quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Aumento dos empregos verdes com o ecoturismo brasileiro no período pós-pandemia é aposta do Governo Federal

Na agenda desta quarta-feira (3) da Conferência entre as Partes, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, recebeu o ministro do Turismo, Gilson Machado, diretamente do pavilhão de Brasília (DF). Os dois falaram sobre como o ecoturismo brasileiro está alinhado às propostas do Programa Nacional do Crescimento Verde, principalmente na geração de empregos verdes.

Durante a palestra, o ministro do Turismo ressaltou o potencial do setor pós-pandemia de Covid-19. Ele mencionou que, dos 372 mil empregos criados no país em agosto, 180 mil estão relacionados ao turismo - atividade foi uma das mais prejudicadas pela crise sanitária. O ministro também citou que, em 2019, das buscas feitas na internet sobre turismo, apenas 10% tinham relação com a natureza. “Hoje, final da pandemia no mundo, 54% são buscas por turismo de natureza”, disse.

Para ele, o setor deve priorizar ações de sustentabilidade. “O turista, no Brasil, interage com o meio ambiente de forma perfeita. Se o local não estiver preservado, a pessoa não volta. Se mergulhar e ver plástico na praia, ele [o turista] não volta”, afirmou.

Com mais interesse em viagens, o turista incentiva a geração de empregos, de acordo com Machado. “O turismo, pelo simples fato de ser conhecido no mundo todo como a indústria sem chaminé, é o emprego verde. É a vocação da Amazônia, é a vocação do Pantanal. Nós temos conduzido uma grande reforma no país todo para geração de emprego e desenvolvimento”.

O ministro do Turismo falou sobre como o setor influencia em toda cadeia produtiva. “A gente já vê no Nordeste e no Sul pequenas vinícolas. Além de vender o vinho para o grande engarrafador, [o produtor] já tem sua própria marca. A queijaria no Nordeste, as cachaçarias em Minas Gerais, [estão] agregando valor à propriedade rural”, contou. 

Como mediador do painel, o ministro do Meio Ambiente complementou: “o turismo tem um papel importantíssimo. Vai conseguir absorver um volume altíssimo de mão de obra relevante no país”. Para Leite, o momento de investir no ecoturismo é agora. 

Concessão de parques nacionais

O secretário de Áreas Protegidas, André Germanos, que também participou do painel, anunciou que o leilão para conceder a gestão dos parques de Serra da Bodoquena (MS), Jericoacoara (CE), Lençóis Maranhenses (MA) e Chapada dos Guimarães (MT) à iniciativa privada deve ocorrer até a metade do ano que vem. Por enquanto, a pasta analisa os modelos de concessão dessas áreas. Os estudos serão concluídos até dezembro.

Das 334 unidades de conservação existentes no Brasil, 20 já foram incluídas no programa. O novo modelo pretende levar mais visitantes aos parques nacionais, além de promover ações educativas para a conscientização ambiental. A iniciativa contribui ainda para a geração de empregos verdes de moradores que vivem próximos às unidades de conservação.

“Ao mesmo tempo que [o modelo de concessões] desenvolve a proteção do meio ambiente e a educação ambiental, também traz emprego e renda para as comunidades do entorno dos parques nacionais brasileiros. É algo que todos ganham”, ressaltou.

Como funciona

O parque não deixa de ser do Estado. O programa de concessões tem o objetivo de transferir a manutenção dos parques à iniciativa privada. Dessa forma, o concessionário fica responsável por revitalizar e modernizar as unidades de conversão, oferecer serviços de apoio a turistas, incluindo alimentação, estacionamento e segurança, entre outras ações.

“Se por um lado ele [concessionário] pode fazer a exploração turística, ele também tem obrigações muito importantes do ponto de vista ambiental. Ele fica responsável pela contratação de brigada de incêndio e pela manutenção de toda a estrutura do ICMBio”, explicou Germanos.  

Informação: Ministério do Meio Ambiente

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