terça-feira, 5 de outubro de 2021

“Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá (...)”, escreveu o poeta, professor, jornalista e teatrólogo brasileiro Gonçalves Dias, nascido em 10 de agosto de 1823, na cidade de Caxias, Maranhão, em sua saudosa e inesquecível Canção do Exílio, uma canção que marca a literatura brasileira e torna, para sempre, o imortalizado poeta maranhense patrono da cadeira 15, da Academia Brasileira de Letras. Na UFMA, o poeta é sempre lembrado no tradicional slogan, grafado em seu brasão, que, com letras garrafais, afirma: "A VIDA É COMBATE", estrofe do poema Canção do Tamoio.

Gonçalves Dias é lembrado como um dos melhores poetas líricos da literatura brasileira, e foi seu histórico intelecto que resultou na criação do Projeto de Lei 392/2021, de autoria do deputado Marco Aurélio, que, por solicitação do professor Dino Cavalcante, do departamento de Letras da UFMA, e com o apoio do vice-reitor, Marcos Fábio, instituíram o dia 10 de agosto, como Dia Estadual da Literatura Maranhense.

O projeto foi aprovado em sessão plenária da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema), realizada no dia 28 de setembro, em primeiro turno. Segundo o deputado, assim como a cultura popular, a literatura é um dos orgulhos do Maranhão.

“Ainda no século XIX, já era considerada grandiosa para o Brasil. Daqui, saíram nomes que engrandeceram as letras nacionais, como Odorico Mendes, João Lisboa, Gonçalves Dias, Maria Firmina dos Reis, Trajano Galvão, Artur Azevedo, Aluísio Azevedo, Coelho Neto, Humberto de Campos, Josué Montello, Ferreira Gullar e Nauro Machado, entre outros. A sugestão desse projeto veio do professor Dino Cavalcante, então escolhemos o dia 10 de agosto, por ser a data de nascimento de Gonçalves Dias e de fundação da Academia Maranhense de Letras (AML)”, afirmou Marco Aurélio.

Para o professor Dino Cavalcante, o Dia Estadual da Literatura Maranhense é um reconhecimento da Assembleia Legislativa do Estado à maior e mais expressiva arte: a Literatura, dando o devido valor à grande arte de outros nomes da esplendorosa literatura.

"Se um Damião, de Os Tambores de São Luís; se um João Olivier, de Vencidos e Degenerados; se um Raimundo, de O Mulato; se uma Úrsula, do romance homônimo de Maria Firmina dos Reis, entre outros tantos personagens da nossa literatura, pudessem falar agora, diriam: ‘Muito obrigado, deputado Marco Aurélio, pela sua brilhante atuação na Alema para aprovar um projeto tão especial como esse. Precisamos viver e só viveremos por meio da leitura. Que a arte que nos criou viva eternamente!’”, interpretou Dino.

Ele externou seu desejo de que, todos os dias do ano, a cultura maranhense seja celebrada, mas que, no dia 10 de agosto, ela se torne rainha, tal como disse  o poeta Casimiro de Abreu, referindo-se à sua terra (o Brasil): “Todos cantam sua terra,/Também vou cantar a minha,/Nas débeis cordas da lira/Hei de fazê-la rainha”.

O poeta de todo o Século XIX, Antônio Gonçalves Dias, foi o autor de Primeiros Cantos, com a Canção do Exílio, que deu a todos os brasileiros uma identidade cultural. “A Literatura Brasileira, segundo Antonio Candido, passa a ter um caráter nacional a partir dos Românticos, entre eles, tem destaque o poeta de Os Timbiras. Segundo: foi na noite de 10 de agosto de 1908 que doze intelectuais fundaram a mais antiga instituição literária do Maranhão – A Academia Maranhense de Letras. Liderada por Antônio Lobo, os seguintes ‘imortais’ tomaram posse nas doze primeiras cadeiras da AML: Barbosa de Godois, Domingos Barbosa, Antônio da Costa Gomes, Justo Jansen, Fran Pacheco, Luso Torres, Alfredo de Assis, Vieira da Silva, Inácio Xavier de Carvalho, Astolfo Marques, José Ribeiro do Amaral e Clodomir Cardoso”, relembrou o docente, em um artigo publicado no dia 27 de agosto, no site da UFMA.

Informação: UFMA 

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