segunda-feira, 5 de março de 2018
Por Reginaldo Rodrigues
O ator e comediante César Boaes da Companhia de Teatro Santa Ignorância, responsável pela peça Pão com Ovo, bateu um papo animado com o jornal Cazumbá e falou dos novos projetos do trio. Confira!
JORNAL CAZUMBÁ - A peça Pão com Ovo está há seis anos em cartaz e tem contribuído para lotação das casas de espetáculos, com uma peça genuinamente maranhense. Fale dessa satisfação?
CESAR BOAES - Sempre fiz teatro em São Luís, tenho 33 anos nesta profissão. Acredito que Pão com Ovo popularizou o fazer teatral do Maranhão e estou muito satisfeito. Tem pessoas que nunca foram ao teatro, principalmente no interior do estado e agora vão por causa da nossa peça. Então, para nos é muito satisfatório.
JC - Os personagens Dijé, Zé Maria e Clarisse são os personagens conhecidos do grande público, mas no geral há quantas pessoas envolvidos na equipe?
CB - São três atores. Eu sou o diretor, o autor e o produtor do espetáculo junto com Adeilton Santos (Dijé) e Charles Júnior (Zé Maria). Temos ainda dois técnicos e uma produtora. É uma equipe reduzida, mas a gente trabalha muito e está focada.
JC - De onde vem a inspiração para levar essa alegria ao palco?
CB - Fazemos uma leitura da cidade, o que achamos de interessante levamos para o palco. É um exercício de observação da cidade, do nosso jeito de ser. Somos um espelho, um raio x do maranhense.
JC - Você falou da interiorização da cultura do teatro. Como tem sido essa receptividade Maranhão adentro?
CB - É lindo, emocionante. Fazemos a peça para 3 mil pessoas, em praça pública, que nunca viram o teatro. No final, recebemos o carinho dessa platéia, desse maranhense às vezes tão sofrido no seu cotidiano, que tem aquele momento de entretenimento, de reflexão também, porque a comédia é muito crítica.
JC - A peça tem ido para outros Estados. Fale sobre essa experiência?
CB - É um desafio muito grande. Fizemos cinco meses de temporada de casa lotada no Rio de Janeiro, dois meses em São Paulo e em Brasília com ingressos esgotados. Então, a reação é a mesma, somos todos brasileiros, com os mesmos problemas, enfim o espetáculo funciona muito bem lá fora.
JC - Essa platéia lá fora é composta mais de maranhenses?
CB - Não, em princípio começa com maranhenses, mas depois não tem como sustentar uma temporada só com público maranhense, isso é impossível. Então, a platéia é carioca, paulista.
JC - Com toda essa repercussão da peça, você acha que é fácil fazer teatro no Maranhão?
CB - De jeito nenhum. Fazer teatro é um ofício, tem que estudar muito e se dedicar.
JC - O Brasil tem passado por um período de crise na sua economia e afeta a todos os segmento e acredito que o teatro não esteja imune. Como vocês tem buscado parcerias?
CB - Temos bons parceiros e uma estratégia de marketing muito bem pensada, elaborada. Assim, temos driblado a crise e também fazendo promoções de casadinhas de ingressos, com preços populares.
JC - Em 2014, o jornal Cazumbá, foi o primeiro veiculo de comunicação a reconhecer e homenagear o grupo Pão com Ovo, depois desse dia nunca mais nos encontramos. Qual foi a satisfação?
CB - Foi incrível! Porque eu sou turismólogo de formação e tenho um carinho absurdo por esta terra. Temos o maior orgulho de divulgar nossa cidade e isso gera emprego e renda e receber essa homenagem das mãos de outro turismólogo, foi muito bom.
JC - A peça está voltando agora para o teatro com nova temporada. Quais as novidades?
CB - Vamos fazer o primeiro festival Pão com Ovo com humor e Pãozinho com Ovo nos dias 16 e 17, no Teatro Artur Azevedo, já com promoção de casadinha.
JC - O que difere Pão com Ovo de Pãozinho com Ovo?
CB - O Pãozinho com Ovo é mais lúdico, é uma grande aventura para toda a família. Já o Pão com Ovo é uma temática mais adulta, com críticas sociais.
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