quinta-feira, 29 de março de 2018
O território brasileiro é composto por uma vasta região de água subterrânea. Essas águas são formadas pelo excedente das chuvas que percorrem camadas encontradas abaixo da superfície do solo. Uma das características dessas águas é preencher os espaços vazios entre as rochas. Essas formações são chamadas de aquíferos.

No Brasil, os maiores e mais importantes aquíferos são o Guarani, localizado no Centro-Sul do país, e o Alter do Chão, situado na região Norte. O primeiro contém cerca de 45 mil km³ de água, em uma área de 1,2 milhões de km². Já o Alter do Chão reserva aproximadamente 86 mil km³ de água em pouco mais de 400 mil km² de área.

Esse tema foi debatido no 8° Fórum Mundial da Água, sediado em Brasília. Um dos especialistas que deu detalhes sobre o assunto foi o geólogo Paulo Fernando Pereira. Ele explicou que, na questão do compartilhamento dos recursos hídricos, as águas subterrâneas merecem uma atenção especial, já que existe uma relação direta de integração com as águas superficiais.

“O único momento de você entender que há integração da água subterrânea e superficial, é no momento que termina as chuvas e essa água continua fluindo ao longo das calhas de drenagem. Então o que está mantendo aquela água ali, é o aquífero. Na verdade, o que a gente está vendo é água subterrânea. Não é mais água superficial. Ela é superficial porque está em cima do chão, mas ela representa a descarga dos aquíferos, das nascentes, percorrendo os vários trechos, conformando os leitos de drenagem e mantendo essas descargas”, afirmou.

Fernando Pereira destaca ainda que entender os sistemas das águas subterrâneas depende de dados técnicos de alta qualidade, inclusive de estratégias bem planejadas sobre o uso e arecuperação da área analisada.

De acordo com o especialista, o meio hidrogeológico – que estuda as águas subterrâneas – está diretamente ligado ao volume de água disponível para os diversos tipos de consumo.

“É ele na verdade que regula a quantidade de água que flui no sistema. Se ele segura mais água, ele vai liberar pouco. Se ele não segura tanta água e tem capacidade de armazenar, uma capacidade de recarga muito maior, ele vai poder fornecer mais água. Então quando você mapeia uma bacia, você não pode simplesmente tecer considerações sobre aquela bacia sobre o ponto de vista da sua capacidade de fornecimento de água, em função do seu tamanho. Você tem que entender que tipo de rocha está ali”, explicou.

Segundo informações da Agência Nacional de Águas, no Brasil, os aquíferos são importantes também para manter os rios brasileiros perenes, ou seja, não sequem no período da estiagem.

O Fórum Mundial da Água é organizado pelo Conselho Mundial da Água e é considerado um dos maiores do planeta.

Por Marquezan Araújo
Agência do Rádio Mais



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