domingo, 10 de julho de 2022

Considerado por muitos anos o “patinho feio” das commodities agrícolas no Brasil, devido às dificuldades no manejo de doenças, riscos climáticos e baixo retorno financeiro, o trigo vive uma nova realidade de mercado e de conceito perante agricultores, técnicos, pesquisadores e governantes. Atualmente, o cereal tem peso negativo de quase 2 bilhões de dólares por ano na balança comercial brasileira, mas já há projetos para colocar a cultura no "azul" e transformá-la numa fonte de divisas.

A guerra na Ucrânia escancarou os índices acentuados de dependência externa para produção do pão de cada dia – já estávamos “acostumados” a importar metade de nossas necessidades – e, mais do que isso, abriu oportunidade para os produtores obterem lucro com a cultura. Para muitos agricultores, o trigo, até então, tinha suas virtudes não na rentabilidade, mas na amortização dos custos do sistema de produção e em seu papel de controlar pragas e preparar o solo para o cultivo que realmente importa, o da soja, no verão.

Pois a guerra virou esses conceitos do avesso. As cotações do trigo, que já vinham numa tendência de valorização desde 2020 por problemas climáticos nos EUA, Canadá e na Europa, registraram uma disparada inédita. Em 24 meses, a cotação do cereal na Argentina saiu de 200 dólares a tonelada para mais de 450 dólares, posto no porto. Os vizinhos, a propósito, abastecem quase todo o déficit do mercado brasileiro.

Leia mais em: Gazeta do Povo

0 comentários:

Postar um comentário