quinta-feira, 18 de abril de 2019

A cruz de Jesus é o refugio mais alto que podemos nos abrigar É na cruz, ao nos sentirmos crucificados com Cristo pela fé, que somos despoja dos de toda a arrogância e autoconfiança para podermos ser amparados pela justiça, pelo poder, pela santidade e pela misericórdia de Deus.

Nem no Sinai, o monte da lei, nem em Sião, o monte da adoração, podemos ter sequer um vislumbre da segurança que temos no monte do Calvário. Não há arrogância farisaica nem vaidade humana que possam resistir ao significado da cruz.

A cruz denuncia a completa falência do poder humano, do fracasso da religião Institucionalizada, do vazio existencial e da mor te, ao mesmo tempo em que proclama a grandeza do poder e do amor de Deus. Quando nos refugiamos no Cristo da cruz, estamos seguros no poder soberano de Deus, pois é na cruz, mais do que em qualquer outro lugar da história do universo desde a eternidade, que Deus mostra a sua soberania absoluta sobre todos os valores, quer na relação cósmica, quer na relação espiritual.

Na cruz somos amparados pela eterna justiça de Deus, pois é no Calvário, ao oferecer seu Filho unigênito para apagar a culpa dos nossos pecados, que Deus mostra de um modo que a ente humano não pode alcançar, a perfeição eterna da sua justiça. É na cruz e somente através da cruz que podemos ser purificados pela eficácia do sangue ali vertido por Jesus. É na cruz que somos fascinados pelo amor insondável e pela inexaurível graça de Deus. Daí Paulo ter exclamado: “Mas longe de mim esteja gloriar-me a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo”.

Jesus declarou: “E eu, quando for levantado da terra , todos atrairei a mim”. Qual é a atração que Jesus exerce sobre sua alma? Que poder tem em sua vida o chamado de Jesus? A cruz de Cristo exerce uma profunda atração sobre os pecadores para a salvação e tem também um tremendo fascínio sobre os salvos, para a santificação. Deus quer que todos os pecadores sejam salvos (I Tm 2.4) e que todos os salvos sejam santos (1 Ts 4.3). O sangue vertido por Jesus na cruz tem poder para lavar os pecados dos ímpios a fim de que eles sejam remidos, mas também tem poder para purificar a alma dos salvos para que sejam santos.

“O sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado”. João usa o termo kathartizei, limpa, purifica, no presente ativo do indicativo, que dá ao verbo purificar um sentido de continuidade: purifica continuamente de todo pecado. Não é um ato instantâneo e único como o batismo, mas uma ação contínua. Somente deixaremos de ter necessidade de ser purificados dos nossos pecados quando deixarmos de pecar e isso só se dará na glória. Aqui nesta vida, porque já fomos salvos por Jesus, o atrativo da cruz é para a nossa santificação.[ Para que a cruz de Jesus seja nosso mais alto e mais seguro refúgio, precisamos deixar morrer nossa natureza adâmica, o homem-pecado que há em nós e precisamos, em consequência, identificar-nos com a santidade, o amor, a justiça de Deus que Cristo revela na cruz.

Não se trata de um ritual como persignar-se, nem de uma adesão mental nem de uma impressão sentimental, mas de uma realidade vivida, experimentada, sofrida e exaltada em nosso viver: “Já estou crucificado com Cristo e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20), essa é a expressão de que estamos livres, protegidos, abençoados por Deus por estarmos identificados com o Cristo da cruz.

(Parábolas vivas - João Falcão Sobrinho/OJB)
Foto ilustrativa/internet

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