segunda-feira, 4 de julho de 2022

Na Conferência sobre os Oceanos da ONU, em Lisboa, o secretário-geral da ONU, António Guterres, instou a comunidade internacional a se comprometer e se unir para a proteção e preservação dos nossos mares. Guterres delineou quatro recomendações para garantir a mudança do cenário atual. Entre elas, ele destacou a necessidade urgente de investir de forma sustentável em economias que dependem do mar.

Coorganizado por Portugal e Quênia, o evento é uma plataforma para abordar os desafios que oceanos, mares e recursos marinhos do mundo enfrentam. Citando o poeta português Fernando Pessoa, o chefe da ONU disse esperar que a Conferência represente um momento de unificação para todos os Estados-membros.

Emergência – Destacando que os oceanos conectam todas as pessoas, o secretário-geral da ONU disse que subestimamos os oceanos e, hoje, enfrentamos uma "Emergência Oceânica" e é preciso "mudar a maré". Guterres acrescentou: "Nosso fracasso em cuidar dos oceanos trará consequências para a Agenda 2030". 

Na última Conferência sobre os Oceanos da ONU, realizada há cinco anos, em Nova Iorque, os representantes pediram para reverter o declínio na saúde dos oceanos. O chefe da ONU afirmou que, desde então, alguns progressos foram feitos com avanços na ciência e novos tratados sendo negociados para lidar com a crise global de resíduos plásticos que estão sufocando os oceanos, em concordância com a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030).

"Mas não vamos nos iludir, precisamos fazer muito mais, juntos", enfatizou Guterres, antes de delinear quatro recomendações principais: investir em economias oceânicas sustentáveis; prevenir e reduzir a poluição marinha; proteger as pessoas; e mais ciência e inovação.

"Convido a todos a se unirem à meta de mapear 80% do fundo do mar até 2030. Encorajo o setor privado a se unir a parcerias que apoiem a pesquisa oceânica e a gestão sustentável, e peço aos governos que elevem seu nível de ambição para a recuperação da saúde dos oceanos". Concluindo com um provérbio suaíli: "bahari itatufikisha popote", que significa "o oceano nos leva a qualquer lugar", Guterres convocou todas as pessoas a se comprometerem com a ação oceânica.

Nosso Oceano, Nosso Futuro – O presidente da Assembleia Geral da ONU, Abdulla Shahid, disse que o oceano conecta a todos e que a Conferência seria o local para manifestar os compromissos globais. "Sou filho do oceano, mas além daqueles que olham para o horizonte azul todos os dias, toda a humanidade depende do oceano para obter metade do oxigênio que respiramos. É por isso que estamos aqui esta semana, para defender um recurso que nos manteve por toda a nossa existência", afirmou Shahid, originário das Maldivas. 

A Conferência, que acontece até 1º de julho, é liderada pelo presidente queniano, Uhuru Muigai Kenyatta, e pelo presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.

"Esperamos sair de Lisboa com uma compreensão clara das opções e caminhos de financiamento. O oceano é o recurso mais subestimado do nosso planeta", disse Kenyatta, enfatizando que os jovens precisam estar na linha de frente da discussão e que eles são parte da solução.

Ao dirigir-se ao plenário, Rebelo de Sousa disse que Lisboa é o local certo para a Conferência sobre os Oceanos porque o oceano foi essencial para transformar Portugal no que é hoje.

Novo campeão do PNUMA – A estrela de cinema e ativista dos oceanos, Jason Momoa, foi designado defensor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) para a Vida Debaixo D'água. O ator de Aquaman disse como se sentiu honrado por ter sido nomeado para promover a saúde dos oceanos. "Com esta nomeação, espero continuar minha própria jornada para proteger e conservar os oceanos e todos os seres vivos do planeta, para nossa geração e as gerações futuras".

Informação: Nações Unidas 

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