sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
Inaugurações de praça, entrega de cais, lançamento de selo, certificação social, homenagens aos mestres de construção naval marcaram nesta quinta-feira (15) as comemorações pelos 10 anos do Estaleiro Escola. Por meio do trabalho que o Governo do Estado vem desenvolvendo no estaleiro, o Maranhão tem preservado o conhecimento tradicional do seu povo, que é a arte de construir embarcações de madeira. O evento, organizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), foi coordenado pelo secretário Jhonatan Almada e contou com a presença da comunidade e de várias autoridades, entre elas o ex-ministro de Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, e da presidente do Instituto Jackson Lago, Clay Lago.

“Aqui nós preservamos o conhecimento sobre as embarcações artesanais, tradicionais do nosso estado. E o governo Flávio Dino incorporou esse equipamento e transformou em uma unidade vocacional do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, Iema, que oferece educação profissionalizante beneficiando, sobretudo, moradores da área Itaqui Bacanga”, disse Jhonatan Almada após descerra a plana de inauguração da Praça Mestre Pedro Alcântara, que conta com uma área de playground para brincadeira das crianças da comunidade do Sitio do Tamacão onde o estaleiro está instalado.

Investimentos

O Governo do Estado está investindo grande volume de recursos no estaleiro, melhorando toda sua estrutura, gerando novas oportunidades de formação e emprego e garantindo que a escola continue a escrever sua própria história. “O estaleiro já formou muita gente nesta região e de todo o Maranhão, mas a grande contribuição dele é que todo conhecimento de embarcações tradicionais do Maranhão está preservado nestas salas aqui. Não só o conhecimento do ponto de vista da materialidade deste conhecimento, mas os mestres de ofícios que trabalham aqui e que são a alma do estaleiro” observou o secretário.

Felipe Andrés, diretor do Estaleiro Escola, destacou que as embarcações artesanais são a base de economias regionais importantes, como a pesca artesanal, o transporte de passageiro e cargas pelo litoral e que são a subsistência para milhares de famílias. “Quando fizemos uma pesquisa em 1986 ficamos muito chocados porque descobrimos que os mestres idosos que tinha esse conhecimento, morrendo não deixavam quase ninguém no lugar deles. O estaleiro surge como importante instrumento para preservação desse conhecimento”, observou.

A intenção do governo é continuar investindo no local. Está prevista a reforma da Casa de Ana Jansen, uma ruina que fica ao fundo do estaleiro. Os recursos já estão assegurados e o secretário informou que a obra deverá ser iniciada no primeiro semestre do próximo ano. A casa será transformada em uma escola de pesca para formação de pessoas da região e de todo o Maranhão.

O ex-ministro de Ciência e Tecnologia disse que vê com alegria o trabalho que o Governo do Estado vem fazendo no Estaleiro Escola, o que mostra que a semente plantada em 2006 foi bem plantada e que hoje está dando frutos. “Trabalhamos no sentido de desenvolver a ciência e tecnologia na região Nordeste e aqui tem um bom exemplo de reprodução e preservação do conhecimento. Estou muito feliz de participar desse momento”, disse Roberto Amaral após descerrar a placa do Cais Antônio Bruno P. Nogueira (Nhozinho), mestre de embarcação já falecido e que foi homenageado pelo governo pelo que representou para o Maranhão.

Como parte das comemorações, também foi inaugurada a sala “Minha Gente Maranhão”. O espaço é um local onde as pessoas da comunidade vão poder participar da escola, promover reuniões e se integrar mais com as comunidades do Tamacão, Alto da Esperança, de todo eixo Itaqui Bacanga.

Após a inauguração da sala, o secretário Jhonatan Almada fez a entrega de Certificação Social e diploma homenageando e reconhecendo o trabalho dos metres de embarcações. Entre os homenageados estava o mestre José Paixão Pereira, o mestre Belo, que dedica sua vida ao ofício de construção naval. “Dos meus 72 anos, 54 são dedicados a essa arte. Para mim é motivo de felicidade essa homenagem. Todos nós estamos hoje nos sentimos reconhecidos”, disse.

A presidente do Instituto Jackson Lago, Clay Lago, se emocionou ao receber a placa de homenagem ao seu marido Jackson Lago. “É sempre uma grande emoção participar de eventos como esse. Jackson gostava muito daqui, quando era governador fazia, em alguns momentos reunião de secretário aqui. Quero agradecer a população e a todos que pesaram nesta homenagem”, disse.

Selo comemorativo

Outro ponto alto das comemorações foi o lançamento do selo personalizado em homenagem aos 10 anos do Estaleiro Escola pelo Ministério das Comunicações e Correios. O lançamento foi feito pelo diretor regional dos Correios no Maranhão, Roosevelt Pereira de Carvalho. “Os selos personalizados têm o objetivo de homenagear e divulgar os vultos históricos, as instituições, as datas comemorativas e importantes campanhas educativas governamentais”, explicou o diretor ao destacar a importância do selo.

O selo circulará no Brasil e no exterior, propagando por meio de sua imagem e legenda o tema Estaleiro Escola. O selo tem elementos característicos que rementem à história da escola. A imagem utilizada no fundo é a faixada do estaleiro, muito conhecida por todos, sendo inconfundível pela sua imponência histórica. No selo é possível ver elementos como a Rosa dos Ventos, extremamente comum em todos os sistemas de navegação, e textos e cores quentes e alegres, que representam o sentimento de quem construiu a história da escola e participa das comemorações pelos 10 anos.

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