quarta-feira, 16 de janeiro de 2019
Em 1951, a médica Maria José Camargo Aragão foi presa em São Luís, durante revolta popular contra o Governo de Vitorino Freire. Ficou reclusa no quartel general da Polícia Militar que, na época, funcionava no prédio do Convento das Mercês, no Centro Histórico de São Luís. Depois, foi perseguida pela Ditadura Militar por defender os direitos humanos e uma sociedade mais justa e lutou pela redemocratização do Brasil.

Hoje, a memória de Maria Aragão é celebrada com respeito na praça que leva seu nome e em inúmeras outras obras. A mais recente homenagem foi feita pela Fundação da Memória Republicana Brasileira (FMRB), que funciona no Convento das Mercês. A nova biblioteca infantil da Fundação recebeu o nome da médica maranhense.

A biblioteca, que fica no andar térreo da Fundação, foi instituída e funcionará por meio por meio de parceria da FMRB com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc). Estará aberta para visitas e consultas e terá programação gratuita para o público de 7 a 10 anos, de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h30 e das 14h às 17h30.

“É uma reparação histórica que o prédio onde Maria Aragão esteve presa, hoje, tenha uma biblioteca com o seu nome. Mulher negra e de origem pobre, Maria Aragão usou a medicina como forma de lutar por um Maranhão mais justo para todos. Esse, também, é o objetivo da nossa biblioteca, que vai proporcionar leitura a crianças em situação de vulnerabilidade social da região do centro e contribuir com o letramento e a difusão da cultura”, afirmou o secretário de Estado de Educação e presidente da FMRB, Felipe Camarão.

A biblioteca foi inaugurada com a presença de Felipe Camarão durante as festividades do Natal Solidário, ocorrido em dezembro passado no Convento das Mercês. De acordo com a diretora de Biblioteconomia e Acervologia da FMRB, Carmelita Menezes, a inclusão de um setor infantil no acervo bibliográfico da Fundação beneficia moradores do bairro do Desterro e de outras áreas do Centro Histórico de São Luís.  “Estamos organizando um cronograma de uso desse espaço para que crianças da comunidade e escolas possam ter acesso à leitura e entretenimento”.

A nova biblioteca infantil reúne acervo de mais de 23 mil títulos que pertencem à Biblioteca Padre Antonio Vieira, da Fundação. Entre as publicações, obras raras como edições espanholas de Dom Quixote, do século XIX, uma com ilustrações do pintor catalão Salvador Dalí. Constam no acervo, também, obras como a edição francesa de Hamlet, de William Shakespeare, de 1882; Os Lusíadas, de Pero Vaz de Camões, de 1888; e livros de História do Maranhão publicados em 1904.

Entre as publicações infantis, biografias e clássicos infantis disponibilizados pela Seduc, Escola Crescimento e pelo escritor maranhense Wilson Marques, além de doações de servidores e outros benfeitores individuais.

Fonte: Sectur 

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