quinta-feira, 30 de maio de 2019
Culminância da mobilização pelo Dia Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes - 18 de maio, ocorreu nesta terça-feira (28) com apresentação dos resultados das 11 oficinas realizadas com crianças, adolescentes e famílias


Poesias, cartazes, vídeos, músicas e teatro integraram os resultados das 11 oficinas temáticas que fizeram parte da programação alusiva ao Dia Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes - 18 de maio. As atividades reuniram mais de 600 pessoas, entre crianças, adolescentes e famílias. Os trabalhos foram apresentados, na tarde desta terça-feira (28), no Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Vila Luizão, equipamento da Prefeitura de São Luís. As oficinas foram promovidas pela Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas), em parceria com o Governo do Estado do Maranhão, por meio das Secretarias de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (SEDHPOP), e de Segurança Pública, por meio da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC). A Defensoria Pública do Estado acompanhou a realização das atividades.

O evento teve como tema "O uso seguro das ferramentas de informação e meios de comunicação" e debateram os prós e contras e como lidar com o uso seguro da tecnologia de informação e meios de comunicação, com foco nos riscos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. "Agradecemos aos parceiros que se disponibilizaram a sair dos seus espaços e se dividirem nas 11 oficinas pela cidade. Importante lembrar que o combate à exploração sexual não é pontual de um dia, ela precisa acontecer todos os dias. Todos os que participaram das oficinas aprenderam a se proteger e, mais ainda, podem ser multiplicadores desse cuidado", enfatizou a secretária da Semcas, Andréia Lauande.

As oficinas ocorreram no período de 13 e 22 de maio, envolvendo as regiões onde estão localizados os Centros Especializados de Assistência Social (Creas) como Coroadinho, Cidade Operária, Turu, Anjo da Guarda, entre outros. As oficinas temáticas foram voltadas para o público do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) e seus familiares.

Caique dos Santos, 15 anos, frequenta o SCFV da Vila Luizão há cinco anos e revela que seu maior atrativo é o hip hop e capoeira. Mas confessa que ficou muito interessado durante a oficina que considerou muito esclarecedora. "Aprendi a usar as ferramentas da internet de forma correta e a me defender, me proteger do cyberbullying. Entendi que as redes sociais precisam de mais atenção e não devo ficar falando ou trocando fotos com quem não conheço", revelou Caique.

A temática escolhida levou em consideração o uso cada vez maior dos meios digitais por parte de crianças e adolescentes, na maioria das vezes, de forma desassistida, colocando esse público exposto a diferentes riscos, como crimes virtuais, que se configura como novas formas de abuso e violência sexual, se tornando um grande desafio para o enfrentamento desse tipo de violência.


Patrícia de Melo, coordenadora de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da SEDHPOP, destacou o interesse das crianças e dos adolescentes, que participaram intensamente com perguntas e comentários. "Nós acreditamos que é a partir desse trabalho com as famílias, as crianças e os adolescentes que podemos criar a cultura de denúncia e maior conhecimento da problemática. Nós participamos de oficinas simultâneas e foi muito enriquecedor", comemorou Patrícia.

No Brasil, 80% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos usam a internet. Desses, 66% acessam a rede mundial de computadores mais de uma vez por dia, principalmente por meio de smartphones. Os dados são da pesquisa Tic Kids Online - Brasil 2015, feita pelo Comitê Gestor da internet e o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade de Informação.

Para Odilardo Muniz, delegado do Departamento de Combate a Crimes Tecnológicos, as oficinas foram muito ricas e destacou o caráter preventivo e educativos das atividades. "Nossa equipe trabalhou muito nesse período, porque consideramos uma forma de prevenção e educação, pois a partir do que foi mostrado de como pode acontecer o delito, vocês já estão preparados", destacou o delegado.


PROGRAMAÇÃO

Ainda como parte da programação, foi iniciada segunda-feira (27), as capacitações para os Trabalhadores Municipais das Políticas Públicas de São Luís e tem como público-alvo servidores das secretarias municipais de Educação (Semed), Cultura (Secult), Turismo (Setur), Esporte e Lazer (Semdel) e Saúde (Semus). Essas capacitações se estenderão até outubro.

VIOLAÇÃO

A violação dos direitos sexuais contra meninos e meninas é uma das expressões de violência e negação dos direitos humanos, tendo em vista, que agride a integridade física e psicológica de pessoas em fase de desenvolvimento e afetam o crescimento saudável. A violência sexual pode ocorrer de duas formas: pelo abuso sexual ou pela exploração do corpo e da sexualidade de crianças e adolescentes.

A violência sexual contra crianças e adolescentes ocorre tanto por meio do abuso sexual intrafamiliar ou interpessoal, como na exploração sexual. Crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, por estarem vulneráveis, podem se tornar mercadorias e assim serem utilizadas nas diversas formas de exploração sexual como: tráfico, pornografia, prostituição e exploração sexual no turismo.

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