quinta-feira, 7 de dezembro de 2017
Filha de Manoel Torquato Almeida e Maria José Almeida, Maria da Graça Almeida possui a vitalidade de quem ainda tem muitos projetos para concretizar. Perto de completar sua sétima década, a idade serve para somar experiências, mas nunca para limitar suas metas. Aluna do curso de Introdução à Informática para a Terceira Idade, a segunda filha entre 4 irmãos (Leia, Mary e Manuelito) tem disposição para mais uma graduação e para muitas viagens que estão por vir. Descubra como é chegar aos 69 anos com muita vontade para continuar aprendendo conteúdos novos conhecendo um pouco sobre a vida da dinâmica Graça, como ela gosta de ser chamada! 

Conte um pouco da sua trajetória. 
Eu agradeço muito a Deus pelos meus pais. Pelo fato do meu pai ser “ex-pracinha”, ele ensinou a gente a ter muita disciplina. Ele não admitia nem a gente dizer que um vizinho era feio. Ele era muito sério, muito correto, então nós tivemos uma educação maravilhosa. Eu e meus irmãos nascemos no Centro, na Rua do Pespontão. Fiz meu jardim na escola Jardim Antônio Lobo, depois fomos para escola Modelo e terminei no Ginásio Estadual do Maranhão. Depois fui direto fazer meu curso de Técnico de Contabilidade. Também me formei em Filosofia pela UFMA. 

O que a senhora percebe de diferente entre a época em que era uma criança e a infância vivenciada nos dias de hoje?
Estou achando tudo tão diferente… Está existindo muito desamor nas famílias de hoje. Ao mesmo tempo que a tecnologia pode aproximar, ela pode distanciar também. Os pais estão dando muito cedo o celular, tablet e outros aparelhos tecnológicos para as crianças. Não percebo mais o hábito dos pais de conversar com os filhos a respeito do que aconteceu nas escolas, sobre o dia deles e outros assuntos. Vejo filhos, principalmente pré-adolescentes e adolescentes, que chegam em casa e nem falam com os pais, já vão direto para o quarto e não saem do WhatsApp. É a desarmonia o que mais percebo.

Por falar em WhatsApp, a senhora faz uso desse aplicativo?
Já desativei. Eu gosto de gente, gosto de conversar pessoalmente. Não tenho saco de ficar digitando… Eu gosto de visitar, de gargalhar junto.

Como é a sua relação com a tecnologia?
Eu não uso muito o celular, apesar de ter dois. Falo mais no fixo. Até a máquina (computador) eu não uso todos os dias. Mas sei que preciso praticar mais para ganhar autonomia e independência digital.

Quando a senhora utiliza o computador é para o quê?
Eu uso para verificar meus e-mails e muito para entrar nos sites das associações católicas das quais eu participo. Gosto de olhar vídeos no YouTube dos padres que acompanho.

Como a senhora ficou sabendo do curso de Introdução à Informática para a Terceira Idade?
Fiquei sabendo na igreja. Uma amiga minha me disse que tinham comentado na família dela. No mesmo dia eu fui ao Senac para pedir informações e na semana seguinte eu comprei a máquina (computador) e fui me inscrever. 
O engraçado foi quando começaram a passar as matérias na TV em que dei entrevista e as pessoas me abordavam perguntando o porquê de eu não ter falado desse curso antes, que eles queriam ter feito também.

E por que a senhora resolveu fazer o curso?
Em primeiro lugar, para não ficar alienada. A tecnologia está aí presente e a gente ouvir comentários e nem saber do que se trata é muito ruim. Quero estar inserida. 
Em segundo lugar, por conta da minha vontade em fazer uma outra graduação que é a graduação dos meus sonhos: Administração de Empresas. 
Eu gostaria muito de poder fazer o curso presencial, mas não sei se será possível. Então tenho que contar com a possibilidade de fazer uma graduação EAD e para isso preciso aprender a manusear o computador. E mesmo que faça o curso presencial, terei que entregar trabalhos e preciso saber como fazê-los no computador.

Por que a senhora optou pelo Senac?
Eu já conhecia a Instituição e a seriedade no trabalho desenvolvido. Fiz muitos cursos lá durante a minha carreira profissional. Muitas portas se abriram para mim com os cursos que fiz no Senac.
O curso é específico para a terceira idade justamente por ser destinado para pessoas que não vieram de uma geração que já nasceu tendo contato com essa tecnologia, com toda a matéria e a didática direcionada para esse público. O que a senhora achou da estrutura curricular do curso e das aulas?
Eu gostei! Uma didática muito boa e já conhecida por mim, pois eu já tinha feito outros cursos no Senac. Outro ponto importante foi o professor. Ele teve muita paciência conosco. Resumindo: excelente! 
Nós aprendíamos a teoria e logo vínhamos com a prática para poder exercitar e fixar o conteúdo. Ajudou muito essa forma de trabalhar.

Que habilidades a senhora conseguiu desenvolver com as aulas?
Eu ainda não estou 100%. Muito também por não ter continuado praticando na frequência que deveria, mas isso se deve ao fato de estar muito envolvida em outras atividades voltadas para minha saúde no momento. Mas aprendi a ligar e desligar a máquina, coisas elementares que não sabia antes. Aprendi a mexer um pouco no Word e outras atividades.

Alguém próximo ou da sua família ajuda a senhora no manuseio dessas novas tecnologias?
Huuummm… O meu sobrinho não tem tempo, mas quando ele vem aqui eu exploro ele um pouquinho. Ele já fez cursos e entende muito sobre informática e tecnologia, mas não tem tempo. Hoje em dia todo mundo tem a vida muito corrida. Por isso também que é importante fazer um curso. Lá tudo é pensando para atender nossas necessidades e o professor tem uma didática muito boa que ajuda na assimilação, fora a paciência para ensinar e esclarecer nossas dúvidas.

Em quais situações a tecnologia entra na sua rotina? 
Para olhar meus e-mails, ver alguns vídeos, mas algumas outras atividades eu ainda preciso aprender. Aplicativo do banco para celular não me interessa porque eu gosto do atendimento presencial e do extrato no papel.

O curso trouxe mais autonomia para a sua vida?
Me sinto mais segura para fazer coisas básicas que antes não conseguia. Hoje em dia eu não preciso de ninguém para ligar um computador. Eu mesma ligo, entro no YouTube, procuro o vídeo que quero e assisto. Gosto de acompanhar os do Padre Ezequiel.

E redes sociais digitais? A senhora não pretende criar um perfil?
Não. Não sou muito amiga de rede social. Eu gosto mesmo é do contato presencial.

Então o curso foi bom para fazer novas amizades!
Foi ótimo! Já comecei na turma com algumas colegas minhas, mas conheci outras pessoas. A Lurdinha ficou muito minha amiga. Essas oportunidades são boas para interagir, gerar entrosamento, trocar experiências… 
A turma até já marcou um encontro junto com o professor, mas eu não pude ir por conta dos meus exames. Teve até uma revisão no meio da confraternização. Na próxima eu não falto!

Se a senhora fosse indicar a Instituição Senac para alguém, o que falaria?
Indico por experiência própria. Curso ótimo com excelente professor, nesse caso falando especificamente do curso de Introdução à Terceira Idade. O Mildemberg é muito paciente e gosta de ensinar. 
Pode ir se matricular porque é muito bom. Muito bom mesmo!

O que o passar dos anos trouxe de bom para sua vida?
A minha liberdade! Eu vou para onde eu quero, a hora que quero, sem precisar dar satisfação que nem marido eu tenho mais porque já fiquei viúva. Então pronto!

Quais os projetos para o futuro?
Viajar, fazer meu curso de Administração de Empresas, conhecer o Santuário do Divino Pai Eterno e continuar aprendendo sempre!

Uma frase para finalizar.
Tem uma frase do Papa João Paulo II que gosto muito e que diz: Rico de fato não é aquele que tem, mas aquela que dá.

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