Há oportunidades abertas para financiamento de projetos em diversas áreas, de bioeconomia à transformação digital
SÃO LUÍS - O Finep Day é um dos encontros mais importantes para o fomento à inovação no Brasil. Em São Luís, foi realizado nesta segunda-feira (25/03) por meio do Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC/FIEMA) em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e do Escritório de Inovação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). O evento contou com a palestra magna de Zil Miranda, especialista em políticas e indústrias da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que abordou a neoindustrialização do Brasil e do Maranhão.
O Finep Day é um encontro que tem como objetivo promover o intercâmbio de conhecimento, networking e oportunidades de negócios. O vice-presidente executivo da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), Luiz Fernando Renner, que representou o presidente Edilson Baldez na ocasião, disse que a FIEMA apoia e incentiva todas as iniciativas de alta importância para a economia maranhense como esta, fruto de estreita parceria com a UFMA.
“A FIEMA e seus parceiros entendem que não existe desenvolvimento sem maciços investimentos para construção de uma base sólida para inovação dos negócios. Recursos são imprescindíveis para dar mais competitividade às empresas e, consequentemente, incentivar o crescimento econômico sustentado e favorecer as competências e vocações do país”, falou Renner. Ele destacou ainda o papel que tem o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), por meio de seus 28 Institutos SENAI de Inovação no país, com mais de 2 mil projetos no valor superior a R$ 2 bilhões. “A Rede foi criada para atender a indústria nacional com foco na pesquisa aplicada para desenvolver produtos e soluções customizadas para as empresas”, lembrou.
Francisco Gaspar, coordenador de Tecnologia e Inovação do SENAI Maranhão, ministrou a palestra “SENAI na prestação de serviços em tecnologia e inovação”. Gaspar falou das consultorias e serviços tecnológicos que o SENAI Maranhão oferece, dos investimentos nas bases tecnológicas das unidades do Distrito Industrial, da ordem de R$ 11 milhões, e em Balsas, R$ 8 milhões. Ele explicou sobre o trabalho nas cadeias produtivas da juçara e do coco verde no programa socioambiental da Petrobras, da Plataforma de Inovação para a Indústria, da rede Senai de Inovação e do Hub Senai de Inovação e Tecnologia, que será inaugurado ainda este ano na unidade do Monte Castelo.
O reitor da Universidade Federal do Maranhão, Fernando Carvalho, ressaltou que o Finep Day é uma oportunidade para mostrar os 11 editais e chamadas que foram lançados pela Finep para o desenvolvimento de inovação da Indústria. “A UFMA se coloca como parceira para elaboração dos projetos que serão encaminhados à Finep e ao BNDES. Os empresários precisam aproveitar esse momento para captação de recursos”, frisou o reitor, acrescentando que a UFMA criou o Escritório de Projetos de Inovação e que em abril será inaugurado o Laboratório de Inteligência Artificial. Essa infraestrutura está disponível ao empresariado para que sejam elaborados projetos focados nos no setor industrial.
NOVA INDÚSTRIA BRASIL - Zil Miranda, especialista em Políticas e Indústrias da Confederação Nacional da Indústria (CNI), proferiu a palestra magna do Finep Day com o tema “Um panorama da neoindustrialização brasileira e do estado do Maranhão”. Ela realçou a importância da integração e da articulação do governo, da academia e do setor produtivo para a atividade econômica, a inovação e para o desenvolvimento da sociedade como um todo, como estava ocorrendo no Finep Day em São Luís.
“A política industrial é basicamente a ação do governo em busca da transformação estrutural da economia e isso se faz, por exemplo, com investimento pesado em pesquisa e desenvolvimento, incentivos e condicionalidades (contrapartidas)”, explicou se referindo à Nova Indústria Brasil (NIB). Ela informou que há mais de 2.500 políticas de industrialização no mundo e que quase 50% estão sendo colocadas em prática no Estados Unidos, China e países da União Europeia. “Isso mostra que o mundo está travando uma competição e que o Brasil não pode ficar à margem desse movimento”, destacou.
Apesar da desindustrialização precoce vivida pelo Brasil na década de 80, o setor industrial ainda é muito importante, por exemplo, por oferecer os melhores empregos e salários, gerar 46% das exportações e concentrar mais de 62% do investimento empresarial em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Outro fator positivo é que o Brasil está bem-posicionado na agenda global de sustentabilidade, como reservas minerais e matriz energética limpa.
A Nova Indústria Brasil possui seis missões que necessitam do engajamento público-privado. “Estamos no processo de detalhamento dos nichos de cada missão para saber onde é mais estratégico para o Brasil fazer as suas apostas. Tem recursos disponíveis, como o Brasil Mais Produtivo, e precisamos ter os projetos”. Zil chamou a atenção que a indústria de transformação do Maranhão representa 12% nas exportações do país, com destaque para metalurgia (6%) e papel e celulose (6%). Esses são nichos que o Maranhão pode focar para diminuir a pegada de carbono, por exemplo. “São vários os instrumentos que a Nova Indústria Brasil possui e é necessário hierarquizar aqueles que são mais estratégicos ao Maranhão e dar celeridade”, recomendou Zil.
EDITAIS FINEP - Ronaldo Gomes Carmona, assessor da diretoria de Inovação da Finep, falou sobre “O desafio da reindustrialização nacional: o Programa Mais Inovação na Nova Indústria Brasil”. São 10 chamadas e um edital abertos. Carmona disse que a tentativa de fazer a reindustrialização ancorada na inovação é o que o mundo inteiro está fazendo e que o Brasil está em meio à atualização da sua estratégia de Ciência, Tecnologia e Inovação. Um dos quatro eixos é a reindustrialização em novas bases e apoio à inovação nas empresas.
Carmona lembrou que duas medidas foram tomadas nessa direção: redução de juros de projetos de inovação e sanção da lei que recuperou R$ 4,18 bilhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Com o descontingenciamento do Fundo, foram investidos R$ 10 bilhões em inovação em 2023, um recorde histórico. Desse total, R$ 4,18 bilhões foram de recursos não-reembolsáveis. Para 2024, a previsão é de R$ 6,5 bilhões que as empresas não precisam devolver.
Já o gerente regional Nordeste da Finep, Ossi Ferreira, falou sobre “Os instrumentos da Finep em apoio à inovação”. Ele discorreu sobre todos os tipos de financiamento da Finep além dos recursos não-reembolsáveis, como crédito direto e indireto, crédito de subvenção, centelha, Tecnova, Fundos Inovar, Finep Inova Empresa, entre outros. Ossi explicou quais as áreas, regras e valores disponíveis em cada chamada ou edital destinado às empresas.
Mikele Cândida Sousa Sant’Anna, diretora de gestão da Inovação e Serviços Tecnológicos da AGEUFMA, falou sobre “O papel das ICTs na inovação do setor privado.” Mikele disse que enquanto Instituição Científica e de Inovação Tecnológica (ICT) um dos objetivos é que os pesquisadores consigam entender as dores do setor privado e desenvolver parcerias para que a nossa indústria se torne mais competitiva. Durante o Finep Day foi lançada a plataforma “Conheça a UFMA”, que objetiva dar suporte para o desenvolvimento da inovação no setor produtivo do Maranhão. O sistema foi apresentado por Johnny Correia, pesquisador e servidor da UFMA.
Mais detalhes sobre os editais e oportunidades de financiamento de projetos voltados para as empresas podem ser obtidas diretamente nas instituições parceiras citadas no texto.
Informação: Fiema
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