sexta-feira, 28 de agosto de 2020

A necessidade que os empreendedores da cadeia produtiva do turismo percebam e se adaptem a essa tendência mundial é imediata.

A mudança no comportamento de consumo dos turistas tem estimulado cada vez mais a economia da experiência, alçando a prestação de um serviço comum, como uma refeição ou um passeio turístico, à condição de uma experiência diferenciada com envolvimento emocional e engajamento.

A globalização e o acesso cada vez mais facilitado à internet e outros meios de comunicação, garantem informações das mais diversas e hoje é possível visitar previamente qualquer destino turístico sem sair do sofá de casa. Todos os serviços podem ser checados com antecedência antes de serem utilizados, minimizando o risco de surpresas durante a viagem, podendo acompanhar inclusive as opiniões de outros turistas que já os utilizaram.

É disso que trata o turismo de experiência: uma forma de se diferenciar pelo envolvimento do cliente a partir de experiências significativas, de forma a atraí-lo e fidelizá-lo. A Organização Mundial do Turismo (OMT) apontou em seus estudos recentes que o turista dos dias atuais deseja “viajar para destinos onde mais do que visitar e contemplar, fosse possível também sentir, viver, emocionar-se e ser personagem de sua própria viagem”.

A necessidade de que os empreendedores da cadeia produtiva do turismo percebam e se adaptem a essa tendência mundial é imediata, hoje, produtos e serviços precisam despertar emoções únicas e fazer sentido.

Para o coordenador Estadual de Turismo e Cultura do Sebrae, Luiz Walter Muniz essa é uma tendência que só irá crescer no estado.

“O Maranhão é um estado riquíssimo e tudo em nosso estado é propício para o turismo de experiência. Temos comunidades peculiares, costumes centenários, tradições reconhecidas em todo o Brasil e um povo acolhedor que gosta de compartilhar suas experiências e vivências, esse é o cenário ideal para que o Maranhão desponte como um dos melhores destinos para o turismo de experiência, seja na Rota das Emoções, na Floresta dos Guarás ou na região da Chapada das Mesas” enfatizou Muniz.

É essa percepção que sustenta o serviço baseado na experiência, proporcionando momentos de prazer que ficarão na memória do turista, fazendo com que ele desenvolva uma ligação emocional com o local visitado e até com a empresa que prestou o serviço diferenciado.

Está cada vez mais comum ver turistas que trocam os passeios tradicionais pelo turismo de experiência, onde existe interação real com o lugar visitado, com experiências que nem sempre são as ideais, mas são as que o turista está em busca.

Essa forma de turismo já acontece em países espalhados por todo o mundo e chegou ao Brasil com força, impulsionando diversos negócios do setor. Muito dessa expansão se justifica porque o público que busca essa forma de turismo tem um poder aquisitivo mais elevado, que consomem serviços oferecidos por um preço entre 10% e 50% maior do que os tradicionais.

No Maranhão, diversas empresas já oferecem o turismo de experiência como opção aos seus clientes e o Sebrae tem atuado no apoio àquelas que proporcionam esse tipo de serviço, como acontece na região da Rota das Emoções em Barreirinhas, onde receptivos, hotéis e agências já comercializam pacotes que incluem vivências regionais e outros tipos de experiência.

Recentemente o grupo Orla Pousadas, em parceria com a Confederação Brasileira de Paraquedismo, realizou a segunda edição do Boogie Lençóis, onde paraquedistas de todo o Brasil, vários deles com títulos em competições nacionais e internacionais, fizeram saltos duplos com turistas e moradores de Barreirinhas, tendo como local de pouso o maior deserto úmido do planeta, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.

Segundo o gerente do grupo Orla Pousadas, Giorgio Costa, o evento vinha sendo planejado desde agosto de 2019, logo após o fim da primeira edição. A pandemia do novo Coronavírus afetou o planejamento, mas não impactou na data de realização e nem no número de participantes inscritos.

“Seguimos todos os protocolos sanitários exigidos pelos órgãos reguladores e graças ao formato de hospedagem em chalés da nossa pousada, conseguimos garantir 100% de ocupação durante o Boogie, e não apenas isso, durante o mês de agosto mantivemos essa taxa de ocupação quase que o mês inteiro, tivemos inclusive que realizar seis contratações temporárias para dar conta de garantir que os nossos 19 chalés com 62 leitos estivessem sempre devidamente higienizados”, garantiu Costa.

Outra empresa que vem se destacando quando o assunto é oferecer opções de turismo de experiências na Rota das Emoções no Maranhão é a agência São Paulo Ecoturismo. No mercado desde 2004, a empresa comandada pela empresária Cássia Valentim, sentiu os impactos da pandemia, tendo inclusive que realizar demissões e devoluções de valores pagos por pacotes que foram cancelados.

Mas segundo a empresária, os negócios estão aos poucos voltando ao normal e o mercado parece reagir, tendo o turismo de experiência como uma opção cada vez mais presente no pedido dos clientes.

“A nossa maior procura pelo turismo de experiência ainda vem de fora do estado, os turistas querem viver experiências que não estão no seu dia a dia, como conhecer uma casa de farinha ou ajudar a tingir a fibra do buriti na comunidade de Marcelino e entender como são confeccionadas as famosas bolsas daquela localidade”, disse Cássia.

Segundo dados do Ministério do Turismo, esse consumidor do turismo de experiência tem de 35 a 50 anos, pertence às classes A ou B, e já havia viajado para fora do estado onde mora nos últimos seis meses. O Brasil é um país com números estratosféricos quando o assunto é turismo, ainda segundo dados do Ministério do Turismo, em 2019 quase 6,5 milhões de turistas visitaram o Brasil.

Quem lidera o ranking de visitações ao nosso país são nossos Hermanos Argentinos, com quase dois milhões de turistas visitando o Brasil no ano passado, isso representa 30,8% do total de visitantes. Nossos vizinhos são seguidos pelos americanos, com mais de 590 mil visitantes da terra do Tio Sam - 9,3% do total – deixando em terceiro lugar o Paraguai, com mais 400 mil turistas visitando nosso país – 6,4% do total.

Informação: Sebrae MA 

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