sexta-feira, 10 de maio de 2019
Programa do Sebrae voltado à inovação deve beneficiar 400 empreendimentos em todo o Maranhão nos próximos dois anos.


São Luís - O tema inovação entrou definitivamente na agenda dos pequenos negócios. No atual cenário, é uma questão de sobrevivência. Daí porque é cada vez maior a busca por ideias, produtos, serviços e boas práticas com capacidade de se converterem em resultados positivos e na melhoria do desempenho desses negócios.

Esta semana, o Sebrae deu início à seleção de empresas para participação no programa Agentes Locais de Inovação (ALI), realizando a primeira oficina do ciclo 2019 do programa, em São Luís.

O programa pretende fomentar e desmitificar a cultura da inovação nas micro e pequenas empresas e empreendedores individuais, aumentar a competitividade e auxiliar no gerenciamento de projetos e soluções inovadoras. Em 2019, deve beneficiar 200 empresas no Maranhão.

Na oficina, pessoas como Joycilene Gama Rocha, microempreendedora individual criadora da marca de calçados Boutique By Joyce Gama, foram orientados a uma reflexão sobre a inovação como diferencial competitivo, em palestra ministrada pela gestora de projetos do Sebrae, Paula Waldira, facilitadora do ALI.

Joyce teve a oportunidade de participar da aplicação do Radar da Inovação, ferramenta do ALI que permite avaliar o grau de inovação das empresas candidatas ao programa, como primeira etapa de acesso à iniciativa.

Mas o que é inovar e por que as empresas devem apostar nesse diferencial? O que torna uma empresa de fato inovadora? Ideia criativa é sinônimo de inovação? Inovar requer muitos investimentos? Para os pequenos negócios, por que inovar vem se tornando uma questão de sobrevivência?

Benefícios da inovação - Dados do estudo Inovação nos Pequenos Negócios, de 2013, apontam ganhos na imagem da empresa no mercado, em função de inovações adotadas; melhoria na satisfação dos clientes e fornecedores; autoconhecimento e impacto positivo no faturamento, dentre outros.

Ainda de acordo com o Sebrae (2007), 68% das empresas extintas entre 2003 e 2005 no Brasil, relataram que entre os principais fatores de mortalidade nas MPE foram a falta de competências gerenciais, carência de planejamento e de investimento em fontes externas de conhecimento. Porém, dentre as empresas que permaneceram ativas, a melhoria na gestão abriu caminhos para processos de inovação, competitividade e sustentabilidade no mercado.

O aumento da concorrência, a elevada oferta de calçados muito similares e a necessidade de colocar-se no mercado com identidade própria, foram alguns dos fatores que levaram Joyce Gama a planejar a entrada no mercado com um selo próprio na primeira loja colaborativa de São Luís, localizada em um centro comercial da capital maranhense.

Até chegar à loja, Joyce, a quem os parentes chamam de “centopeia” numa referência à paixão por sapatos, trabalhou com customização de produtos para unhas. Logo depois, teve uma experiência com a venda virtual de calçados e um esquema de vendas diretas por meio de catálogo, tendo como parceiro um fabricante do Ceará. O desempenho nesse ramo foi tão bom, que ela viu aí uma oportunidade de evoluir em direção ao sonho de uma marca de calçados própria.

Em 2015, após formalizar-se como MEI, Joyce passa a atuar em um nicho bastante interessante, confeccionando calçados personalizados para uma clientela já fiel, respeitando as necessidades do cliente e tendo o suporte de um fabricante do interior paulista. Funciona assim: o cliente deseja um sapato com cores, modelos e características específicas. Ela idealiza e, após aprovação do cliente, envia para confecção.

Essa experiência evoluiu para a revenda de calçados infantis numa pegada lúdica, para calçados de máximo conforto voltados para a terceira idade, para atendimento de numerações do 31 a 34 e numerações acima de 40, para o público feminino. Ela também trabalha com produtos novos, como os kits de moda praia, compostos de rasteirinha, necessaire e bolsa para toalha, por exemplo.

Hoje, da loja colaborativa, Joyce ainda não consegue tirar o sustento familiar integralmente. Mas já contribui com boa parte. O sonho? Estudar design, criar uma linha de calcados próprios e crescer. O caminho? Conhecimento, planejamento e muita determinação. A dificuldade de crédito é um entrave que, ao contrário, motiva a empreendedora.

“Estamos buscando caminhos para crescer, olhando as necessidades do mercado, procurando entender o que as consumidoras desejam e esperam da empresa e me preparando para atender bem e superar as expectativas do meu cliente, oferecendo produtos inovadores, focados em suas necessidades”, explica a empreendedora.

Radar da Inovação - Fomentar a ideia de que é possível induzir processos de inovação, desmitificar o processo e gerar base de conhecimento para a produção de soluções que ajudem os pequenos negócios nesse desafio, estão entre os objetivos do ALI, conforme explica Luciana Caldas Barreto, coordenadora estadual do programa.

Durante a oficina, ela conduziu a aplicação da ferramenta Radar de Inovação entre os participantes. O radar vai mostrar o grau de inovação dessas empresas, sendo uma espécie de passaporte para ingresso no programa que, dentre outros benefícios, vai possibilitar o acompanhamento das selecionadas por consultores especializados, sempre com foco na inovação.

“O Radar resulta em um diagnóstico da inovação nessas empresas, numa iniciativa que é subsidiada pelo Sebrae neste ciclo 2019. Nesta primeira oficina estamos selecionando participantes do programa. A ideia é alcançarmos, nos próximos dois anos, 400 pequenos negócios em todo o Maranhão. Duzentos, só em São Luís”, frisa a coordenadora.

“Quem quer crescer e se diferenciar não pode deixar passar essa oportunidade de conhecimento”, analisa Joyce Gama, frisando a importância da participação no ALI. “As empresas devem buscar esse suporte, aproveitando a oportunidade que o Sebrae abre. Como MEI, vislumbro aí um caminho para alcançar meus objetivos de crescer e me destacar no mercado”, completa.

Após a análise dos dados do Radar desse primeiro grupo e divulgação dos selecionados no primeiro ciclo, o Sebrae realiza uma segunda etapa de oficinas do ALI nos próximos dia 14 e 17 de maio, com inscrições feitas pela Loja Sebrae. Você pode inscrever-se aqui: https://loja.ma.sebrae.com.br/loja/

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