segunda-feira, 4 de maio de 2015
Silvano A. Bezerra da Silva*

A Universidade Federal do Maranhão vive um momento de especial expectativa com a aproximação do pleito do dia 27 de maio, quando a comunidade acadêmica indicará os nomes daqueles que dirigirão os destinos da mais importante instituição universitária do estado pelos próximos quatro anos.

Muito disso que podemos chamar de “agitação” na vida da Ufma se deve à dinâmica gestão universitária empreendida por Natalino Salgado Filho, cujos efeitos se farão sentir nos eventos que marcarão esse que promete ser o processo sucessório mais disputado da história da instituição. Ao passar o barrete reitoral a seu sucessor(a), em outubro próximo, o médico nefrologista Natalino Salgado lhe entregará, também, os destinos de uma instituição federal alterada, e para melhor, em todos os domínios da atividade universitária.

Em oito anos de administração de Natalino Salgado, a Ufma experimentou um processo de crescimento apenas comparável àquele tocado por reitores que impuseram seus nomes à história da vida universitária nacional, por dedicação extrema aos ideais universitários, como é o caso de Zeferino Vaz, da Unicamp, e Linaldo Cavalcanti de Albuquerque, da UFPB e ex-presidente do Cnpq. Quem participa da vida da Ufma sabe, perfeitamente, o quão diferente está, hoje, a instituição daquela de 2007, quando Natalino Salgado iniciou o seu trabalho. Basta ter em vista que foi graças à política universitária agressiva implementada pelo ex-diretor do Hospital Universitário, que a Ufma ostenta dados expressivos de crescimento ao findar a sua jornada reitoral. A Ufma ampliou a oferta de novos cursos de graduação e de pós-graduação; o número de alunos mais do que duplicou; construiu-se e reformou-se diversos prédios do campus de São Luís; foram construídos novos campi no continente; ampliou-se muito a ação da educação a distância; a Ufma participa de diversos projetos de educação no Maranhão; a instituição implantou e vem implantando modernos instrumentos de trabalho etc. As mudanças, para melhor, foram em número tão expressivo que não caberiam no espaço deste artigo.

E não foi sem razão a proeza de este administrador público ter sido reconduzido ao segundo mandato com a impressionante aprovação de cerca de 80% da comunidade universitária – um feito que mereceu encômios do ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, porque, até então, nenhum reitor brasileiro havia alcançado tal índice de aprovação de sua gestão. As realizações desse que é tido por muitos, inclusive por mim, como o maior reitor dessa instituição de ensino superior, criam para os que disputam sucedê-lo verdadeiros dilemas, alguns de difícil resolução.

Para onde quer que miremos nos embates a serem travados durante a campanha sucessória haverá uma sombra omnipresente: a de Natalino Salgado Filho. Para uns, a sombra servirá de abrigo, conforto e estímulo. Para os candidatos apoiados por Natalino Salgado resta a tarefa árdua de dar continuidade ao processo de crescimento experimentado em sua administração. Mas também, para esses, persistirá o pesado desafio de superar os índices alcançados pela atual gestão da Ufma. Para os demais pleiteantes ao cargo de reitor da Ufma, a extensão de sua estatura de grande administrador, que se projeta por todos os espaços da instituição, produz e continuará produzindo efeitos diferentes.

Os candidatos de oposição à chapa apoiada pelo atual reitor, ou seus representantes, que já anunciaram candidaturas, todos, invariavelmente, precisarão, à maneira dos movimentos iconoclastas do medievo, de destruir, e com furor, a imagem de Natalino Salgado Filho. Isso, aliás, já vêm fazendo, pela imprensa, por blogs e redes sociais. Porque esta é a “sombra” que os apavora, e, portanto, é preciso “demolir” a excelente imagem de Natalino Salgado, para obter alguma vantagem eleitoral. Em razão disso, não é difícil prever que serão raros ataques aos candidatos apoiados pelo atual reitor, durante a campanha.

Se algum dos candidatos de oposição lograr êxito na consulta à comunidade, terá pela frente, ao longo do exercício reitoral, o gigantesco desafio de provar, por a+b, que fará melhor, com mais competência e eficiência, que Natalino Salgado Filho – a quem criticaram, muitas vezes lançando mão de mentiras e insultos. Se assim ocorrer, desejo-lhes muita sorte, nesta empreitada que será, pelo enorme grau de dificuldade que encerra, semelhante a uma cruzada.

*Professor doutor do Departamento de Comunicação Social, da UFMA, e diretor-geral das TVs Ufma.

0 comentários:

Postar um comentário