terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Durante o primeiro dia dedicado a agricultura, pecuária e silvicultura na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 25), que ocorre em Madri, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) participaram no domingo (8) do lançamento da Plataforma de Ação Climática na Agricultura (PLACA).

O objetivo da plataforma é coordenar e fortalecer ações de formulação e implementação de soluções conjuntas no setor da agricultura, para atuar de maneira alinhada diante do novo cenário climático.

“A ação climática na agricultura significa soluções baseadas na natureza, bioeconomia, articulação com as agendas das convenções irmãs de diversidade biológica e desertificação, diálogo ciência – política. Trazer essas e outras questões emergentes para a PLACA é uma tarefa na qual também podemos apoiá-los desde a Secretaria Técnica”, disse Alicia Bárcena, secretária-executiva da CEPAL.

A iniciativa, liderada pelo governo do Chile, é uma plataforma para adesão voluntária já assinada na COP 25 pelos ministros da Agricultura de Argentina, Bahamas, Brasil, Costa Rica, Guatemala, Peru e Uruguai. Os governos de Equador, México e República Dominicana também se uniram e a expectativa é de que outros o façam o mais rápido possível.

Julio Berdegué, representante regional da FAO, afirmou que o papel da Secretaria Técnica é fornecer o apoio e a assistência técnica aos países, destacando os vínculos positivos entre agricultura sustentável, segurança alimentar e ação climática e sua centralidade para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

A plataforma se configura como uma ferramenta central no momento em que a implementação das Contribuições Nacionalmente Determinadas tem início. Para alcançar os objetivos propostos, é necessária uma colaboração em larga escala para aumentar a ambição, tanto em termos de mitigação quanto de adaptação às mudanças climáticas, enfatizaram FAO e CEPAL.

A iniciativa também é apresentada como um importante sinal regional, destacando a relevância da América Latina e do Caribe no contexto mundial da segurança alimentar, permitindo ao mesmo tempo articular e estabelecer posições conjuntas e coordenadas nos espaços de negociação internacional.

Nesse sentido, Berdegué acrescentou que a FAO reconhece que a agricultura e os sistemas alimentares desempenham um papel fundamental na alimentação de uma população em crescimento e na resolução da crise climática, mas também que esses sistemas devem ser transformados para reduzir suas emissões e aumentar a resiliência e a adaptação climática.

“É por isso que acreditamos que a PLACA é um mecanismo que pode potencializar o desenvolvimento agropecuário produtivo, resiliente e de baixa emissão de gases de efeito estufa”, declarou.

A alimentação e a agricultura na COP 25

Até sexta-feira (13), o governo da Espanha recebe a 25ª Sessão da Conferência das Partes (COP25), sob a presidência do governo do Chile, em Madri.

É a primeira vez desde que se realiza a conferência que um dia específico é atribuído à agricultura. Durante esse dia, foi realizado um trabalho para garantir que os sistemas agrícola e alimentar permaneçam parte das negociações, para garantir o financiamento do clima e fortalecer as parcerias existentes.

As principais áreas de participação incluíram a Associação de Marrakech para a Ação Global pelo Clima e negociações relacionadas ao trabalho conjunto da Koronivia sobre agricultura.

Informação: Nações Unidas 

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