sábado, 8 de junho de 2019

Tudo começa com Santo Antonio, o santo mais alcoviteiro desse mundo. A partir do dia 13 de junho a cidade mergulha num clima contagiante e as festividades juninas estão oficialmente instituídas.

 Comer arroz de cuxá com peixe frito ou torta de camarão é obrigação para quem mora aqui e para quem vem nos visitar. Uma comida típica saboreada ao som de uma toada de boi faz qualquer dia valer a pena, principalmente se o boi for o de sua paixão. 

Aqui, torcer por um “batalhão” é como ter um time do coração. Por ele se briga, se bate e se apanha. Eu, por exemplo, vivo confuso em relação a isso. Gosto de ver a “massa maiobeira” chegar num arraial. Eles chegam e vão levando tudo pela frente, mexem com a gente de um jeito... mas quando escuto o boi de Maracanã meu coração fica diferente.  

Em meio a essa confusão que se transforma meu coração, a Pindoba chega com sua originalidade e lá estou eu toda alegre e sem saber qual é meu batalhão do coração. Ai que confusão boa de sentir!


Passado alguns dias do início da festança, a espera é pelo ápice do mês de junho: o dia de São João. Nesse dia (24 de junho), a cidade se reveste em cores berrantes, muitos brilhos e uma musicalidade única. O “hit” do momento já está na boca do povo e os índios do Boi de Morros também estão em muitos registros fotográficos.

Fala-se a essa altura sobre o arraial com a melhor programação, o que foi ruim, o que foi bom e ainda dá para se programar para aquela apresentação do Cacuriá, que é sempre muito concorrida e animada. A festa está em seu ponto máximo e a saudade de tudo começa a ficar mais forte. Pena não se ver mais tantas fogueiras pra esquentar ainda mais o coração...

No dia 29 de junho, acontece o inesperado: amanhecer na Capela de São Pedro com o sol ardendo no olho e a cidade em pleno feriado. Desse ponto dá pra ver a procissão marítima pelo Rio Bacanga e os pedidos ao santo protetor dos pescadores saem em meio à ressaca e ao barulho das matracas. Festa bonita, alegre e colorida que dá muito orgulho a todos nós.


Após as comemorações do Dia de São Pedro, chega o momento do país todo se despedir das festanças. E quem disse que em São Luís acabou? Não! Ainda tem o dia 30 e a comemoração em homenagem a São Marçal!

Temos um dia de ponto facultativo por aqui e o João Paulo se transforma em pura paixão, suor e ritmo. Nesse dia também comemoramos o dia do Brincante de Bumba-meu-boi e só depois de todos os grupos passarem pela passarela, a missão está cumprida e a dinâmica da vida volta ao seu estágio regular.

O mês passa assim nessa loucura gostosa, mas nem sentimos seu peso em nossas vidas, afinal, quem não gosta de festa junina, bom sujeito não é!

“Todo mundo canta sua terra e eu também vou cantar a minha. Modéstia parte seu moço minha terra é uma belezinha” (João do Vale / Julinho).

Texto/Editorial publicado na edição 145/201, do Jornal Cazumbá 
Fotos: Arquivo pessoal e Rede Sociais/Internet

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