Com o projeto, alunos da rede pública de ensino foram incentivados a fabricar sabão com óleo de cozinha usado
Pesquisas afirmam que o descarte de óleo de cozinha residual de maneira incorreta pode ocasionar problemas econômicos e ambientais, com risco para a flora, a fauna e a microbiota do meio ambiente. A Lei Federal nº 9605/98 já qualifica que o descarte de óleo ou outros resíduos de maneira inadequada como crime ambiental, de maneira que pode contaminar corpos hídricos, impossibilitando o consumo humano, além de também originar problemas socioeconômicos, como o entupimento dos canos de esgoto e o encarecimento do tratamento da água.
No Centro de Ciências de Chapadinha (CCCh), o professor Pedro Augusto de Oliveiro Morais e o discente Ray Araújo Costa Sousa desenvolveram um projeto de extensão com o objetivo de evitar o descarte inadequado do óleo no meio ambiente. A proposta do projeto “Fabricação de sabão no Laboratório de Química: estimulando o cuidado com meio ambiente”, que ocorreu durante um ano, foi a fabricação de sabão feito de óleo de cozinha. A iniciativa foi realizada no Laboratório de Química e Fertilidade do Solo, no CCCh, e em escolas públicas do município de Chapadinha e região.
O projeto foi realizado com oficinas teórico-práticas para ensinar a fabricação de sabão com óleo de cozinha usado. Nas oficinas, os estudantes foram orientados sobre os danos ambientais causados pelo descarte inadequado de óleo e os benefícios ecológicos da sua reutilização. Cada estudante preparou seu próprio sabão para uso pessoal ou para uso nas próprias escolas.
Pedro Morais, que coordenou o projeto, defende a capacitação de jovens como um meio de estimular a consciência ambiental, além de contribuir para a geração de renda. “A reutilização desse óleo no preparo de sabão é essencial não só para minimizar os impactos ecológicos, mas também para potencialmente gerar renda para as comunidades. Oferecer oficinas de capacitação para estudantes do ensino médio e fundamental pode aumentar a consciência ambiental e disseminar o conhecimento sobre a produção de sabão ecológico para diversas famílias”, pontua o professor.
Para o discente de agronomia Ray Araújo Costa Sousa, bolsista do projeto de extensão, é gratificante contribuir com a conscientização de outras pessoas. “O projeto de fabricação de sabão ecológico é, sem dúvidas, um projeto significativo na vida dos estudantes e na minha. A busca pela conscientização é sempre válida e tive o prazer de mostrar para todos os envolvidos. Os resultados dessas oficinas são pessoas mais conscientes e responsáveis com o meio ambiente, desde uma simples ação de armazenamento correto do óleo já utilizado tem um impacto positivo. Agradeço muito os momentos que presenciei ao decorrer desse projeto", declarou o bolsista.
Durante o período em que o projeto “Fabricação de sabão no Laboratório de Química: estimulando o cuidado com meio ambiente” foi desenvolvido, cerca de duzentas pessoas foram atendidas.
A fabricação do sabão
Para a segurança dos estudantes, o sabão era preparado em uma garrafa PET de 500 ml.
Em cada garrafa, são adicionados 200 ml de óleo filtrado, adicionando cuidadosamente e lentamente uma solução de hidróxido de sódio (NaOH). Após a adição, a garrafa é fechada e agitada por vinte minutos. A cada minuto de agitação, os alunos abrem a garrafa para liberar os possíveis gases produzidos na reação de fabricação de sabão. Ao final dos vinte minutos, o sabão é deixado em descanso por uma semana e está pronto para o uso.
O óleo utilizado na fabricação do sabão ecológico foi fruto de doações de estabelecimentos alimentícios do próprio município. Durante as oficinas, os alunos foram incentivados a preparar sabão em suas próprias casas ou na escola.
A reutilização do óleo de cozinha para fabricação do sabão ecológico é uma alternativa de baixo custo, que diminui os impactos ambientais e movimenta a economia, trazendo o retorno da ciência para o bem-estar social, ambiental e econômico.
Informação: UFMA
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