quarta-feira, 19 de abril de 2017
Nesta quarta-feira, 19 de abril, Dia do Índio, o Porto do Itaqui recebeu uma visita especial: um grupo formado por 40 indígenas, entre os quais 15 crianças, provenientes de tribos Guajajara, Kaapor e Canela aldeados nos municípios de Barra do Corda , Grajaú, Santa Inês e Zé Doca. Todos, entre pacientes e acompanhantes, são assistidos pela Casa de Saúde do Índio (Casai) em São Luís, de onde são direcionados para atendimento em média e alta complexidade. 

O grupo foi recebido pela equipe de Responsabilidade Social da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), dentro do Programa de Visitas do Porto do Itaqui. “Ficamos muito honrados por recebê-los desse dia que é de todos nós, afinal somos todos frutos dessa mistura brasileira que tem tanto de sangue índio”, disse a gerente da área, Deborah Baesse. Segundo a coordenadora técnica da CASAI, Eliziane Santos Lima, eles próprios escolheram o Porto do Itaqui como local de celebração dessa data. “Eles passam diariamente pela praia durante o percurso entre a casa e os centros de atendimento e sempre ficaram deslumbrados com os navios na linha do horizonte”, disse ela. “Eles estavam ansiosos desde ontem para ver de perto esses navios”, completou. 

Ao chegar à sede da Emap, o grupo foi ao auditório para uma apresentação sobre o porto e suas potencialidades. Após um lanche comemorativo, embarcaram em um ônibus para conhecer de perto os navios e algumas operações do Itaqui. O programa de visitas do Porto do Itaqui, reformulado em 2017, agora recebe grupos todas as quartas-feiras, em dois turnos – manhã e tarde – e o agendamento é feito pelo site www.portodoitaqui.ma.gov.br

Retrato de uma cultura

Para Luciana, que acompanha a nora em tratamento, a visão do navio de bandeira chinesa que descarregava carvão no momento da visita foi de puro encantamento. “É muito grande!”, exclamou. “Nunca vi uma coisa assim. 

Quando eu chegar vou contar para os meus filhos e netos”. Luciana pertence à aldeia canela localizada em Barra do Corda, onde vivem cerca de 3 mil aldeados. “Lá não tem briga, violência. Todo mundo trabalha e vive em paz”, contou. Na aldeia homens, mulheres e crianças vivem entre a tradição e a modernidade. Perto do rio, mas com um poço artesiano dentro da aldeia. Compram os produtos de que precisam para comer e viver, mas também plantam arroz, milho e batata; têm uma casa de farinha e fabricam algumas peças de artesanato, como pulseiras, colares, brincos, arco, flecha e maracás. 

Gostam de comer bife e peixe assado e em dia de festa o cacique Raimundinho toca seu maracá e lidera a festa. Para o artesanato utilizam peças industrializadas e também talo e palha de buriti e pigmentos naturais, entre outros elementos. Vendem as peças também em São Luís, por meio dos contatos que fazem nas idas e vindas para cuidar da saúde.

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