terça-feira, 9 de abril de 2019
Conheça o minucioso trabalho da entidade vinculada ao Ministério da Cidadania responsável pela preservação de materiais e documentos audiovisuais do cinema brasileiro


Quem conhece a imponente sede da Cinemateca Brasileira, na capital paulista, sabe que o espaço é conhecido pela exibição de filmes nacionais e estrangeiros. Porém, não é só na programação cultural que a entidade se destaca. Criada para preservar matérias audiovisuais e documentais relacionadas ao cinema e à televisão, o trabalho na Cinemateca não para. É preciso revisar e fazer a manutenção permanente de parte do acervo para que as películas não se deteriorem.

Claudete Leite trabalha na entidade restaurando filmes desde 1977, apenas com um hiato entre 1985 e 1987 em que não esteve na instituição. A servidora de 72 anos não esconde a alegria em cortar, colar e recuperar matrizes e cópias em película, deixando-as prontas para a exibição ou para o uso em pesquisas e trabalhos audiovisuais.

“Aqui é tudo de bom. Eu faço as perfurações, emendas, quando há cortes muito sérios, a gente conserta para que a película possa ser copiada, ser projetada”, conta Claudete. Ela afirma que, por falta de profissionais para fazer a manutenção, alguns filmes ficam “paradinhos”. “Dá uma vontade de ir lá, virar, arrumar, mas não dá tempo para tudo. A gente vai fazendo as prioridades”, relata.

Papelada


O acervo não fílmico, ou seja, os materiais em papel relacionados às obras audiovisuais, são o foco da servidora Olga Futemma desde 1984. E não faltam arquivos: são mais de um milhão de documentos, entre livros, fotos, textos, manuscritos e até correspondências. Parte do material pode ser acessado online, no site da entidade.

“O grande segredo da Cinemateca é a continuidade com inovação. E uma difusão qualificada também é preservação, porque preserva a ideia do cinema na cabeça das pessoas. Os filmes exibidos aqui fazem esse papel, sempre com o contexto que cerca a obra”, explica Olga.

Para Futemma, o compromisso de preservar e difundir os materiais audiovisuais devem nortear os trabalhos e enaltecer o conjunto de materiais que se misturam à história do cinema no Brasil. “A Cinemateca pode, sim, ser um espaço de entretenimento extraordinário. Mas não pode perder de vista a sua missão, que é ser um centro de referência”, conclui.

Clube de Cinema


A Cinemateca Brasileira surgiu a partir da criação do Clube de Cinema de São Paulo, na década de 1940. Presente na estrutura da pasta da Cultura desde 1984, ela é a mais antiga instituição de cinema do País. É também o centro nacional de informações cinematográficas e audiovisuais, responsável pelo registro, guarda, reparo e preservação da produção cinematográfica nacional.

A entidade tem como missão institucional a preservação de materiais audiovisuais em película, vídeo e digital e de materiais documentais relacionados ao campo. É, também, a instituição credenciada para emitir laudos técnicos de obras fomentadas com recursos públicos (Depósito Legal).

Com um acervo de mais de 240 mil rolos de filmes, aproximadamente 700 terabytes de arquivos digitais e cerca de um milhão de documentos relativos ao audiovisual, a Cinemateca Brasileira planeja executar vários outros projetos, como o resgate e disponibilização de cinejornais e de telerreportagens que fazem parte do acervo.

O espaço da vinculada conta com duas salas de exibição, equipadas para projeção de diferentes formatos, além de um espaço externo com um telão instalado. As salas contemplam exibição de filmes em película 35mm e de materiais em suportes tecnológicos mais recentes do digital.

Assessoria de Comunicação

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