domingo, 8 de setembro de 2019
Obras dão nova vida a espaços públicos antes abandonados e depredados, criando sentimento de pertencimento na população, que voltou a frequentar os locais requalificados por meio da parceria entre IPHAN e Prefeitura de São Luís, na gestão do prefeito Edivaldo Holanda Junior


Pergunte a qualquer pessoa da faixa dos 30 anos em São Luís sobre como era o Centro Histórico da cidade antes da execução do Projeto Reviver e, a menos que ela tenha visto fotos antigas ou seja estudiosa da área, não saberá traçar um antes e depois. Aliás, até mesmo a forma como a população desta faixa etária se refere aos bairros Praia Grande e Desterro, chamando-os apenas de Reviver, é um reflexo do impacto deste projeto para a geração que se seguiu. Mais de 30 anos depois, São Luís vive uma nova revolução no Centro com a execução de todas as obras de reforma e requalificação realizadas por meio da parceria entre o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e a Prefeitura de São Luís, na gestão do prefeito Edivaldo Holanda Junior.

A parceria tem o objetivo de promover o resgate do conjunto arquitetônico do Centro de São Luís, um dos mais importantes sítios históricos do mundo, com seus 407 anos de história – completados dia 8 deste mês - e um rico acervo composto por mais de mil prédios construídos entre os séculos XVIII e XIX, praças seculares e importantes monumentos que resguardam parte valiosa das singularidades históricas da cultura ludovicense.

O prefeito Edivaldo Holanda Junior destaca que cuidar do patrimônio é cuidar da história de uma cidade. "Em minha gestão eu assumi muitos compromissos e um deles é a preservação da história da nossa cidade, requalificando estes espaços e promovendo a reocupação cultural do nosso Centro. Todo esse trabalho tem refletido positivamente na revitalização da área que passou a ser mais frequentada por moradores e na promoção da cidade como destino, favorecendo, assim, a economia local com o aquecimento do turismo", disse o gestor municipal.

"Hoje, temos uma cidade muito mais bonita, com espaços importantes como o Complexo Deodoro, a Praça Pedro II, a Rua Grande, revitalizados e com as pessoas ocupando esses espaços. São Luís é, sem dúvida uma cidade que avançou muito nos últimos anos a partir das intervenções feitas pelo IPHAN, em parceria com a Prefeitura", disse superintendente do IPHAN no Maranhão, Mauricio Itapary.

COMPLEXO DEODORO

Se o marco paisagístico do projeto Reviver é o bairro Praia Grande, daqui 30 anos o novo Complexo Deodoro será a referência deste momento de revitalização da área central da cidade. Reinaugurado oficialmente em 18 de dezembro de 2018, o espaço foi totalmente restaurado pelo IPHAN em parceria com a Prefeitura de São Luís. Juntos, os dois entes públicos estão executado o maior volume de obras do Centro de São Luís desde 1987, quando foi realizado o Projeto Reviver.

O Complexo Deodoro é formado pelas alamedas Silva Maia e Gomes de Castro e as praças Deodoro e Panteon, onde foram recolocados os 18 bustos de renomados intelectuais maranhenses que haviam sido retirados do logradouro por causa do estado de vulnerabilidade em que se encontravam. Durante a revitalização, as peças foram completamente restauradas e agora, em boas condições, com infraestrutura e iluminação adequadas, voltaram a ser cartão-postal da capital.

Com a requalificação urbanística, o Complexo Deodoro teve todo o seu piso renovado com a colocação de pavimento em concreto lapidado e elementos que favorecem a acessibilidade. Também foi instalado novo mobiliário urbano, com bancos, lixeiras e caramanchões. A nova iluminação da área permite que o local possa ser frequentado também no período noturno. A área conta ainda com banheiros públicos estruturados e bancos ornamentados com as históricas pedras lioz.

O espaço nem de longe lembra suas antigas feições que mais se assemelhavam ao de um grande mercado público tantas eram as bancas, quiosques e lanchonetes espalhadas desordenadamente. O resultado é a reocupação das praças como áreas de lazer e convivência na cidade.

PEDRO II

Outros dois logradouros emblemáticos da cidade que foram totalmente recuperados por meio da parceria entre o IPHAN e a Prefeitura foram as praças Pedro II e a estátua da Mãe d'Água. Localizadas "no centro do poder de São Luís", onde ficam as sedes da Prefeitura, Governo do Estado, Judiciário e o Palácio Episcopal, as praças serviam basicamente como pontos de estacionamento. Requalificadas, elas também voltaram a fazer parte do dia a dia da cidade, recebendo grande fluxo de ludovicenses e turistas. Um dos destaques da obra é a restauração da escultura Mãe d'Água Amazônica, que está de volta à praça – uma solicitação antiga, sobretudo de intelectuais e da classe artística da cidade.

Nas duas praças foi realizada a recuperação dos passeios e canteiros, incluindo reparos na pavimentação em pedra portuguesa; os serviços de poda, remoção e plantio de espécimes vegetais; o refazimento de parte dos pisos cimentados e limpeza dos pisos; o acréscimo e a substituição de bancos e lixeiras; a reforma completa do chafariz, incluindo nova instalação de bombas, tubulações e iluminação são outros pontos relevantes da obra. Com a entrega da Praça Pedro II, a população voltou usufruir novamente de um importante espaço público que é patrimônio cultural maranhense e referência em São Luís.

RUA GRANDE

Outro ponto da cidade que se tornará emblemático para as gerações futuras é a nova Rua Grande. Maior centro de comércio popular de São Luís, por onde passam por dia mais de 100 mil pessoas, o logradouro atraia este grande fluxo de pessoas pelos preços mais acessíveis e se destacava negativamente no paisagismo com o emaranhado de fios elétricos e telefônicos cobrindo a visão das fachadas, o piso quebrado em diversos pontos e a fata de espaços para que os frequentadores pudessem descansar entre uma compra e outra.

Esta é outra imagem que ficou totalmente para trás e só será lembrada pelos – necessários – registros históricos. No geral, a rua recebeu, entre outros serviços, novo piso de bloquete intertravado, sistema de esgotamento sanitário e obras de drenagem profunda. O projeto de requalificação para a Rua Grande, além de revitalizar a área, propôs um conjunto de soluções urbanísticas e arquitetônicas executadas para promover a acessibilidade. Foram retirados os obstáculos, com redução dos desníveis de acesso aos imóveis para permitir a locomoção do pedestre sem restrições.

A instalação de peças de mobiliário urbano como bancos e lixeiras, além de postes de iluminação com fiação subterrânea também já foram realizados. Os assentos, instalados em todas as quadras, são confeccionados em madeira tratada, com elementos em aço corten, material que apresenta três vezes mais resistência à corrosão que o aço comum. Também compõem o mobiliário urbano da nova Rua Grande lixeiras, que foram instaladas em todas as quadras reformadas.

PRAÇAS DO CARMO E MERCÊS

Na Rua Grande integra o novo conjunto paisagístico do Centro de São Luís que inclui ainda a revitalização do Largo do Carmo, Praça João Lisboa e a construção da nova Praça das Mercês, parceria entre o IPHAN, Prefeitura e Vale, obras que devem ser iniciadas em breve.

Para que estes logradouros continuem sendo uma referência histórica da São Luís antiga, todos os elementos arquitetônicos atuais contidos na Praça João Lisboa e no Largo do Carmo serão restaurados e mantidos para a preservação da memória local, como os bancos, o grande relógio e a estátua de João Lisboa, edificada no centro da praça. O conjunto arbóreo existente no local será preservado e mantido. Os locais também terão adequação total às normas de acessibilidade entre diversas outras melhorias.

Já o projeto de construção da nova Praça das Mercês será desenvolvido em área nas proximidades do Convento das Mercês, em espaço que nos primórdios da fundação de São Luís foi usado para atracamento de navios negreiros. Por conta desse aspecto histórico, a Praça das Mercês terá entre seus elementos o Memorial da Escravidão, que vai resgatar um contexto histórico do período escravocrata. O local chegou a receber 400 mil escravos nesse período e dezenas de navios negreiros originários da África, entre os anos de 1693 a 1841. O espaço está inserido no conjunto tombado pelos governos estadual e federal.

A nova praça detém aspectos que prometem mudar a visão do Centro Histórico, proporcionando uma nova configuração de acesso à área. A proposta é que o espaço seja um misto de cultura, entretenimento, esportes, entre outros elementos idealizados para deslumbrar o visitante.

REVALORIZAÇÃO DO CENTRO

A execução destes projetos tem mudado a forma como a população ludovicense tem se relacionado com o Centro da cidade, hoje, reocupado e não usado apenas como locais para passagem de transeuntes apressados na correria do seu dia a dia. Revalorizados, estes logradouros voltaram a ser pontos de lazer, entretenimento e visitação cultural.

Neste sentido, além das parcerias, a Prefeitura também tem executado projetos próprios de recuperação em imóveis coloniais e outros pontos importantes do Centro Histórico. Exemplo disso foi a entrega, em junho deste ano, do Museu da Gastronomia Maranhense.

SÃO LUÍS EM OBRAS 

Lançado este mês o Programa São Luís em Obras também prevê serviços de revitalização de logradouros do Centro Histórico como a reforma completa do Mercado das Tulhas, na Praia Grande, para melhorar os serviços prestados ao público no espaço e resgatá-lo como ponto turístico da cidade. A iniciativa inclui também a requalificação da Praça da Saudade, Praça da Misericórdia e entorno; requalificação do Parque do Bom Menino, Praça da Bíblia e entorno cujas Ordens de Serviços foram assinadas na última sexta-feira (6), pelo prefeito Edivaldo.

Além disso, já estão em obras a revitalização das fontes das Pedras e do Ribeirão, dois locais que marcaram seu espaço na cidade como fonte de abastecimento de água potável e que após a conclusão das obras irão abastecer de cultura e lazer as novas gerações.

MAIS

A área central, que abriga o Centro Histórico de São Luís, foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1974 e inscrito pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio Mundial em 6 dezembro de 1997. A área reúne cerca de quatro mil imóveis que, remanescentes dos séculos XVIII e XIX, possuem proteção estadual e federal. Entre as edificações mais significativas, estão o Palácio dos Leões, o Convento das Mercês, a Casa das Minas, o Teatro Arthur Azevedo, a Casa das Tulhas, a Fábrica Cânhamo, a Igreja do Carmo, entre outras.

Um comentário:

  1. Efetuar o replantio de palmeiras imperiais na praça GONÇALVES DIAS.
    Substituir os ônibus no perímetro urbano por linhas circulares de VLT idênticos
    aos em funcionamento na cidadebdo Rio de Janeiro.

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