quarta-feira, 23 de junho de 2021

O SESI/MA já capacitou, em todo o Estado, cerca de 585 pessoas nesses últimos três anos; 

IMPERATRIZ - “No primeiro dia de aula, a professora perguntou quem tinha interesse em ir para a faculdade e eu fui um dos primeiros a demonstrar interesse. Agora que conclui o Médio pretendo cursar uma graduação ou até mesmo um curso técnico na minha área de atuação. Lembro-me que foi bem difícil conciliar horários, mas nunca desistir e lutei para que isso acontecesse”, conta Paulo Souza, egresso do EJA, que durante o dia trabalha como encarregado de obra em uma construtora e a noite se dedicou aos estudos.  

Histórias como a de Paulo ganharam incentivo e um novo recomeço, a partir da metodologia da Educação de Jovens e Adultos (EJA), ofertada pelo SESI e pensada especialmente para o trabalhador da indústria e seus dependentes. Só no Maranhão nos últimos três anos, o Serviço Social da Indústria (SESI/MA), entidade do Sistema FIEMA, entregou diploma de conclusão do ensino médio a cerca de 585 pessoas em todo o Estado. 

De acordo com o Censo Escolar 2019, mais de 2,6 milhões de pessoas passaram pelos bancos escolares da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no ano passado. No entanto, muitos brasileiros ainda continuam sem acesso à educação, é o que mostra dados da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao revelar  51,2% da população, de 25 anos ou mais, ainda não completaram a educação escolar básica. 

A variação da taxa de analfabetismo da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD) varia, também, conforme o gênero e a raça, sendo representada em 6,9% pela população masculina, de 15 anos de idade ou mais, e 6,3% pela feminina.  Já para as pessoas pretas ou pardas o número ficou em 8,9%, enquanto para as pessoas brancas o valor reduz para 3,6%. 

Inserido nesses dados, Edilson Aguiar, 38 anos, decidiu sair da zona de conforto e foi em busca do sonho de conclusão do ensino médio. O supervisor de auto forno de uma das maiores indústrias de Açailândia, conta que vê oportunidade de crescimento e realização profissional. “Sem esse apoio seria muito complicado já que trabalho e preciso cumprir expediente, mas com a metodologia e plataforma do SESI, consigo desempenhar o papel de estudante e trabalhador. Pretendo crescer no meu campo de atuação e até fazer um curso técnico”. 

Os dados também representaram por muito tempo a vida de Erilvelton Silva, 41 anos, auxiliar de produção industrial que não teve oportunidade de estudar na infância. “Desde muito cedo tive que trabalhar, logo depois até tentei voltar para sala de aula mais perdi o emprego e tive que mudar de cidade. E agora conheci o EJA e tem dado muito certo conciliar o trabalho com estudo”, explica. 

MAIS POSSIBILIDADES - Na modalidade semipresencial com 80% das aulas realizadas a distância, a EJA do SESI utiliza uma plataforma de educação, que permite ao aluno estudar de forma flexível onde, como e quando puder, o que favorece a adaptação do trabalhador dos diferentes segmentos industriais.  Estão ainda entre os grandes diferenciais, a metodologia de reconhecimento de saberes, que identifica as competências desenvolvidas pelos alunos ao longo de sua vida, mesmo que fora da escola. Assim, o tempo de permanência em sala de aula de até 12 meses pode diminuir substancialmente, fazendo com que os alunos conquistem o tão sonhado diploma em menos tempo. 

A coordenadora de educação do SESI, Vanda Marli, destaca que a entidade tem prezado pelas parcerias com diversas empresas com o objetivo de promover a elevação da escolaridade e a capacitação dos trabalhadores da indústria. “Para as empresas, a EJA do SESI é uma excelente oportunidade, tanto para desenvolver seus colaboradores, elevar o nível de escolaridade e qualificar o seu quadro de pessoal como incentivar os trabalhadores, que acabam ganhando mais confiança para se desenvolverem profissionalmente, podendo almejar novas conquistas, como cursar uma graduação ou um curso técnico em sua área de atuação, após a conclusão do Ensino Médio”. 

O superintendente do SESI-MA, Diogo Lima ressalta que a educação transforma vidas e a EJA é uma porta que se abre para quem por qualquer motivo não teve a oportunidade de estudar. “Só o fato de oportunizar o retorno aos estudos e da educação para jovens e adultos que estão no mercado de trabalho e não tiveram essa oportunidade já é gratificante”.  

Informação: Fiema 

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