Blitz SESI da Saúde e Segurança avalia riscos no ambiente de trabalho e traça o perfil da saúde dos industriários atingidos ou não pela Covid-19
VARGEM GRANDE – Em Vargem Grande, uma indústria cerâmica instalada na cidade foi visitada na terça-feira, 22, pela equipe multidisciplinar do Serviço Social da Indústria (SESI-MA) e teve 44 colaboradores avaliados no projeto Blitz SESI da Saúde e Segurança. A iniciativa é gratuita e foi criada na pandemia da Covid-19 para apoiar as pequenas e micro indústrias maranhenses a partir de um diagnóstico de saúde e segurança, que identifica o perfil de saúde do trabalhador.
“Com a pandemia muitas pessoas ficaram com um lapso de tempo, sem buscar os serviços de saúde normalmente, sem fazer suas consultas de rotina, e a blitz veio com a ideia de a gente ir com uma equipe de saúde para dentro da indústria e fazer uma avaliação do estado geral da saúde desse trabalhador”, conta a coordenadora de Saúde e Segurança na Indústria do SESI-MA, Ana Carolina Bandeira. A gestora explica que o projeto surgiu com a pandemia, da necessidade das pequenas indústrias de monitorar melhor a saúde de seus trabalhadores.
Na Blitz, o funcionário é atendido em um circuito saúde, que engloba serviços diversos como aferição da pressão arterial, teste glicêmico, medição de peso, altura e índice de massa corporal. Dependendo dos resultados dessa primeira pesquisa e do histórico familiar do colaborador, há uma indicação para realização de exames preliminares de laboratório, como hemograma completo, entre outros, além do acompanhamento com o médico clínico geral. Também é oferecida avaliação física de bioimpedância e distribuídos itens que estimulam uma vida saudável entre os trabalhadores, como garrafa de água, álcool gel e garrafa térmica. É uma triagem completa de enfermagem, com consultas e exames de rotina voltados para avaliação relacionada a riscos de obesidade e hipertensão e algumas sequelas pós-covid que ele possa apresentar.
Roberto Carlos Silva Santos é um dos trabalhadores da indústria Cerâmica Brasil, em Vargem Grande, que fabrica cerca de 700 milheiros de tijolos mensalmente e foi atendida pelo SESI, esta semana. Entre limpar fornos, carregar caminhões e operar uma empilhadeira, ele ainda encontrou um tempo para se consultar. "Eu faço de tudo aqui e é muito bom saber como a gente está, se está tudo bem comigo. A gente agradece à empresa e ao SESI por estarem cuidando da nossa saúde".
A gerente da fábrica, Ana Lúcia Mendes, disse que o apoio do SESI valoriza os colaboradores e é fundamental para manter a saúde de toda a empresa, especialmente no pós-pandemia. “O SESI dá uma assistência muito grande aos trabalhadores aqui, da nossa região, dá um norte de como devemos proceder e de como lidar com eles aqui na fábrica. É de suma importância essa ação, pois sabemos que o trabalhador saudável trabalha bem melhor e, pelo SESI, eles têm um atendimento integral, fazem exames, passam pela nutricionista. Estou gostando muito”.
RISCOS E SOLUÇÕES – As empresas têm ainda orientações para gerenciamento de riscos que são próprios da atividade. A engenheira de segurança no trabalho do SESI-MA, Mariana Braga, explicou que, em uma cerâmica, os principais riscos para quem trabalha no ramo são ruídos, sílica livre, calor e vibração. O ruído, devido aos maquinários que existem dentro da empresa. O calor, porque tem o forneiro, que mantém contato direto com a parte quente do forno, no manuseio, jogando a lenha.
A vibração, pois existem muitos equipamentos dentro das empresas cerâmicas que causam vibração, principalmente, a pá carregadeira. E tem a sílica, que é um risco principalmente para o oleiro, o marombeiro que que faz a preparação da massa da cerâmica, pois essa massa contém argila, que por sua vez, contém sílica, elemento considerado cancerígeno, dependendo do contato e da forma de exposição ao produto.
Todo levantamento é registrado no programa de gerenciamento de riscos da empresa e, no caso das indústrias cerâmicas, por exemplo, há uma solução para cada risco, que deve ser inclusa no planejamento da indústria. “A gente pode fazer uma medição para ter o controle e saber, por exemplo, se o ruído está acima do limite tolerável ou se há sílica nessa exposição do trabalhador com a argila, na hora da preparação da massa ou se no manuseio de um equipamento o empregado está exposto a um nível de vibração além da tolerância. Com base nisso, é traçado um plano de ação mais específico para a empresa, que inclui orientações, treinamentos e informações”.
A coordenadora de SSI do SESI, Ana Carolina Bandeira, lembrou que o objetivo da Blitz SESI de Saúde e Segurança é fortalecer a empresa e o trabalhador na segurança do trabalho e que o projeto é realizado não só no ramo da construção civil, que inclui as cerâmicas, mas em vários segmentos da indústria, com a parceria dos sindicatos. “O projeto é focado em micro e pequenas indústrias e a gente buscou atender alguns ramos de atividades em parceria com os sindicatos, a exemplo de Vargem Grande, que a gente focou nas cerâmicas. Mas já atendemos também em outros polos, como Itapecuru-Mirim, em algumas empresas de bebidas em Chapadinha, e muitos outros”.
A vantagem do projeto é que ele acontece in loco, a equipe vai na empresa e o trabalhador é atendido sem precisar se ausentar do local de trabalho. Ali mesmo ele já pode ter uma visão geral da sua saúde e ser orientado e encaminhado para cuidados mais específicos, para outras especialidades, caso seja necessário.
Informação: Fiema
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