Se você está acompanhando as redes sociais ou assistindo à televisão, é provável que tenha se deparado com momentos em que alguma reportagem da TV Globo foi interrompida no Rio Grande do Sul.
Ao som de “Globo lixo” e com William Bonner sendo questionado diretamente pela população, essas interrupções mostram as dificuldades que a emissora enfrenta para fazer a cobertura das enchentes — inclusive tendo que disfarçar o microfone dos repórteres.
A relevância: A Globo é a 2ª maior rede de TV do mundo e a líder absoluta no nosso país, alcançando 70 milhões de brasileiros todos os dias e tendo forte influência nas percepções da população.
As prioridades do canal. O jornalismo da emissora carioca virou alvo de críticas principalmente pela ampla cobertura dedicada ao show da Madonna no Rio de Janeiro no dia 4 de maio.
Para além de qualquer discussão ideológica, é fato que, durante o 1º final de semana do mês, GloboNews, Jornal Nacional e Fantástico tiveram como foco principal a apresentação da popstar.
Foram diversas entrevistas e reportagens especiais, além de uma superprodução para transmitir ao vivo o show de mais de duas horas para todo o país.
Ao mesmo tempo… O Rio Grande do Sul já tinha decretado estado de calamidade pública desde o dia 1º, e as mortes na data da apresentação eram de 55, com mais de 70 desaparecidos e 1 milhão de casas sem água.
Outro ponto de críticas foi a tentativa de jornalistas da Globo de desmentir uma reportagem do SBT que mostrava caminhões carregados de doações sendo multados pela Agência Nacional de Transportes — e que acabou sendo reconhecida pela própria agência.
Correndo atrás do prejuízo 🏃
Com as críticas tomando conta das redes, a Globo decidiu reformular sua programação, deslocando profissionais e dando destaque à tragédia no RS em grande parte de seus conteúdos.
William Bonner foi para Porto Alegre apresentar o Jornal Nacional in loco, assim como Patrícia Poeta e outros repórteres experientes;
O Profissão Repórter que mostraria os bastidores do show da Madonna foi cancelado e se dedicou às enchentes;
O Domingão com Huck foi apresentado ao vivo — algo raro para o programa —, focado exclusivamente na situação do RS.
O resultado: A audiência subiu com a cobertura especial das enchentes. O Jornal Nacional, por exemplo, teve a maior audiência do ano com 26 pontos no PNT — mais de 18 milhões de pessoas assistindo.
Bottom-line: Apesar da TV ainda ser o principal meio de acompanhar notícias para a maior parte da população, somados, as redes sociais e sites já passaram o formato no consumo de informações.
Ao mesmo tempo, 43% dos brasileiros diz confiar na maior parte das notícias a maior parte do tempo — um número que caiu 5 pontos percentuais e que enfrenta queda ano a ano.
Informação: The News
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