terça-feira, 17 de junho de 2025

São Luís, MA - A primeira edição do Festival Bumba Meu Mapping, realizada no dia de Santo Antônio, na última sexta (13/6), na Praça Deodoro, superou todas as expectativas e consolidou-se como um marco na integração entre tecnologia e tradição cultural maranhense.

O evento, que transformou a fachada da quase bicentenária Biblioteca Pública Benedito Leite em uma tela viva de luz e cores, atraiu centenas de pessoas que lotaram o Centro Histórico de São Luís para testemunhar um espetáculo inédito de vídeo mapping, tendo o Bumba Meu Boi como personagem principal.

A noite foi marcada pela fusão perfeita entre a ancestralidade do Bumba Meu Boi e a modernidade da arte digital, proporcionando uma experiência sensorial e emocional única ao público. As projeções mapeadas, criadas por artistas de renome nacional e internacional, deram nova dimensão às manifestações culturais maranhenses, como o Bumba Meu Boi, o Tambor de Crioula e o Cacuriá, encantando espectadores de todas as idades.

"O Festival superou nossas expectativas. Ver a Biblioteca Benedito Leite transformada em uma tela gigante de arte, contando nossa história e valorizando nossa cultura através da tecnologia, foi emocionante. A resposta do público foi extraordinária", destacou Rogério Pereira, da Acústica Produções Criativas, idealizador do evento.

A curadoria do renomado VJ Spetto, um dos pioneiros do videomapping no Brasil e responsável pelas projeções da cerimônia das Olimpíadas Rio 2016, garantiu a qualidade artística das obras apresentadas. A mostra competitiva reuniu mais de 20 trabalhos de artistas digitais do Maranhão e de outras partes do mundo, avaliados por um júri especializado que incluiu nomes como Carol Santana e Vini Fabretti.

O Festival Bumba Meu Mapping é uma realização do Ministério da Cultura, por meio da Lei Paulo Gustavo e do Governo Federal, com apoio da Secretaria de Cultura do Governo do Maranhão. A produção é da Acústica Produções Criativas, empresa genuinamente maranhense.

VENCEDORES DA MOSTRA COMPETITIVA - O júri anunciou os vencedores da Mostra Competitiva, premiando os trabalhos que mais se destacaram pela criatividade, técnica e conexão com a cultura local. Geraldo Gonçalves conquistou o prêmio de Melhor Mapping com a obra "Mapping Colonial", enquanto VJ Cria recebeu o troféu de Melhor Conexão com a Cultura Local pelo trabalho "Boitrança". O grupo Corrocobó foi reconhecido como Mapping Revelação com "O Rastro da Serpente", e Jonathan R. de Almeida recebeu Menção Honrosa por "Conceição e o Bumba Meu Boi". A organização do festival agradeceu e parabenizou todos os artistas participantes por contribuírem para essa grande celebração da arte digital e da cultura maranhense.

PARTICIPAÇÃO ACADÊMICA: IFMA PRESENTE NO FESTIVAL - Um dos destaques da Mostra Competitiva foi a participação da turma do 7º período da Licenciatura em Artes Visuais do IFMA – Campus Centro Histórico, que apresentou a obra "Encantarias na Biblioteca". A criação deu vida a personagens emblemáticos do Bumba Meu Boi – como o Cazumba, Pai Francisco, Mãe Catirina e o próprio Boi – em uma narrativa que mesclou tradição, oralidade, memória e arte digital.

O projeto foi desenvolvido nas disciplinas Poéticas Contemporâneas, ministrada pelo Prof. Régis Oliveira, e Linguagem e Narrativa Cinematográfica, da Profa. Ana Patrícia de Freitas Choairy, com orientação sonora do Prof. Robson de Melo Nogueira e animações de Emerson Sousa da Conceição, pai de uma das alunas. A turma se inscreveu como ALAV (Alunos da Licenciatura em Artes Visuais), representando o IFMA ao lado de artistas de todo o Brasil.

"A proposta surgiu como oportunidade concreta de aplicar os conhecimentos teóricos e práticos em sala", explicou o Prof. Régis Oliveira. Já a Profa. Ana Patrícia destacou que "experiências como essa são fundamentais para fortalecer a autonomia criativa dos alunos". Para a estudante Isabela Magalhães, a experiência foi gratificante: "Apesar dos percalços, conseguimos entregar o planejado. Foi gratificante!"

A diretora da Biblioteca Pública Benedito Leite, Aline Nascimento agradeceu a parceria. “Vocês deram um verdadeiro show! As apresentações, a produção e a dedicação de todos foram excelentes. Parabéns pelo lindo trabalho e muito obrigada por escolherem a Biblioteca Pública Benedito Leite como cenário. Isso é muito importante para nós, pois dá mais visibilidade à nossa Biblioteca”, destacou a diretora.

Além das projeções, o público pôde apreciar apresentações culturais que enriqueceram ainda mais o evento, como o Boi de Maracanã e o Boi de Santa Fé, dois dos mais tradicionais grupos de Bumba Meu Boi do estado. A Batalha de MCs também agitou a praça, trazendo o elemento urbano para dialogar com as tradições populares.

Outro ineditismo do festival foi utilizar como equipamento de sonorização uma tradicional radiola de reggae maranhense, foram dois paredões que fizeram um diferencial a mais na arquitetura do lugar.  “A radiola é de 1982, agora eu já estou no movimento do reggae desde os anos 70. Nós trabalhamos com o reggae e fomos contratados e alugamos a radiola para sonorizar o festival. Foi uma parada e uma experiência diferenciada, bacana, legal e podemos apresentar para muita gente que não conhecia uma radiola de reggae”, destacou o dj Natty Nayfson, que pela primeira vez deixou as pedras de lado para ver a magia das imagens projetadas pelo vídeo mapping.

LASERS – Além da fachada da biblioteca, postes, os paredões de reggae e até mesmo as árvores da praça Deodoro não deixaram de receber as intervenções visuais durante o festival com lasers e luz que levaram o público a uma imersão criativa. Essa produção foi assinada pelo VJ mineiro Rafael Cançado, o Homem Gaiola, que trouxe diferentes linguagens visuais conectadas que criaram experiências inesquecíveis com o laser mapping, técnica em que Rafael é pioneiro e reconhecido como um dos principais nomes da arte do mapping no Brasil.

INCLUSÃO, DIVERSIDADE e TURISMO- O festival também se destacou pela inclusão de diferentes públicos. A programação resultou na inclusão dos públicos de todas as idades tanto nas brincadeiras e projeções culturais, ampliando o alcance e o impacto social do evento. As "fachadas iluminadas" foram mencionadas como um dos elementos que marcaram as celebrações juninas em São Luís, demonstrando como o festival já se integrou ao calendário cultural da cidade.

O festival, que já havia oferecido workshops gratuitos de vídeo mapping nos dias 11 e 12 de junho, deixa um importante legado para a cena cultural e tecnológica de São Luís. "Queremos que o Bumba Meu Mapping se torne referência no calendário cultural do Maranhão e do Brasil, colocando São Luís na rota dos grandes festivais de arte digital do país", afirmou VJ Spetto, curador do festival.

“As projeções de luz e arte popular foram um espetáculo lindo demais. Eu vim comemorar o São João com meu filho Derick Henry de apenas quatro anos que desde o ano passado gostou de ser miolo de boi e ganhou até um boizinho e assim pago a minha promessa que fiz quando ele nasceu e pegou Covid com apenas 30 dias”, destacou a professora Flaviane Vale.

Quem também não poupou elogios pela energia vibrante e organização do evento foi a turista de São Paulo, a psicóloga Maria Júlia. “Esse é o segundo ano que venho ao Maranhão apreciar o São João. Cheguei na cidade há dois dias e vi uma notícia do Festival. E tô super feliz porque acho que deu match essa mistura do tradicional, dos bois raízes né com a projeção, esse show de luz e som que pulsa no nosso coração a cada batida e cada cena. Uma experiência sensorial e culturalmente muito rica”.

SOBRE O VIDEOMAPPING - A projeção mapeada, ou videomapping, é uma técnica que transforma superfícies irregulares em telas dinâmicas para vídeos e imagens estáticas. Por meio de softwares especializados, a imagem é adaptada com precisão à superfície escolhida, utilizando projetores de alta potência. O resultado é um espetáculo visual que altera a percepção do espaço físico, criando ilusões óticas e novas narrativas visuais.

Informação: Assessoria de Comunicação

Fotos – crédito VJ BANG

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