quarta-feira, 17 de abril de 2019

Em São Luís, há uma população residente com mais de 320 mil pessoas com deficiência visual, auditiva, motora ou mental/intelectual. Destes, 55 mil têm deficiência motora. Diante disso, pesquisadores da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), desenvolveram um estudo com o intuito de analisar as condições de acessibilidade urbana, em São Luís, para a pessoa com deficiência física, analisando a área central da capital maranhense.

De acordo com o documento de Revitalização do Centro Histórico de São Luís: Desafios e Oportunidades, organizados por José Aquiles Sousa Andrade e apresentado no Seminário Internacional de Cidades e Entidades Iluministas Vila Real de Santo Antônio no ano de 2011. São apontadas algumas características que o Centro Histórico apresenta essas sendo: zonas de conflito de tráfego na região da Praça Deodoro, excesso de barreiras arquitetônicas nos eixos viários, dificuldade de organização do comércio informal. Contata-se que parte do Centro Histórico mantém comércio varejista e serviços atendendo classes de médio a baixo poder aquisitivo.

Conforme outro pesquisador  Santos e Duarte (2017) em pesquisa realizada avaliando usuários de cadeiras de rodas no Centro Histórico de São Luís – MA, os resultados mostram que existem condições para os mesmos serem mais independentes precisando de alguns ajustes esses destacados pelas autoras no seminário Acessibilidade em Cidades Históricas, realizado em 2012, constando:

Devem-se oferecer banheiros acessíveis ou adaptados para tornar operacional; 
É importante que haja vontade política, a inclusão da gestão pública nesse processo; • Promover a reorganização e restauração dos espaços de uso público;
Oferecer capacitação para o atendimento às pessoas com deficiência; • Rebaixamento de guias; 
Utilização de rampas móveis; 
Mapas turísticos acessíveis; 
Restauração de espaços com acessibilidade já existentes; 
Utilização correta dos banheiros adaptados existentes no Centro Histórico; 
Roteiros turísticos adaptados ou acessíveis e informações de hotéis, restaurantes, bares e espaços turísticos acessíveis às pessoas usuárias de cadeira de rodas.

Turismo de acessibilidade

Se para o dia a dia das pessoas que residem na cidade está difícil, imagine para o Turismo. Como é desafiador negociar pacotes turísticos para a cidade. 

Não há infraestrutura

Ainda é muito difícil para PCDs viajarem devido à falta de estrutura, pouco conhecimento e equipes mal-preparadas. O Brasil tem os patrimônios naturais e a biodiversidade mais ricos do planeta, mas seu potencial turístico é limitado por deficiências em segurança, infraestrutura, mão de obra e outros fatores.

Essa é a conclusão do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês - 2017) - numa lista de 136 países, o Brasil aparece em primeiro lugar em potencial de recursos naturais, mas perde competitividade em quase todos os outros 13 itens listados. No ranking geral, fica na 27ª posição e o quesito Turismo de Acessibilidade está incluído nos itens de infraestrutura e mão de obra. 

O Brasil também tem recursos culturais "muito fortes", que incluem desde patrimônios a eventos esportivos e de entretenimento, e desenvolveu uma estrutura turística relativamente boa, mas peca em vários outros quesitos.

O Ministério do Turismo publicou em 2013 uma pesquisa realizada com pessoas com deficiência. Os entrevistados não acreditam que os prestadores de serviços turísticos sejam capacitados para atendê-los. Falta informação e muitas vezes ela não condiz com a realidade. Ainda foi considerado que destinos que oferecem maior contato com a natureza estão menos adaptados em relação aos outros.
Quem não se adapta perde turistas

Nessa mesma pesquisa feita pelo MTur, a maioria dos pesquisados leva uma vida bastante ativa profissional e socialmente. Todos foram considerados potenciais turistas e consideram o lugar, estrutura e atendimento para escolher seus destinos.

É Lei

A Constituição brasileira garante que lugares, serviços, prédios e transportes devem ser adaptados para pessoas com deficiência. Eles têm direito de ir e vir assim como qualquer um. Acessibilidade no turismo não é mais um diferencial, mas sim uma obrigação. A deficiência deixou de ser vista como problema individual da pessoa. Segundo a ONU, ela é resultante das barreiras impostas pelo ambiente, ou seja, é dever do governo e da sociedade fornecer condições ideais para incluir todos os cidadãos.

Rampas de acesso, vagas reservadas, sinalização adaptada, corrimão e piso antiderrapante são alguns exemplos do que chamamos de Acessibilidade, direito fundamental das pessoas com deficiência, seja ela permanente ou temporária. É essencial para que o viajante seja bem recebido e atendido em qualquer destino escolhido.Também é importante informar com antecedência à empresa de transporte de passageiros contratada e o hotel em que irá se hospedar sobre suas necessidades específicas para garantir a satisfação na viagem.

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