sábado, 8 de junho de 2019
O Secretário de Turismo do Maranhão, Antonio José Bittencourt de Albuquerque Júnior, o Catulé Júnior, falou ao Jornal Cazumbá de estruturação, metas, entraves e avanços no turismo do Estado.


Jornal Cazumbá - Que diagnóstico é possível fazer do turismo maranhense hoje?

Catulé Júnior - Tivemos avanços consideráveis nos últimos 4 anos, mas infelizmente, a crise nacional tem dificultado que o Estado faça maiores investimentos visto que a arrecadação federal tem diminuído e isso reflete a nível estadual. De qualquer forma, o trabalho não parou, pelo contrário, tivemos as melhores taxas de ocupação da rede hoteleira nos últimos 8 anos e conseguimos reposicionar o produto Maranhão com a campanha “Maranhão terra de encantos” premiada nacionalmente e agora já estamos com grande expectativa com a campanha do São João. Além da parte promocional, temos concentrado esforços na qualificação e no turismo sustentável, mais de 5 mil pessoas já foram capacitadas com nossos 12 cursos disponíveis ao prestadores de serviços turísticos e pelo programa Mais Infância Mais Turismo, apenas nos primeiros desse anos, 2.200 alunos assistiram palestras contra o turismo sexual.

JC - Como o senhor avalia a infraestrutura disponível, corpo técnico, promoção dos destinos maranhenses e o volume de visitantes que o Estado recebe?

CJ - Seguimos a orientação do Ministério do Turismo de trabalhar a promoção dos três polos indutores (São Luís, Lençóis Maranhenses e Chapada das Mesas) com acréscimo do Polo Delta que é estratégico devido a Rota de Emoções. No que tange ao governo estadual, é preciso valorizar os investimentos feitos nos atrativos turísticos como a revitalização do espigão na Ponta D’Areia com destaque para a inauguração do novo CAT e o Forte Santo Antônio, a construção da estrada Barreirinhas/Paulino Neves fazendo ligação do polo Delta e Lençóis, construção da estrada de Santo Amaro que era um pleito antigo, a beira rio de Imperatriz que é portal de entrada da Chapada das Mesas, na Lagoa da Jansen tivemos a praça do foguete e a reforma da Concha Acústica, no Centro Histórico o Museu do Reggae e a casa do Tambor de Crioula em parceria com IPHAN. Portanto, são várias obras de infraestrutura de interesse turístico já realizadas na capital e em outras cidades. Sobre o corpo técnico da SETUR fiz questão de manter praticamente todos os servidores com ênfase na integração e multidisciplinariedade, temos dois ex secretários adjuntos na nossa equipe, funcionários talentosos, com perfil acadêmico e com ampla experiência de mercado. Estamos todos muito empenhados e motivados para trabalhar.

JC - O Senhor sendo advogado de formação, nunca tinha trabalhado com turismo. Está sendo difícil atuar numa área que não é sua?

CJ - Tenho muito orgulho da minha formação em direito, a mesma do nosso governador por sinal, e
de toda a experiência tanto como advogado conselheiro federal da OAB como secretário de governo de Caxias. Minha formação vai ajudar na atualização do Plano Estadual de Turismo que estamos reformulando. Não sinto qualquer dificuldade nesse grande desafio que é gerir a pasta. Estou preparado para fazer uma boa gestão, pois temos uma ótima equipe e estamos confiantes e empenhados nesse desafio de reestruturar o turismo.

JC - Qual é a sua linha de trabalho na Secretaria Estadual de Turismo?

CJ - Na área da Promoção seguimos com esforços nos 4 polos -indutores e estratégicos- e na qualificação turística em todos os polos para melhorar a prestação de serviços, incentivando a formalização do trade por meio do Cadastur, o qual saiu da penúltima posição para uma posição de destaque nacional em pouco tempo de trabalho sério. Importante citar também o apoio, comercialização, mapeamento e difusão do artesanato que dobrou o número de cadastros de artesãos em 3 anos e da nossa feira permanente de artesanato no Ceprama, que funciona de segunda a sábado. Outro ponto fundamental é o fortalecimento institucional das instâncias de governança e formalização dos conselhos através da regionalização. E seguimos com os trabalhos que somos signatários como o Cadastur, Regionalização e o PAB. A nível estadual foram criadas a Superintendência de Qualificação, a Superintendência de Turismo Lençóis e Delta, as caravanas Mais Turismo, o programa mais infância mais turismo são alguns dos destaques.

JC - O governador Flávio Dino colocou metas de sua gestão à frente da Secretaria de Turismo do Estado?

CJ - As metas são claras nas áreas de infraestrutura turística e promoção, temos fortalecido isso com o trade, agentes operadores, imprensa especializada e participação em feiras nacionais e internacionais. Temos metas de destaques não área da qualificação, de cursos, palestras, pesquisas, cadastros de prestadores de serviços etc. Nossas ações perpassam também a estruturação de novos roteiros turísticos, ampliação das formações e das caravanas mais turismo que rodam as regiões e muitas outras novidades que em breve serão apresentadas a todos.

JC - O seu gabinete tem recebido representantes de todas entidades da cadeia do turismo. Que tipo de propostas foram apresentadas? E como está esse diálogo?

CJ - Estamos abertos ao diálogo franco e aberto, apesar das dificuldades orçamentárias do momento, temos tentado atender aos pleitos.

JC - O que o senhor diria para as pastas de turismo do interior, que busca auxílio da Setur e receber recursos e serviços do Estado?

CJ - Uma das iniciativas que temos em curso por exemplo é o mutirão regional que temos feito pela
Setur para a inserção de cidades e regiões turísticas no mapa nacional do turismo que possibilita dentre outras coisas captar recursos federais. Não cofinanciamos diretamente nenhuma política de turismo mas monitoramos, orientamos, capacitamos oferecemos toda assistência aos municípios. Além de parcerias para aumento da atividade turística como por exemplo a firmada em relação ao
parque nacional dos Lençóis maranhenses na qual o Governo do Estado vai contribuir na divulgação
e conscientização para a preservação do parque e com cursos de capacitação e qualificação da população do entorno. Outra importante demanda da região que será executada são as obras de intervenção e melhoramento nas estradas e pontes localizadas nos acessos aos atrativos do Parque e dos povoados limítrofes. Foram acordadas também intervenções estruturais como a manutenção e a instalação de banheiros, pontes e quiosques. 

Texto: Publicado na edição 145 no Jornal Cazumbá

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