domingo, 23 de setembro de 2018

O objetivo é resgatar uma tradição perdida, quando no século passado, os alunos e docentes da Escola celebravam a data de nascimento do ex-governador Benedito Leite, e declamavam poesias, liam a biografia dele, textos e encenavam peças teatrais, tudo isso em frente ao túmulo do ex-governador, falecido em 1909_

A diretoria da Academia Ludovicense de Letras e a direção da Escola Modelo Benedito Leite, em São Luís, se reuniram no início deste mês de setembro para acordarem a retomada de uma antiga tradição de visitar o túmulo do ex-governador Benedito Pereira Leite (1857 - 1909), que dirigiu o Maranhão entre 1906 a 1908, quando se licenciou e viajou para a França em busca de tratamento de saúde. Morreu no ano seguinte, em Hyeres, na riviera francesa, próximo à Toulon. Logo em seguida os restos mortais do grande maranhense foram trasladados para São Luís e depositados no cemitério do Gavião, próximo à capela principal da necrópole em um bonito e destacado túmulo.

Entre os feitos e realizações do ex-governador, a recepção ao ex-presidente Afonso Pena no início do século passado e a viagem que os dois fizeram até a região dos cocais subindo de barco o Rio Itapecuru Mirim. A penosa empreitada não foi em vão, pois dela resultou a realização do último trecho da ferrovia São Luís - Teresina, sendo que as duas capitais ainda não eram totalmente interligadas por ferrovia. Foi também nessa época que o governador, em um difícil momento pelo qual passava o Maranhão, fez um pedido de empréstimo para minorar o déficit das contas públicas do estado. Dinheiro que só seria liberado alguns anos depois na gestão do governador Luís Domingues. Mas foi uma frase dita sobre a educação que imortalizou Benedito Leite. Naquele curto período que governou o estado, a crise grassava o Brasil, e uma das soluções apresentadas para amenizar o déficit dos cofres públicos era a extinção da escola normalista e da Escola Modelo, fundada em 1900. Ele respondeu que preferia cortar a própria mão a assinar o ato de extinção da Escola.

A pomposa estátua dele, trabalhada por um artista francês e exibida na praça que recebeu o nome do respeitado político, ostenta-o com uma mão oculta debaixo do braço, o que perpetua a famosa frase em prol da educação. 

A tradição da Escola Modelo de visitar o túmulo do ex-governador todo dia 4 de outubro, data do nascimento dele, vem desde a primeira metade do século passado. O registro está nas páginas da obra "Benedito Leite, um grande republicano", escrita pelo conhecido historiador maranhense Jerônimo de Viveiros, que também está inumado no Gavião e será homenageado no dia do evento.

Durante a apresentação no dia 4, os acadêmicos da Academia Ludovicense de Letras (ALL), os alunos e docentes da Escola Modelo e a administração do cemitério do Gavião farão diferentes apresentações em homenagem ao grande político maranhense e ao escritor Jerônimo de Viveiros. A organização do evento prepara, entre outras coisas, a leitura da história de Benedito Leite, um resumo da sua cidade natal, Rosário-MA, da cidade onde morreu, Hyères, além de poesias e outras atrações. Um ator deverá representar Benedito Leite, que fará a "auto apresentação". O evento deverá contar com um público superior a cinquenta pessoas.

O intelectual e guia de turismo mais antigo de São Luís, Simão Cireneu, também participará das homenagens.

RESUMO

O QUE: ALL e Escola Modelo farão homenagem ao ex-governador Benedito Leite;

ONDE: no túmulo de Benedito Leite, no cemitério do Gavião;

QUANDO: às 8h30 do dia 4 de outubro, data de nascimento de BL;

QUEM: acadêmicos da ALL, docentes e discentes da Escola Modelo. 

Fonte: ALL

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