terça-feira, 11 de julho de 2017
O total de ocorrências criminais registradas no Estado aumentou 6,4% de abril/2016 a abril/2017

Um estudo realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostrou que a criminalidade nos últimos meses contribuiu decisivamente para uma queda de R$ 320 milhões nas receitas do turismo em todo o estado do Rio de Janeiro. O montante equivale a 42% do total da perda do faturamento do setor (R$ 768,5 milhões) entre janeiro e abril deste ano, em comparação com o mesmo período de 2016.

Segundo estimativa da CNC, para cada aumento de 10% na criminalidade, a receita bruta das empresas que compõem a atividade turística do Estado recua, em média, 1,8%. A análise também leva em consideração outros fatores que acarretaram na queda de 7,9% no faturamento bruto do setor, como o desemprego, o aumento dos gastos dos brasileiros com viagens ao exterior, a escassez de crédito e a alta base comparativa com a geração de receitas provocadas pelos Jogos Olímpicos de 2016.

“Embora outros fatores diretamente relacionados à conjuntura econômica também ajudem a explicar a queda de atividade no turismo fluminense, inegavelmente, o aumento da criminalidade no Rio de Janeiro contribuiu para agravar a perda de dinamismo desse setor no Estado”, afirma o economista da CNC Fabio Bentes. O estudo identifica que a sensibilidade ao aumento da violência no Estado é maior nos segmentos mais dependentes do turismo, tais como hospedagem (1,9%) e transporte (2,0%).

E, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ), entre abril de 2016 e o mesmo mês deste ano, o total de ocorrências criminais registradas no Estado aumentou +6,4%. Para a CNC,  embora o turista não seja frequentemente vítima direta da maior parte dos crimes registrados, o avanço da criminalidade nos últimos meses e a consequente queda na percepção de segurança contribuíram decisivamente para a queda no nível de atividade do setor no Estado do Rio de Janeiro.

A perda de R$ 320 milhões, atribuída à violência em 2017, que equivale ao faturamento de 4,5 dias do turismo local, impactou de forma significativa o segmento de bares e restaurantes (R$ 167,2 milhões), seguido pelas atividades de transportes, agências de viagens e locadoras de veículos (R$ 105,5 milhões), hotéis, pousadas e similares (R$ 47,8 milhões) e por atividades culturais e de lazer (R$ 7,2 milhões).

Para o presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da CNC, Alexandre Sampaio, os dados vão ao encontro da realidade vivenciada pelos hoteleiros do Estado. “A violência afeta o turismo porque dilapida a imagem do Rio de Janeiro, o próprio brasileiro não quer mais visitar o Rio. Essa é uma realidade perversa, ampliada pela crise econômica do País e do Estado. E o impacto no turismo e em segmentos como hotelaria e alimentação reflete em mais de 50 segmentos da economia”, afirmou.


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