medicamentos sem prescrição médica. Com o avanço da internet e fácil acesso a ferramentas de buscas online em qualquer computador e celular, a automedicação virou também um problema digital.

Vários sites e blogs não oficiais publicam informações sobre diversos tipos de medicamentos induzindo as pessoas a seguirem suas orientações em poucos cliques. Praticidade que pode ter sérios efeitos colaterais, principalmente na era das fake news.

A farmacêutica e professora do curso de Farmácia do Centro Universitário Estácio São Luís, Patrícia Costa, dá detalhes sobre os perigos gerados pela automedicação virtual. “Com a expansão das redes sociais e o fácil acesso à internet, tem sido comum a busca por tratamentos a partir de uma simples busca no Google. No entanto, o uso de medicamentos deve ser acompanhado por profissionais habilitados. Muitas informações são expostas em um contexto geral, que muitas vezes pode não ser aplicado à realidade dos pacientes que apresentam especificidades ou condições especiais”.

Patrícia comenta que os medicamentos são muito importantes e representam o principal recurso utilizado para o tratamento de doenças, alívio de dores e aumento da sobrevida dos pacientes, mas o uso equivocado pode induzir a reações adversas e indesejadas, dependendo de cada situação e cada organismo em específico. Essas reações podem ser leves, graves e até mesmo letais. Por isso, os medicamentos devem ser indicados por profissionais habilitados que acompanhem a resposta dos pacientes.

A professora ainda alerta que, mesmo havendo vários portais de empresas farmacêuticas com bulas oficiais digitalizadas, caso o remédio já não tenha sido prescrito por algum médico, isso não é suficiente para direcionar o uso. “Mesmo com os portais oficiais na web, um profissional da saúde deve ser procurado, para a análise dos relatos do paciente, observando detalhes como se o mesmo já apresentou alergia, se têm alguma doença crônica, entre outras informações relevantes que interferem na terapêutica ideal. Antes de ser efetivo, o medicamento precisa ser seguro!”, completa Patrícia.

Informação: Cores Comunicação

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