sábado, 28 de maio de 2022

Especialistas no setor ressaltam avanços da agroindústria em painel no espaço Plenarium na feira, que vai até domingo (29), no Multicenter Negócios e Eventos 

SÃO LUÍS – O painel "Maranhão dentro de um Novo Contexto Agroindustrial" movimentou o segundo dia da Expo Indústria Maranhão no espaço Plenarium nesta sexta-feira (27). Com a presença de Roberta Párfaro, Ticiane Figuerêdo e Gisela Introvini, a exposição delineou o caminho de evolução do setor produtivo no Maranhão, no Brasil e no mundo. A atividade chamou a atenção do público da maior feira multissetorial do Nordeste, que segue até domingo (29), no Multicenter Negócios e Eventos (Cohafuma). 

A jornalista especialista em agronegócio Roberta Párfaro iniciou a exposição da noite explicando o desenvolvimento das commodities e sua relação com o mercado internacional. “Commodities são mercadorias, matérias-primas produzidas em larga escala. Toda a indústria está imersa no mercado de commodities, pois consome insumos e interliga-se a transações financeiras. Isto implica em custo — hoje tempos preços voláteis que acabam por afetar o nosso bolso. Por que está tudo tão caro? A gente teve uma pandemia que fez a demanda cair e a produção caiu. Com a retomada da pandemia, a procura aumentou e o preço subiu porque a produção estava baixa”, analisou Párfaro. 

O público do Plenarium conseguiu acompanhar uma explanação coerente sobre o modo como as commodities impactam sobre a economia do mundo e a do Brasil. “Hoje, nosso país exporta café, suco de laranja, açúcar, a soja, o milho, frango em grande escala. Somos um dos maiores produtores de commodities do mundo. E é claro temos sofrido com a variedade do mercado”, detalhou. 

Em sua interpretação do cenário produtivo maranhense, Párfaro analisou a situação da soja no mercado mundial e o impacto sobre a nossa economia. “A soja é o grão de ouro. O modo de precificação desse produto acompanha as variações do câmbio, do mercado local e do preço Chicago, referência para todo o mundo”, explicou a jornalista. Ela ainda analisou o aumento do preço da soja no mercado mundial desde 2020 em decorrência da pandemia. Em um gráfico, a especialista mostrou como a produção de soja tem acompanhado uma escalada no consumo do grão. “Nos últimos dois anos a produção caiu e o consumo se manteve estável. Estamos em um consumo alto e em uma produção no limite – esta é uma das causas do preço elevado das cadeias produtivas do agronegócio hoje. Por que o frango está tão caro? Porque falta o milho”, exemplificou. 

O mercado para o agronegócio é crescente de acordo com Roberta Párfaro, o que se explica pelo fato de tanto os Estados Unidos quanto os países da Europa estarem olhando para o óleo de soja como combustível limpo — o que deve exigir mais do mercado. “Esta escassez do produto tem elevado o preço do produto. O Maranhão tem a oportunidade de alavancar sua produção e se tornar referência em escoamento do produto por causa do Porto do Itaqui. O mercado chinês está diminuindo seu consumo, porque tem aumentado sua produção, porém ainda falta muito para suprir a demanda de que necessita”, projetou. 

INVESTIMENTO E CRÉDITO - A palestrante Ticiane Figuerêdo ressaltou durante o painel a importância do investimento para o crescimento do setor do agronegócio. Segundo ela, o futuro do agronegócio depende do futuro do crédito — o Brasil se torna uma grande referência mundial de commodities por conta do agronegócio e para avançar é necessário o crédito. “É preciso assumir riscos e temos de entender como o agronegócio depende de investimento para se preparar para o futuro. Há uma guerra comercial, é o clima que gera preocupações — o agro não é para amadores. O produto rural precisa ser visto como empresário e toda melhoria para alavancar o setor implica custo e investimento”, ressaltou. 

Na avaliação de Ticiane Figuerêdo, os fatores sociais, ambientais e de governança (ESG) devem ser considerados nas práticas produtivas do agronegócio e da agroindústria. “O que temos visto é que a mídia negativa contra o agronegócio aproveita qualquer informação para difamar o setor, mas ignora o gasto e o investimento nas relações de trabalho, na capacitação, no desenvolvimento de famílias, no uso da tecnologia. Muitos não sabem que existe mais tecnologia na nossa soja do que em um iphone, logo há muito custo que exige o crédito”, comentou a especialista, que explicou o funcionamento do crédito verde e do Bureau Verde. 

Presente no painel, Ronaldo Evaristo, administrador de empresas, disse que esse é um tema que chamou interesse por ser um setor em bastante evidência no sul do Maranhão. "Eu sempre gosto de participar de palestras e esse tema é interessante porque é um setor que vem contribuindo muito para a economia. E a feira está louvável por trazer todo tipo de conhecimento", afirmou. 

Ao analisar a contrapartida que o Maranhão já possui junto ao agronegócio, Gisela Introvini, a terceira palestrante do painel, ressaltou o trabalho de mitigação dos impactos ambientais na agroindústria. “Temos de considerar a vida nossa nesse planeta em cada etapa da busca por desenvolvimento econômico. Cada ser humano tem de fazer a sua parte de forma diferente. Temos de despertar para o trabalho da climatologia e o estudo das áreas de plantio e seu fortalecimento. Os estudos climáticos têm modificado totalmente a forma de se fazer agricultura e precisamos de mão de obra especializada para entender como trabalhar de modo sustentável”, sustentou Introvini. 

EXPO INDÚSTRIA - Além da palestra no espaço Plenarium, a Expo Indústria ainda mantém a Arena Sustentável, onde estão programadas palestras e mesas redondas que discutirão meios de desenvolvimento econômico e comercial que garantam o equilíbrio ambiental. Para participar da maior feira multissetorial do Nordeste, inscreva-se no site www.expoindustriama.com.br. Realizada desde 2015 e em sua quarta edição, a Expo Indústria é uma realização do Sistema FIEMA (SESI, SENAI, IEL e Federação) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), com a correalização do Governo do Estado, Sistema Fecómercio e Sebrae-MA. 

Informação: Fiema 

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