terça-feira, 23 de abril de 2019

Jhonatan Almada, Reitor do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão - IEMA concede entrevista ao Jornal Cazumbá e fala do modelo educacional, das muitas conquistas, entre estas, os destaques e prêmios nacionais e internacionais, programas de desenvolvimento institucional e das parcerias com iniciativa privada para colocação dos egressos da Instituição no mercado de trabalho.

Jornal Cazumbá – O IEMA surgiu a partir de qual necessidade, como foi a criação? 

Jhonatan Almada - O Instituto foi criado pelo governador Flávio Dino com o objetivo de complementar a oferta de educação profissional, científica e tecnológica no Maranhão considerando que a demanda é crescente e a oferta se restringia ao governo federal através do Instituto Federal do Maranhão (IFMA) e à iniciativa privada com o Sistema S e as escolas particulares. Dentro desse objetivo o IEMA foi criado para atender essa demanda por qualificação profissional. Uma demanda tanto das pessoas que procuram uma nova oportunidade de trabalho, quanto das empresas que desejam contratar uma mão de obra com melhor qualidade.

JC - Em quatro anos a instituição já tem 26 unidades. O que fez com que o IEMA expandisse tão rápido?

 JA - A criação do instituto se deu a partir das boas experiências educacionais nacionais como a de Pernambuco e Ceará, e de experiências internacionais como da Finlândia, Coréia do Sul e Alemanha. Essas experiências inspiraram o modelo do Instituto Estadual e a partir disso nós construímos um planejamento de expansão com foco, investimento, com modelo institucional próprio e com equipe compromissada. O ponto essencial para termos conseguido chegar até aqui é que o IEMA possui liderança, projeto, capacidade de implementação de uma política pública educacional inovadora e apoio político para realizar esse trabalho.

JC - Quais as principais premiações conquistadas pelos estudantes?

 JA - O IEMA é referência em diferentes áreas do conhecimento, posso citar que somos medalhistas de ouro, prata e bronze na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica; medalha de prata e bronze na Olimpíada Brasileira de Geografia e Ciências da Terra; medalha de bronze e menção honrosa na Olimpíada Internacional de matemática da Ásia; somos referência na área de robótica, acumulando campeonato e vice-campeonato em competições de âmbito local, estadual, regional, nacional e internacional a exemplo do 3º lugar na competição de robótica FIRA Roboworld Cup, em Taiwan; somos campeões e vice campeões na Mostra Brasileira de Foguetes; somos o representante do Maranhão no Parlamento Juvenil do Mercosul; fomos premiados por três anos consecutivos na Semana de Ciência e Tecnologia do Maranhão; medalhistas de prata na Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); tivemos a iniciativa Copo Zero que foi reconhecida e selecionada para uma chamada pública realizada Onu Meio Ambiente e Ministério do Meio Ambiente e fomos considerados uma das 20 boas práticas em gestão de resíduos sólidos.

JC - Com tantas conquistas, o IEMA tem algum reconhecimento internacional? 

JA - Atualmente, nossa instituição é a única escola pública do Maranhão que associada da UNESCO, a mesma organização reconheceu São Luís como Patrimônio da Humanidade. Também somos validados pelo Cinéfondation do Festival de Cannes, na França, isso permite que os estudantes da nossa Escola de Cinema do IEMA possam submeter seus trabalhos nesse festival que é uma referência internacional na área de cinema. A partir do trabalho que realizamos com a robótica, eu fui escolhido para ser presidente e representante da Federação Internacional de Associação de Esporte de Robôs no Brasil.

JC - Como uma instituição que promove a ciência e tecnologia, quais as inovações? 

JA - Desenvolvemos um currículo que é composto pela base nacional comum curricular, pela parte diversificada e a base técnica. Esses três componentes se relacionam na implementação de uma educação integral que envolve ensino, pesquisa e inovação com o objetivo de que cada um dos nossos estudantes tenham uma formação integral, considerando seus aspectos cognitivos, corporais e suas habilidades técnico-científicas e sócio-emocionais.

Estimulamos o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação por meio dos núcleos de pesquisa e olimpíadas do conhecimento que funcionam nas nossas unidades plenas e temos um trabalho voltado tanto para a produção de pesquisas, das quais algumas foram financiadas pela Fapema, quanto para participação em olimpíadas científicas que também fazemos nas diferentes áreas do conhecimento que existem olimpíadas científicas. Fazemos isso porque está comprovado, por meio de estudos, que esse envolvimento com pesquisa impacta positivamente no aprendizado e no desenvolvimento de uma trajetória escolar exitosa. 

E para continuar estimulando o interesse dos estudantes pela ciência, empreendedorismo e a inovação no âmbito nas nossas unidades, vamos inaugurar o nosso primeiro fablab com o financiamento da empresa Vale.

JC - Como você observa o papel do IEMA na profissionalização dos maranhenses e que medidas estão sendo adotadas para que essas pessoas sejam absorvidas pelo mercado de trabalho?

JA – O IEMA responde por praticamente 11º das matrículas em educação profissional no Maranhão. Nossos cursos já qualificaram mais de 26 mil maranhenses. Neste primeiro semestre de 2019 ofertamos 2.015 vagas ofertadas para cursos profissionalizantes. Oferecemos 27 tipos diferentes cursos seguindo o catálogo nacional e as avaliações obtidas tanto por parte dos estudantes quanto da parte das empresas são extremamente positivas. Inclusive em uma das nossas pesquisas aqueles que cursaram conosco afirmam que incrementaram 20% a sua renda familiar com curso profissional do IEMA. 

Entregamos neste ano de 2019, 323 jovens formados em cursos técnicos do IEMA e as avaliações dos estágios a esses jovens giram na casa de 80 e 90 para bom e muito bom do ponto de vista da responsabilidade profissional, da capacidade de resolver problemas, conhecimento técnico e da sua atuação no campo profissional, o que sintetiza o papel que o IEMA hoje tem na educação profissional dos maranhenses como uma instituição fundamental e indispensável para que o Maranhão avance na educação das suas pessoas, na garantia do direito a uma profissão e na capacidade do nosso povo em gerar trabalho, emprego e renda.

Foto: Divulgação/internet

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