sexta-feira, 17 de novembro de 2017
Mais de 150 estudantes do Ensino Fundamental da rede pública municipal da capital assistiram, no Cine Praia Grande, a filmes de animação do projeto Festival Maranhense de Animação (Maranime) nas Escolas. As produções, exibidas na tarde desta quinta-feira (16), são de autoria dos próprios alunos, que participaram do projeto do Instituto Formação em parceria com a Prefeitura de São Luís. A atividade integrou a programação da 11ª Feira do Livro de São Luís (FeliS) realizada pela Prefeitura em parceria com o Governo do Estado.

A participação de alunos das Unidades de Educação Básica (U.E.B.) no Maranime é uma forma de ampliar o acesso ao cinema e à cultura entre os estudantes da rede municipal, assinala o secretário municipal de Educação, Moacir Feitosa. "A determinação do prefeito Edivaldo é garantir atenção integral aos estudantes e propiciar momentos de aprendizado por meio de atividades lúdicas e de estímulo à arte e à cultura, dentro e fora do ambiente escolar", declarou o gestor.

Este ano, 12 escolas da rede municipal participaram do Festival Maranhense de Animação, cuja exibição das produções marcou a culminância do projeto. Segundo a Coordenadora do Núcleo de Educação e Cultura (NEC) da Semed, Joseana Lisboa, cerca de 15 estudantes de cada escola fizeram as oficinas do Maranime e se envolveram na produção dos filmes de animação, resultando numa grande mostra, exibida não só para os alunos, mas para os gestores, professores e visitantes da 11ª FeliS.

NAS ESCOLAS

Segundo a oficineira Adriana Montenegro, do Instituto Formação, o projeto Maranime nas Escolas durou cerca de três meses, com oficinas sendo realizadas em unidades escolares diferentes a cada semana, por diversos colaboradores do instituto. "Durante as oficinas, falamos aos estudantes sobre animação e da nossa proposta, de construir filmes de acordo com a realidade deles, com temáticas escolhidas por eles", explicou Adriana Montenegro.

Ela conta que os oficineiros ensinaram os estudantes a fazerem um roteiro básico, e, a partir deste roteiro, eles construíram as histórias, fizeram as dublagens, os efeitos e trilha sonora, produziram o cenário, os personagens e também a fotografia.

Adriana Montenegro diz que cada equipe de alunos gastou, em média, nove horas para construir a animação, em três dias de produção. Cada filme tem duração média de dois minutos. No quarto dia, a produção dos estudantes foi dedicada à edição, e no quinto dia o trabalho foi exibido na escola (já editado) para gestores professores e alunos.

"A ideia do projeto é democratizar o audiovisual, construindo um circuito de produção e exibição de filmes de animações maranhenses, de modo itinerante, abrangendo as produções de adolescentes e jovens envolvidos em projetos sociais e a partir de técnicas diferentes", esclarece Adriana Montenegro.

Ela diz que os alunos utilizam objetos simples e produtos de baixo custo para suas produções, como cartolina, tesoura, régua, lápis e massa de modelar. As temáticas abordadas nas animações foram violência, preconceito racial, abuso sexual, meio ambiente, transfobia, adoção, entre outros.

Sther Gabrielli Marinho Ribeiro, de 14 anos, do 8º ano na U.E.B. Ministro Mário Andreazza, foi uma das estudantes da rede municipal que participou do Maranime. "A parte mais difícil foi fazer os bonecos, mas o resultado me surpreendeu, pois ficou muito lindo. Não pensei que eu fosse capaz de fazer", comentou a jovem. A animação criada por ela e os demais estudantes da unidade envolvidos no projeto foi sobre abuso sexual. "Criamos até uma música para a história", conta sua colega de turma, Ana Vitória Trindade Costa, 13 anos.

O Maranime nas Escolas contemplou este ano as Unidades de Educação Básica Alberto Pinheiro (Centro), Antônio Vieira (Jardim São Cristóvão), Cônego Sidney Castelo Branco Furtado (Vila Ariri), Desembargador Thales Ribeiro Gonçalves (São Cristóvão), Galileu Clementino (Santa Barbara), Menino Jesus de Praga (Planalto Vinhais), Miguel Lins (Alemanha), Ministro Mário Andreazza (Liberdade), Monsenhor Frederico Chaves (São Francisco), Núcleo de Enriquecimento para Estudantes com Características de Altas Habilidades ou Superdotação (Centro), Olinda Desterro (Vicente Fialho) e Tancredo Neves (Cidade Operária).

MARANIME

O projeto Maranime, concebido e coordenado pelo Instituto Formação desde 2009, foi reconhecido como uma das 40 iniciativas culturais de destaque em São Luís, que receberam, no ano passado, o prêmio Ponto de Cultura, concedido pela Prefeitura Municipal de São Luís, em convênio com o Ministério da Cultura.

Os Pontos de Cultura são grupos, coletivos e entidades de natureza ou finalidade cultural, que desenvolvem e articulam atividades culturais em suas comunidades e em redes, reconhecidos e certificados pelo Ministério da Cultura por meio dos instrumentos da Política Nacional de Cultura Viva (PNVC).

O projeto nasceu a partir da realização de oficinas de animação em comunidades e escolas públicas de São Luís e outras 10 cidades maranhenses. De lá pra cá foram envolvidos cerca de oito mil crianças, adolescentes e jovens em atividades de animação.

Além disso, foram produzidos 116 curtas de animação, a maioria deles publicado em DVDs e distribuídos em escolas, organizações sociais e comunidades envolvidas. Grande parte desse acervo foi produzido por alunos de escolas públicas de São Luís, potencializado a produção de bens culturais na cidade.

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