quinta-feira, 13 de junho de 2019
Equipamento cultural integra as ações para a valorização do Centro Histórico, que tem entre seus objetivos o incremento do turismo na capital e fortalecimento nos ludovicenses do sentimento de pertencimento


A gestão do prefeito Edivaldo Holanda Junior realizou mais um investimento que integra o conjunto de iniciativas executadas para a valorização do Centro Histórico de São Luís. Com o Museu da Gastronomia Maranhense, entregue nesta quinta-feira (13), o poder público municipal oferece à população novo espaço cultural, contribuindo para fortalecer nos ludovicenses o sentimento de pertencimento e promovendo a valorização da gastronomia maranhense. O Museu, que foi entregue em clima de festa, será, ainda, um espaço permanente de capacitação na área da gastronomia local. O projeto é resultado de parceria com o Ministério do Turismo e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A iniciativa integra a política de fomento ao turismo, cultura, valorização do Centro Histórico e de incentivo ao desenvolvimento da economia local. "A Prefeitura entrega mais um importante elemento para valorizar a cultura local e mostrar ao mundo toda a diversidade da nossa gastronomia que é tão apreciada e as peculiaridades das nossas tradições. Com a criação de mais este espaço, vamos ofertar à população e aos turistas mais uma alternativa de entretenimento cultural. Além disso, o Museu da Gastronomia Maranhense é mais uma iniciativa pensada para a revitalização do nosso Centro Histórico e para estimular a visitação à área que, por si só, já tem tanta representatividade cultural da nossa história", afirmou o prefeito Edivaldo.

O museu ocupa um dos mais belos casarões coloniais da Rua da Estrela, amplamente restaurado para contar a história da culinária maranhense aos visitantes locais e a turistas, que poderão se deleitar com os sabores regionais e apreciar todos os elementos que compõem a cozinha de raiz da culinária maranhense.

O vice-prefeito Julio Pinheiro, enfatizou a importância do espaço. "Através desta iniciativa da gestão municipal, estamos valorizando a trajetória e toda a história da culinária maranhense, destacando todos os povos que fazem parte dessa tradição. A culinária é um importante elemento que compõe a história dos próprios maranhenses", disse.


A proposta do espaço é oferecer ao visitante uma experiência inesquecível pelos sabores da culinária local, que encanta com o olhar e com o paladar, porque é forte, marcante e nobre sem ser sofisticada. Como cidade patrimônio cultural da humanidade, São Luís é detentora de um imenso valor cultural e seus pratos típicos integram esse conjunto de elementos que fazem da capital maranhense única nesse aspecto. Tendo como base da sua composição principalmente peixes, mariscos, moluscos e outros frutos do mar, além de uma variedade de produtos naturais, a culinária maranhense será exortada no Museu de Gastronomia para proporcionar ao visitante um mergulho pela cultura local através de seus sabores mais genuínos e da singularidade da preparação de suas iguarias.

"Com a parceria celebrada entre o Iphan e a Prefeitura de São Luís estamos oferecendo ao público um novo espaço. Então, além da restauração, estamos dando uso a este local e tornando-o mais um equipamento cultural de suma importância tanto para a sociedade de São Luís quanto para aqueles que nos visitam", destacou o superintendente do Iphan no Maranhão, Maurício Itapary.


A secretária municipal de Turismo (Setur), Socorro Araújo, reforça que o Museu da Gastronomia Maranhense se configura como um espaço para valorização e apresentação da culinária típica maranhense e expor ao mundo as tradições ludovicenses, os hábitos alimentares locais e todos os seus sabores. "O museu vem desenvolver o sentimento de pertencimento à medida em que promove a valorização das tradições que envolvem a gastronomia maranhense. Este é um importante equipamento que vai valorizar ainda mais a gastronomia local como um elemento forte da nossa identidade cultural", disse a secretária.

Também prestigiaram a inauguração do museu os vereadores, Concita Pinto, Pavão Filho, Umbelino Júnior, Raimundo Penha, Dr. Gutemberg, o presidente da Academia Ludovicense de Letras, Antônio Norberto, o secretário de Estado do Turismo, Catulé Júnior e secretários municipais. O canto Carlinhos veloz e os atores da comedia Pão com Ovo - Dijé (Adeilson Santos) e Clarisse (César Boaes), também estiveram presentes na inauguração.

A partir de sexta-feira (14), além da exposição, que reunirá informações e curiosidades da gastronomia maranhense, o espaço também será dedicado à oferta de cursos permanentes de capacitação na área da gastronomia. Para visitação, o local funciona de segunda à sexta, das 8h às 19h e aos sábados, das 8h às 12h.

"Esse é um espaço que vem agregar valor às demais iniciativas que vêm sendo desenvolvidas para a valorização de toda essa área do Centro Histórico de São Luís. Sem dúvidas, uma ação que contribuirá muito com o turismo na cidade", disse o secretário de Estado do Turismo, Catulé Júnior.


Universitários conferiram em primeira mão a novidade. "A Prefeitura está de parabéns por esta iniciativa, por trazer não só a cultura de São Luís como a de outros locais do Maranhão como o doce de espécie de Alcântara", afirmou Nayane Carneiro, 21 anos, estudante de Geografia. "Acredito que é mais um atrativo para quem visita a cidade, especialmente em períodos como o São João e o Carnaval, que naturalmente já atraem muitos turistas", acrescentou Jorge Duailibe, 23 anos, estudante de Engenharia Ambiental.

SABORES


Dentre os pratos, bebidas tradicionais e representações da culinária local, o Museu da Gastronomia Maranhense destaca o cuxá e o arroz de cuxá, a torta de camarão e de caranguejo, o doce de abóbora e de buriti, além de bebidas diversificadas como sucos e licores de frutas típicas da região, como o bacuri, cupuaçu, buriti, murici, juçara, jenipapo, o guaraná Jesus, a cachaça tiquira e tudo o mais que compõe o leque de sabores da gastronomia local.

No museu, estão representados também os diversos festivais gastronômicos que marcam o calendário maranhense, como a Festa da Juçara, por exemplo, que ocorre anualmente no bairro Maracanã. Assim como também os festejos populares, a exemplo do São João de São Luís e seus elementos folclóricos como o bumba meu boi, com suas variações de sotaques, ritmos, indumentárias e instrumentos musicais.


Celeiro de produtos, especiarias e artesanato do Maranhão, a Casa das Tulhas, a Feira da Praia Grande, localizada no coração do Centro Histórico de São Luís, também está representada no Museu da Gastronomia do Maranhão. O espaço é rico na sua arquitetura colonial e também no quesito imaterial - a arte, cultura e a culinária maranhense - presentes em seus ambientes onde podem ser encontrados produtos como camarão e peixes secos, temperos diversos, farinhas, castanhas, cachaças artesanais, licores e outras bebidas tradicionais.

O visitante também vai poder se encantar com a Casinha da Roça, uma representação das casas localizadas na zona rural do interior do Maranhão. A decoração da Casinha da Roça inclui objetos domésticos peculiares a essas residências, como a lamparina, pilões, fogareiros, cofos, gamelas e, no seu interior, brincantes que dançam e cantam enquanto preparam pratos típicos, que representam a antiga e tradicional população maranhense.


Nos espaços do museu também estão expostos objetos típicos das cozinhas locais, como a bateria, uma estrutura de ferro criada para guardar panelas e outros utensílios domésticos comumente encontrada nas casas do interior do Maranhão.

Também os manguezais, que constituem um papel importante para o ecossistema maranhense, terão representatividade no museu. É dos manguezais que advêm diversos produtos que compõem as iguarias da tradicional culinária local, como o caranguejo, o sururu e o sarnambi. A representação no museu será por meio de fotos e painéis.

Nem mesmo o picolé e o sorvete de coco tão apreciados pelos maranhenses foram esquecidos e, como elementos tradicionais dos sabores locais, também ganharam espaço de destaque no Museu da Gastronomia Maranhense. Produzido e consumido diariamente por milhares de moradores e turistas que visitam a cidade, o produto será apresentado no local como é tipicamente vendido por aqui: na tina.

APROVAÇÃO

A paraense Tatiana Serra é uma apaixonada por gastronomia e sempre que viaja dedica parte do passeio para conhecer os locais onde possa experimentar a culinária da região. "A gastronomia é uma das maiores riquezas da cultura e dos hábitos de um povo. E criar um museu para valorizar esse aspecto é extremamente louvável. São Luís já é linda, tem um Centro Histórico belíssimo e, agora, com esse museu, vai agregar ainda mais valor à visita das pessoas à cidade", disse ela.

Ludovicense nato, Itamar Batista também enaltece a criação do Museu de Gastronomia do Maranhão. "As iniciativas de valorização da cultura e da história da nossa cidade são extremamente importantes, porque é por meio da preservação desses elementos que as futuras gerações vão poder conhecer um pouco mais sobre a sua origem e sua história", concluiu.


REVITALIZAÇÃO

O Museu da Gastronomia do Maranhão soma-se a outras obras que vêm sendo executadas pelo Iphan em parceria com a Prefeitura de São Luís e Governo do Estado, visando à revitalização do Centro Histórico da capital, a exemplo do Complexo Deodoro e da Praça Dom Pedro II, entregues em dezembro passado, da Rua Grande, que está com obras em andamento, e do casarão 195 e 205 da Rua da Palma, destinado a habitação social e requalificação da área central da cidade.

O prédio do Museu da Gastronomia do Maranhão teve o seu projeto arquitetônico conservado. Durante a reforma do espaço para crianção do museu, foram realizados serviços estruturais como os de reparação elétrica, hidráulica e recuperação de piso e forro no sentido de preservar a maior parte da estrutura original do ambiente.

O imóvel está inserido no Centro Histórico de São Luís como parte integrante do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Cidade de São Luís - MA, tombado pelo Governo Federal, através do Processo N.º 454-T-57, e também faz do conjunto arquitetônico tombado pelo Governo do Estado através do Decreto 11.592 de 12/10/1990.

HISTÓRIA


Edificado no século XIX, o sobrado da Rua da Estrela Nº. 82 apresenta características arquitetônicas das construções do período áureo da economia maranhense, que se inicia após a criação, em 1755, da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão, empreendimento estruturado pelo Marquês de Pombal, ministro de Dom José I (1750-1777), que estimulou a produção agrícola por meio de financiamento para a aquisição de ferramentas e mão de obra escrava, colocando o Maranhão no circuito internacional de exportação, tendo como principais produtos o algodão e arroz.

O imóvel apresenta, no trecho do cunhal em pedra de lioz, na face voltada para a Rua da Estrela, uma inscrição do século XIX, que indica o nome do proprietário e a data provável da construção: "Caetano José Teixeira fez edificar essa propriedade...". Porém a data não está explicitamente definida na inscrição.

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