quarta-feira, 8 de junho de 2016
Com ruas sujas e filas, Amsterdã quer combater o excesso de turistas
Dezessete milhões de turistas invadem a cada ano as ruas de Amsterdã. Cidadãos e políticos estão preocupados, porém, com essa avalanche –a ponto de o prefeito pedir que os visitantes passem a se hospedar fora da capital holandesa.
Na cidade dos 165 canais, o número de turistas aumenta 5% ao ano e "poderia alcançar os 23 milhões em 2025", segundo Sebastiaan Meijer, porta-voz do conselho municipal de turismo.
"Não é nenhuma surpresa. Investimos cerca de € 12 bilhões (R$ 47 bilhões) em cultura, com a renovação do Rijksmuseum, do museu Marítimo e do museu de Cinema de Amsterdã", explicou o porta-voz da equipe de marketing da cidade, Machteld Ligtvoet. "As pessoas querem visitar Amsterdã."
As filas se alongam, as ruas ficam cheias e os restaurantes, hotéis e estacionamentos ficam lotados a um ponto que fez a cidade diminuir seus gastos com divulgação, diz Daniël Peters, líder do Partido Socialista.
O prefeito, Eberhard van der Laan, pediu que os 6,8 milhões de visitantes que passam mais de um dia em Amsterdã passem a se hospedar também fora da capital –em Roterdã, Haia ou Utrecht. "Não devemos fazer mais nada para atrair turistas", declarou ao jornal "Het Parool".
Mesmo que o turismo gere em torno de 100 mil empregos e os turistas tenham gastado € 10,2 bilhões em todo o país em 2014, alguns moradores de Amsterdã acreditam que o preço a se pagar é alto demais devido à sujeira das ruas e aos problemas de circulação e mobilidade.
Para muitas dessas pessoas, os inconvenientes do turismo superam os benefícios. A circulação de ônibus turísticos e bares sobre rodas no centro histórico, com vias estreitas, gera estresse e agressividade.
Os políticos e cidadãos da capital holandesa acreditam que é preciso expulsar os ônibus do centro e facilitar os estacionamentos fora da cidade. Também querem acabar com os abusos no aluguel de apartamentos entre particulares em páginas como Airbnb.
A redução das filas nos museus é outra medida no horizonte. A casa de Anne Frank, famosa por suas intermináveis filas de espera, optou recentemente por um sistema de visitas com agendamento de horário predeterminado no momento da compra, assim como fazem numerosos museus por todo o mundo.
Mais informações:http://www1.folha.uol.com.br/turismo/2016/06/1778974-com-filas-e-ruas-lotadas-amsterda-desestimula-o-fluxo-de-turistas.shtml
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