quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

No Programa Brasil em Pauta desta semana, Joaquim Leite também falou da participação do Brasil na COP26

Em entrevista ao programa Brasil em Pauta, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), no último domingo (6), o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, explicou o que é o mercado global de carbono e como o Brasil está se preparando para atrair os olhos de outros países nesse comércio. O bate-papo também tratou dos resultados da Conferência das Nações Unidas sobre Clima (COP26).

Para o ministro, o Brasil tem diferenciais que o colocam à frente de outros países quando o assunto é o mercado de carbono. “[Seremos] o grande protagonista desse mercado, com praticamente 20 a 25% das exportações ou das transações”, estimou Leite durante a participação no programa.

A principal qualidade brasileira, segundo o ministro, é a diversidade de produtos a serem comercializados, que vão desde créditos de vegetação nativa, de energia renovável, de redução de emissões de aterros sanitários, especialmente do metano, até atividades de agricultura e indústria de baixo carbono.

Ao explicar o mercado de carbono, Leite deu o exemplo de como uma granja de aves e suínos poderá contribuir para a redução de emissões de gases de efeito estufa, ao mesmo tempo que economiza na sua linha de produção. O metano produzido pelos resíduos dos animais, que iria para a atmosfera, pode ser purificado e se transformar em um combustível limpo. Assim, é possível substituir óleo diesel por biometano em tratores e veículos pesados.

Outro diferencial do Brasil, de acordo com Leite, é que o governo vai criar uma regra mínima para emissão de crédito de carbono no país. A ideia é que os projetos tenham contrapartidas para proteção da biodiversidade, bem como atividades de desenvolvimento de comunidades locais, gerando renda e emprego, por exemplo.

Mercado nacional

“Hoje, nós temos que nos preparar para termos uma estrutura de mercado nacional para poder atender as exigências internacionais”, pontuou o ministro. Segundo Leite, tanto o Ministério do Meio Ambiente quanto o Ministério da Economia e o Banco Central estão desenhando como vai funcionar esse tipo de comércio no Brasil.

“Estamos estruturando o mercado nacional. O mundo está estrutural o mercado global. Estamos desenhando acordos setoriais para [definir a] melhor forma para a exportação de crédito”, complementou. Atualmente, o Brasil conta com o mercado voluntário de carbono, que atende à demanda por créditos de empresas ou pessoas físicas que decidem reduzir as emissões de gases de suas atividades econômicas de forma voluntária.

“Após a criação do mercado global, o mercado voluntário [no Brasil] está bastante relevante, com alta da demanda e dos preços. Falta crédito de carbono de floresta nativa para suprir a demanda das empresas que têm interesse em compensar suas emissões e não conseguem reduzir na velocidade que todos queriam”, afirmou o ministro.

COP26

Em novembro do ano passado, o governo brasileiro participou da 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Glasgow, na Escócia, onde anunciou a meta de reduzir em 50% as emissões de carbono até 2030.

“A participação do Governo Federal e dos empresários durante a conferência do clima foi muito importante para mostrar um Brasil que é parte da solução desse desafio climático de redução de emissões”, disse o ministro durante a entrevista.

Ele acrescentou que o governo apresentou mais de cem casos de projetos de sustentabilidade e de economia verde durante o evento. “Não é só se comprometer, é agir. O Brasil mostrou que é um país que faz, que tem atividades sustentáveis”, ressaltou.  

Durante a entrevista ao Brasil em Pauta, Joaquim Leite também falou sobre a importância da criação da Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais e da modalidade do programa Floresta+ chamado de Floresta+ Carbono. A iniciativa busca recompensar quem reduz emissões.

“[O objetivo é] reconhecer e remunerar a atividade de quem cuida de floresta utilizando carbono como principal indicador, indicador de desempenho de projeto”, explicou Leite. O ministro também lembrou que o presidente Jair Bolsonaro sancionou em 2021 a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais.

Informação: Ministério do Meio Ambiente 

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