quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018
O projeto é resultado de um convênio entre o Sebrae Nacional e a CNI, o começou em 2017 e foi encerrado ontem em uma solenidade nas instalações da Vale  

São Luís - As 18 empresas que concluíram o Projeto de Gestão e Inovação para Micro e Pequenas Empresas Industriais provaram que fazer inovação de produtos ou processos não é coisa apenas para grandes empresas. O projeto é resultado de um convênio nacional assinado entre o Sebrae Nacional e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), executado por meio do Sebrae no Maranhão e da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema).

As empresas foram atendidas por meio de consultorias realizadas pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), graças aos subsídios concedidos pelos apoiadores locais do projeto Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) e Governo do Estado do Maranhão, por meio da Secretaria de Indústria, Comércio e Energia (Seinc).

Nesta quarta-feira (07), 10 das 18 MPEs participantes em São Luís foram premiadas em uma solenidade no escritório da Gerência de Descarga de Minério do Porto de Ponta da Maneira, operado pela mineradora Vale, onde foi implantado um projeto de inovação na preparação de um ambiente de trabalho descontraído que funcionasse como um laboratório para soluções de problemas, estimulando a cultura inovadora.

Durante a certificação, o vice-presidente da Fiema e conselheiro do Sebrae no Maranhão, Celso Gonçalo, destacou que as empresas que buscam inovação têm mais espaço no mercado e se tornam mais competitivas.

“Projetos como esse são prioridade para nós, porque sabemos da importância das micro e pequenas empresas em nosso Estado, e é nosso papel apoiá-las, para que cresçam e sejam inovadoras, e para estimular que todos os atores, gestores públicos e privados, não comprem mais de empresas de fora e sim, valorizem nossas empresas, para que elas se fortaleçam e tragam desenvolvimento ao Maranhão”, afirmou.

PARADIGMA

Para a representante do Sebrae no Maranhão, Giovana Figueiredo, gerente da Unidade de Articulações e Interlocuções (Unasi) do Sebrae, o projeto quebrou paradigmas no mercado local. “O que este projeto está fazendo é desmistificar a inovação nas micro e pequenas empresas. Não é porque o empresário é Microempreendedora Individual ou de uma Micro Empresa que está distante da inovação, que é instigadora e traz resultado para o negócio”, disse.

Um dos empresários que participou do Programa de Gestão e Inovação para Micro e Pequenas Empresas Industriais foi André Stocco, proprietário da Oficina do Bolo, especializada na produção de bolos, que hoje tem duas unidades no Anil e no Renascença.

“Este projeto trouxe melhorias para o negócio. Tínhamos deficiências em alguns segmentos de gestão que foram identificados e sanados. Depois lançamos um produto novo que está nos trazendo um bom resultado de marketing e divulgação da marca”, disse.

COMPETITVIDADE

Para o gerente de relacionamento institucional da Vale, Dorgival Pereira, que falou em nome do PDF, o projeto Gestão e Inovação para Micro e Pequenas Empresas Industriais recebeu apoio pela sua proposta de atuação.

“Desde o seu nascimento, o PDF prepara as empresas locais para fornecer produtos e serviços para as grandes empresas que atuam no Maranhão. Assim, entre 2000 e 2016, o PDF já proporcionou condições para que empresas como Vale, Alumar, Cemar e Eneva, a adquirissem cerca de R$ 27 bilhões de empresas maranhenses, principalmente MPEs. Este projeto de inovação permite ampliar este volume”, comentou Pereira. 

Estiveram presentes ao evento o superintendente da Fiema, Albertino Leal de Barros Filho, a coordenadora Técnica-Executiva da Fiema, Roberta Tanus, o coordenador do PDF/Fiema, Carlos Jorge Taborda, o gestor do projeto pela Fiema, Gilberto Matos, e o gerente de Relações Institucionais da Eneva, Marco Tulio Rodrigues.

PROJETO COMEÇOU EM 2017 COM 30 MPEs

Ao todo, o Projeto de Gestão e Inovação para Micro e Pequenas Empresas Industriais beneficiou 30 empresas maranhenses dos segmentos de alimentação e bebidas, metalmecânica, movelaria e construção civil em São Luís e Imperatriz.

As empresas participantes receberam 140h de consultoria em gestão e inovação empresarial com foco em produtos, processos, marketing, entre outras áreas, com um subsídio de R$ 22 mil disponibilizados pelos parceiros do projeto com para a consultoria e investindo, com recursos próprios, num investimento de R$ 1 mil.

O projeto começou em fevereiro de 2017, com a fase de diagnóstico das empresas participantes, onde foram identificados os pontos de melhoria em gestão, processos, produtos e marketing que cada empresa apresentava. Em seguida, foi montado um plano de ação com as soluções possíveis para cada ponto apresentado.

Entre as empresas participantes do projeto está a engarrafadora de água mineral Água Puríssima, que usou a experiência para lançar um novo produto com maior valor agregado focado no mercado local.  A administradora Christiane Scaglioni Ribeiro, que toca a empresa junto com o marido, contou que inovar foi a coisa certa a fazer, ao perceber um mercado em crise, a concorrência cada vez maior e o preço de seu produto despencando no mercado. 

“A partir do diagnóstico feito no projeto, hoje temos um plano de negócios, um novo produto no mercado, que são as garrafinhas de água de 300 ml e 500 ml, além do garrafão de 20 litros com o qual já trabalhávamos, e estimulamos a inovação entre nossos funcionários e clientes. Apesar de termos iniciado o negócio pela parte prática, sem muito planejamento, confirmamos a viabilidade do nosso projeto e a consultoria nos fez vislumbrar novas oportunidades. Esse foi o pontapé inicial. Queremos participar de novos projetos como esse”, contou a empresária.

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