terça-feira, 18 de dezembro de 2018
Um destino de turismo cultural, de lazer e contemplativo, que mexe com a imaginação das pessoas, em um eterno convite a viver mais o magnetismo da cidade Princesa do Sertão maranhense


A cidade de Caxias está investindo forte na melhoria da qualidade de vida de seus munícipes e também no turismo, com a divulgação de seus festejos, roteiros alternativos. Sou Caxiense e já visitei a cidade em muitas ocasiões, desta vez voltei a minha cidade com um grupo de jornalistas, blogueiros a convite do Fernando Santos, Secretário de Turismo, que nos ciceroneou de maneira bem cortez em nome do Prefeito Fábio Gentil. 


Durante os passeios tivemos ajuda, encenação e conhecimento da Professora, historiadora, Diretora do Memorial da Balaiada, Mercilene Torres, que nos levou para um tour pela cidade, nos apresentou o espetáculo Natal Iluminado, evento que é um sucesso e já está na segunda edição, e também rever locais que já conhecíamos, além de conhecer novas atrações. Foi um final de semana de muitas descobertas e diversão.

“Cachia” sempre imponente


Figurinha carimbada na lista das cinco maiores cidades maranhense, Caxias se tornou destino cultural sem igual.  Berço de grandes nomes da literatura brasileira, entre os quais: Gonçalves Dias, Dias Carneiro, Coelho Neto, César Marques, Vespasiano Ramos entre tantos outros ícones, que fizeram e ainda hoje fazem da cidade que teve o seu nome tirado de uma flor. Inicialmente, a grafia do nome se escrevia com CH, “Cachia”, vindo de Portugal, também nome de uma Quinta Real que existia nos arredores de Lisboa, propriedade do Márquez de Pombal. (Caxias tambem teve outros nomes que será abordado em texto futuro).


Ao contrário do que se pensa o nome Caxias não se atribui a Luís Alves de Lima e Silva, patrono do Exército Brasileiro. Ele, sim, recebeu o título Barão de Caxias, por ter sufocado a maior revolução social existente no Estado do Maranhão: a Balaiada. Geralmente quando os Portugueses criavam um lugar, uma Vila, mudavam-lhe o nome, às vezes criando uma homônima do Reino nas Colônias. 

Misto de tudo um pouco! “Emoções eu vivi” - Caxias é a própria história! 


Destino cultural, com sítios arqueológicos mais importantes do Maranhão. De sua madre saíram nomes da literatura, da política, das artes que  posso descrever como um  o legado tangível mais significativo da civilização brasileira, que surgiram desde sua fundação. A história de Caxias começa, no século XVII, com o Movimento de Entradas e Bandeiras ao interior maranhense, para o reconhecimento e ocupação das terras às margens do Rio Itapecuru, durante a invasão francesa no Maranhão. 


Ao final da visita, os amigos não perguntam “E então, você que é caxiense, o que você achou do tour?”, mas sim “Me conta: o que você sentiu com as melhorias da cidade?”. É comum que se fale de boas vibrações e de renovação de energias, que é bem perceptível. (Eu digo, a cidade está mais aprazível,  mais humana. Valeu reviver).

Casarios seculares e o Cristo Redentor de braços aberto para bem receber!


Mesmo, eu sendo de Caxias, percorri e conheço cada canto dessa cidade, depois de alguns anos, voltei a percorrer minha cidade natal e pude vê-la por outro prisma. Fiz um passeio pela literatura, conheci um pouco mais sobre seus poetas, fiz um passeio pelos morros e ladeira, adentrou igrejas seculares e aprendi um pouco mais sobre as histórias e estórias que alimentam o imaginário popular da terra da balaiada, e mais uma vez fiquei de frente com o Cristo Redentor da igreja da Matriz.


Nesta breve visita, pude aprender um pouco mais sobre o lendário senhor Dá e seu Castelo e o que dizer o imaginário popular/ lenda,  pude observar as palmeiras imperiais que embelezam a praça do nosso poeta maior, Gonçalves Dias,  pude ver a beleza da área de preservação ambiental do Morro do Alecrim, o mirante da cidade e desfrutar de todo esse equipamento, visitei todas as dependências desse belíssimo espaço cultural que circula os escombros das ruínas da balaiada,  degustei um delicioso sorvete de tapioca e pra relaxar,  me juntei às crianças que faziam artes, pintando desenhos numa folha de papel e para fechar o primeiro dia, assisti e contemplei um belo espetáculo de natal... Ah! Com toda essa vivência, confesso que me emocionei em ver minha cidade um pouco melhor. Tudo isso no primeiro dia.



No segundo dia de visitas foi mais puxado e começou com um passeio na feirinha no largo de São Benedito, aonde são vendidos produtos cultivados pela comunidade, peças de artesanatos produzidos pelos artistas locais e pude ver um show de jovens talentos da cidade em um espetáculo sem igual. 


Em seguida fui para a área de preservação ambiental do inhamum e pude fazer uma trilha pelo meio da Mata, com muito verde e árvores grandes, frondosas em um espaço que eu achei que tivesse sido acabado, mas tá lá, preservado.



Águas que refrigeram e matas preservadas


Seja você da turma dos religiosos, festeiros ou da turma dos pragmáticos, a verdade é que Caxias  faz a gente se sentir pequenininho – frente à grandiosidade de sua história, soma-se a este legado, a natureza exuberante, especialmente das matas do Inhamum (palavra de origem tupi-guarani que quer dizer barro vermelho), área de preservação ambiental, patrimônio municipal, com quase quatro mil hectares, composto de nascentes, buritizais, com dois tipos vegetação, bem distintas: a mata ciliar com árvores de grande porte ao longo das margens do riacho que deu nome a APA e a vegetação do tipo cerrado, com árvores menores tortuosas de cascas bem grossa, arbustos e gramíneas. 


O Inhamum tem um alto potencial hídrico, com piscinas naturais em toda sua extensão, o que tem atraído fábricas de refrigerantes e cervejarias pela qualidade das águas, atraindo a atenção dos visitantes pelas belezas frescor das suas sombras e tapete de folhas secas em toda sua extensão, morada de roedores, pequenos mamíferos a copa das árvores e morada de aves de muitas espécies, entre as quais; o tão decantado Sabiá que habita a mata enriquecendo a fauna e flora da região. 


Eu fiz uma longa caminhada, pisando na mata molhada, ouvindo o canto dos pássaros, pude comer Guabiraba, Maria pretinha entre outros, colhidos na hora, ver os pequizeiros, bacurizeiros carregado de frutos, me refresquei nas águas frias das nascentes, no sumidouro do padre. Durante todo tempo que estivemos no Inhamum, tivemos a colaboração de dois técnicos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Caxias, que nos mostrou e orientou quanto ao uso racional do espaço. Impressionante! 



O Balneário da Veneza e seus poderes curativos


E, pra fechar o dia, fomos saborear a deliciosa gastronomia Caxiense no Balneário da Veneza. Um local aprazível e de fácil acesso, com vias pavimentadas, onde o visitante pode desfrutar o melhor prato típico da cidade, o "Pirão de Parida". Lá existe uma fonte de água mineral, que alimenta uma grande piscina de profundidade que pode chegar a três metros. É comum se ver banhista mergulhar no fundo do lago e pegar lama de cor preta que existe no fundo e passar no corpo para curar algumas doenças da pele, como pano branco, psoríase, entre outras. A lama tem propriedades medicinais que ajudam a curar.


Os bares tem formato de asa-delta e nomes bem exóticos, como Mistérios da meia noite, que servem petiscos, bebidas e a famosa galinha com o pirão de parida, onde me deliciei com este prato típico local. 


O balneário é publico e fica a 06 km do centro da cidade, todo sinalizado, disciplinado pela Prefeitura local, que orienta os frequentadores quanto ao uso desordenado de som automotivo,  estacionamento e segurança.


Foram dois dias bem intensos,  que mesmo muito corridos, revivi emoções de um lugar que é parte de mim!

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