Há 200 anos, nascia, nas proximidades de Caxias, o teatrólogo, etnógrafo, advogado, jornalista e poeta nacional brasileiro Antônio Gonçalves Dias. Da cidade de Aldeias Altas para todo o país, seus poemas de tradição indianista compuseram a vida e obra daquele que hoje concebemos como uma das maiores e mais ilustres figuras da história nacional. Foi pensando na sua importância para a formação cultural do estado que, nessa quinta-feira, 10 de agosto, comemorou-se seu bicentenário no Palácio Cristo Rei, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
O evento idealizado pelo Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) iniciou-se na manhã de celebração e foi marcado por momento musical proporcionado pelos músicos do 24º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS). Ao mesmo tempo, jovens do ensino fundamental e médio da rede pública de ensino tiveram a oportunidade de recitarem poemas na praça que leva o nome do poeta, além de transitarem pelo ambiente, observando a decoração personalizada para a ocasião. Entre eles, estavam alunos da Unidade Escolar Estado de São Paulo, Escola Bilíngue de Libras e Português Escrito e Liceu Maranhense.
Josiane Costa, professora de educação especial, esteve presente acompanhando alunos com deficiência auditiva, da Escola Bilíngue, e comentou as realizações e os desafios de sua profissão até a data. “Como trabalhamos com um público bem específico, que são alunos surdos, não deixa de ser importante também trazê-los para ambientes como este, para que consigam desfrutar cultura e lazer, mesmo com essa condição”, disse.
“Conhecer um pouco mais sobre o mundo, assim como os demais alunos, é, sobretudo, inclusão. Nós temos, aqui em São Luís e no Maranhão, uma região com cultura aflorada, não só pelas festas tradicionais, mas também por toda a historicidade que a cidade tem. Por isso é preciso que continuemos pensando nesse público diferenciado, aumentando, cada vez mais, a presença de intérpretes de libras, de legendas em conteúdos audiovisuais, e outros cuidados. Pensar no lazer e na cultura é essencial, mas devemos fazer isso de maneira democrática e inclusiva”, ressaltou Josiane.
De acordo com a presidente do IHGM, Dilercy Aragão Adler, a iniciativa é parte de uma grande organização de encontros que vão até o dia 18 deste mês. “A parceria da nossa Instituição com outras de tamanha importância, como a Secretaria de Cultura (Secult), UFMA, a Uema, o Memorial Cristo Rei, a Academia Maranhense e Ludovicense de Letras, a Academia Maranhense de Trovas, além de outras, é imprescindível para que continuemos tendo comemorações como a de hoje”, afirmou.
“Deveríamos fazer mais homenagens aos artistas maranhenses; eventos como esse deveriam cair na normalidade. Para isso, devemos continuar reforçando nosso cuidado e interesse em fomentar a arte do estado. Nós somos guardiões da memória, mas não podemos guardar tudo isso sozinhos: Estudantes, trabalhadores, professores, artistas e intelectuais, todos juntos são peças importantes dessa grande engrenagem que chamamos de Maranhão e cultura e história maranhense”, complementou Dilercy.
O professor da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) Weberson Fernandes Grizoste desempenhou papel fundamental na ocasião, como o palestrante escolhido para apresentar e debater temas centrais da vida e obra de poeta, sobre os quais se debruça, em pesquisas, desde o período do Mestrado.
“A minha história com Gonçalves Dias começou com o poema “Ainda uma Vez – Adeus”, quando li aos meus 15 anos de idade. Na minha opinião, os docentes podem e devem apresentar esses textos aos alunos; não somente os poemas amorosos, como também o indianismo em geral”, finalizou.
Laíssa Vitória, 16, estudante do 2º ano do Liceu Maranhense, esteve presente no encontro e estimulou a iniciativa. “É um evento muito maravilhoso e importante, porque Gonçalves Dias também foi professor, e isso nos incentiva como amantes de poesia e estudantes. Os poemas deles são lindos, nunca ficarão ultrapassados. Leiam Gonçalves Dias!”, disse.
Informação: UFMA
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