terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Todos pela defesa de um modo de vida tradicional; a quebra do coco babaçu. Dois grandes talentos maranhenses: a cantora Rita Benneditto e o fotógrafo Márcio Vasconcelos em uma roda de diálogos com as quebradeiras de coco babaçu.  A arte mais uma vez fortalecendo a cultura popular. AS quebradeiras de coco babaçu estão organizadas por meio do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu do MA,PA,TO e PI. 

Na ocasião será apresentado ao grupo de quebradeiras de coco babaçu, o registro de Márcio Vasconcelos de fotos que integram a exposição “Juradas de Morte”, que faz parte de um trabalho maior com outros 50 fotógrafos que formam a Exposição Terra em Transe, em cartaz no Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza, até março de 2019. 

Ele fez o registro na Baixada Maranhense, uma das áreas de maior conflito fundiário devido à falta de regularização das terras (na maioria quilombolas) e a utilização das cercas elétricas na região. Os registros também foram feitos nos quilombos Monte Alegre (região de Lima Campos) e traz a líder quilombola Maria de Jesus Bringelo (Dona Dijé) falecida em setembro devido a ataque de coração fulminante. 

Vale ressaltar que no Maranhão, são seis lideranças de quebradeiras de coco babaçu ameaçadas de morte. Os dados são do Caderno de Conflitos da Comissão Pastoral da Terra. O MIQCB atua em quatro estados brasileiros que concentram 80% das quebradeiras de coco babaçu do país. A principal luta das quebradeiras de coco babaçu 

Parceria entre Rita e as quebradeiras de coco babaçu 

A parceria entre a cantora maranhense Rita Benneditto e as quebradeiras de coco babaçu é antiga. Em março desse ano, a cantora gravou um vídeo para as redes sociais em prol das quebradeiras de coco babaçu. Repudiava um projeto de Lei do Tocantins que incentiva a queima total do coco babaçu. Se aprovado, o projeto poderia abrir precedentes para o resto do país. Do coco babaçu, as quebradeiras de coco conseguem retirar mais de 65 produtos.  A principal luta das quebradeiras de coco babaçu é com relação ao acesso livre ao território onde estão os babaçuais. 

Sobre Rita Benneditto

Desde sua estréia fonográfica, em 1997, a cantora maranhense Rita Benneditto mostrava seu apego à musicalidade reverente às tradições religiosas afro-brasileiras. Já no primeiro disco, ela readaptou Jurema, ponto de umbanda, com destaque. Ali já havia o embrião do projeto Tecno macumba, que viria a tomar corpo há dois anos quando Rita montou um show exclusivamente com músicas com temática fincada na religiosidade vinda do candomblé e da umbanda, incluindo citações a pontos tradicionais, próprios dos terreiros. O show virou sucesso de público e de crítica. Na década de 80: Rita ganhou o prêmio de melhor intérprete e segundo lugar no FUMP (Festival Universitário de Música), de Minas Gerais. Apresentou seu primeiro show solo, Cunhã, no Teatro Municipal Arthur de Azevedo em São Luís do Maranhão, com direção musical de Zeca Baleiro.

Nos anos 2000,  recebeu a indicação ao Grammy Awards 43rd, entre os melhores do mundo, na categoria de Melhor Álbum de Pop Latino, pelo CD Pérolas aos Povos. Entre agosto e setembro, realizou uma turnê pela gravadora Putumayo, nas principais cidades americanas e canadenses. A partir de 2005, Realizou diversas temporadas de grande sucesso com o show Tecno macumba por várias cidades brasileiras e recebeu por esse projeto o Prêmio Rival Petrobrás de Música na categoria Melhor Show.

Em 2018, celebrou turnê com o show Tecno macumba – 15 anos de festa e fé, comemorando o 15º aniversário deste projeto por várias cidades. Uma intervenção cultural, um manifesto de brasilidade e uma reverência à cultura afro-brasileira. Tecno macumba enfrenta o tempo, reafirma a identidade do povo brasileiro e é sinônimo de resistência.

Sobre Márcio Vasconcelos

Fotógrafo profissional independente que tem se dedicado a registrar a Cultura Popular e Religiosa dos afro-descendentes no Maranhão.Autor do projeto Nagon Abioton – Um Estudo Fotográfico e Histórico sobre a Casa de Nagô, aprovado na Lei Rouanet e no Programa Petrobras Cultural/2009, editado na forma de livro sobre um dos terreiros mais antigos do Tambor de Mina no Maranhão.Vencedor do 1º Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras/2010 (Fundação Cultural Palmares/Petrobras) com o projeto Zeladores de Voduns do Benin ao Maranhão. Exposição Fotográfica que mostra as semelhanças entre Sacerdotes de culto a voduns na África e no Brasil.Vencedor do XI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia com o projeto Na Trilha do Cangaço – Um Ensaio pelo Sertão que Lampião pisou. Finalista do Prêmio Conrado Wessel 2011 com o projeto Na Trilha do Cangaço – Um Ensaio pelo Sertão que Lampião pisou. Menção Honrosa no 3º Concurso Ibero-americano de Fotografias, promovido pela Embaixada da Espanha, com o Ensaio Incorporados.Vencedor do XIV Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia com o Projeto “Visões de um Poema Sujo”, inspirado na obra-prima “Poema Sujo” do poeta Ferreira Gullar.

Inspirar Inovação & Comunicação

Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu do MA/PA/TO e PI
Contato: Yndara Vasques (98) 9 8220 39 48
Quando: 18/12
Hora: 19h
Local: Espaço Chão, rua do Giz, Centro Histórico de São Luís

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