terça-feira, 5 de maio de 2015
FOTO: Internet
Vem pro Maranhão

Diante de tantas polêmicas criadas nos últimos dias nas redes sociais e depois em veículos de imprensa, a partir da publicação de uma matéria com cartões postais do Maranhão na Revista Caras, fiz algumas reflexões e gostaria de compartilhar. Talvez a condição de jornalista, e também de bacharel em Turismo, me permita trazer contrapontos que propõem uma visão mais ampla e tão crítica quanto as já feitas pelos demais colegas da imprensa.

A movimentação turística do Maranhão, sobretudo de São Luís, é tema de discussão constante entre os empresários do setor, profissionais e poder público. Muito se discute sobre os motivos dos números decadentes da ocupação hoteleira e da falta de investimentos públicos e privados no setor, por exemplo. Mas, é unanimidade o entendimento de que para atrair turistas é necessário promover, e promover é levar para além do Maranhão as inúmeras possibilidades que o visitante tem para decidir vir para cá.

É fácil elencar alguns motivos que fazem com que o Maranhão esteja aquém de onde deveria estar em visibilidade positiva. Estamos no cenário da imprensa nacional, mas com notícias negativas, onde parte das nossas mazelas está sempre exposta em horário nobre, ressaltando os piores números em desenvolvimento que o país tem, entre outros. 

Nesse contexto, pergunto se realmente é relevante discutir se uma das lagoas do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses foi “batizada” ou não com o nome de uma atriz global, durante a visita da mesma em uma ação quem teve o objetivo único e exclusivo de levar para o Brasil e para o mundo, imagens dos exuberantes atrativos turísticos encontrados no nosso Estado.

Quanto ao resultado, seria inexequível questionar a efetividade da publicação, visto que a matéria foi produzida a partir da articulação da Secretaria de Turismo com empresários dos municípios maranhenses visitados, entre eles hotéis, empresas de receptivo e restaurantes, sem gerar nenhum ônus para os cofres do Governo do Estado. 

Podemos ir mais além, para ter um pouco mais de noção da capacidade de alcance desta iniciativa. De acordo com a Associação Nacional de Editores de Revistas, a Caras é hoje a 4ª publicação semanal mais lida do Brasil, com 170 mil assinantes e uma tiragem total de 300 mil exemplares. De acordo com a editora, se contabilizar o universo Caras como um todo, seria mais de 1 milhão de visitantes únicos e 10 milhões de páginas vistas por mês, de acordo com Google Analytics, só na versão brasileira) com penetração superior ao 60% nas classes A e B, as de maior poder aquisitivo, e consequentemente, potenciais turistas.

Após estes argumentos, me sinto mais seguro para questionar: é realmente importante debater o possível “batismo” de uma das milhares de lagoas dos Lençóis, que decorrente dos fenômenos da natureza, possivelmente nem existirão na próxima temporada? Quanto custaria um anúncio com a mesma quantidade de páginas? Meu palpite é que seria, no mínimo, grande parte do orçamento anual de uma das pastas do Governo do Estado.

Este seria um momento de celebração para o Maranhão, uma oportunidade de comemorar a divulgação do nosso Estado exatamente como ele merece, com uma matéria 100% positiva, que traz 10 fotos incríveis dos nossos atrativos, estampados em seis páginas da edição especial da revista que comemorou os 50 anos da Rede Globo. Um resultado a partir da união de esforços de diversos atores que torcem por um novo turismo do Maranhão.   

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